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Com quebra na safra de trigo, Brasil pode elevar importação em 2017
Por: Reuters
Com problemas climáticos no Paraná, principal Estado produtor de trigo do Brasil, a oferta do cereal do país neste ano deve ser menor que o esperado, levando a um possível aumento da importação ante 2016, avaliou a Associação Brasileira da Indústria de Trigo (Abitrigo) nesta quinta-feira.
Até o momento, segundo previsões do Ministério da Agricultura, a previsão é de que o Brasil importe volumes historicamente elevados de 7 milhões de toneladas em 2017, mas ainda assim seria ligeiramente abaixo de 2016.
O Brasil é um dos maiores importadores globais de trigo, realizando a maior parte das compras na Argentina.
“Tiveram chuvas no Paraná, houve uma queda na produtividade, então é possível que a safra disponível este ano seja menor do que o ano passado”, disse a jornalistas o presidente da Abitrigo, Rubens Barbosa.
Barbosa admitiu que a safra menor pode elevar as importações, mas disse não ter números que confirmem isso ainda.
Antes das chuvas em meados de agosto, o trigo do Paraná havia sofrido com geadas e uma seca prolongada, reduzindo a produção para 2,6 milhões de toneladas, ante aproximadamente 3,5 milhões no ano passado, de acordo com os últimos dados do governo do Estado.
Com essa perda no Paraná --a safra estadual vai representar 50 por cento da produção nacional em 2017--, a importação do cereal pelo Brasil poderia manter a tendência registrada no acumulado do ano.
Até julho, as importações de trigo pelo Brasil já somam 3,591 milhões de toneladas, um aumento de 6,5 por cento ante igual período de 2016, segundo dados do governo.
Safra Argentina
Com a iminência de uma safra recorde de trigo de boa qualidade na Argentina, os volumes do cereal do país importados pelo Brasil em 2017 poderão aumentar.
Até julho deste ano, o Brasil já importou 2,905 milhões de toneladas do cereal argentino, ante 2,271 milhões no mesmo período da safra anterior, um aumento de 28 por cento, com base em dados do governo.
Os maiores volumes de trigo argentino chegando aos moinhos brasileiros, no entanto, não têm relação com a quebra na safra do Paraná, segundo o diretor-executivo da associação, Ricardo Tortorella
“É muito mais decorrente da supersafra que a Argentina teve, do que da não produção nossa”, disse Tortorella.