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Educação focada nas pessoas é o caminho para a inovação
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Assunto está em debate durante o Cresce-MT

11 de novembro 2016
Por Senar

"O que é uma escola? Um prédio, salas de aula, professores, provas? Não. Nada disso. Escolas são pessoas e não edifícios. Com esta reflexão, o educador e fundador da Escola da Ponte, José Pacheco, arrancou aplausos dos participantes do CRESCE-MT, evento realizado pelo Serviço Nacional de Aprendizagem Rural de Mato Grosso (SENAR-MT) nesta sexta-feira (11.11) e que tem como tema Educação para um novo tempo".

O primeiro painel do evento, com o foco "A educação pode mudar?, reuniu alguns dos maiores especialistas em educação do país além de Pacheco, como Clemente Nóbrega, Celso Antunes e João Mattar.

Ainda segundo José Pacheco, a educação deve ser uma relação humana, construindo comunidades de aprendizagem. "Em uma aula nada se aprende, em uma prova nada se avalia. Na Constituição está escrito que a educação é um direito de todo cidadão e é dever do Estado. Mas aí eu te pergunto, o Estado educa todos os jovens? Não. Há milhões de analfabetos, 92% dos alunos não dominam o que aprendem em sala de aula".

O consultor, escritor e palestrante Clemente Nóbrega, propõe que a inovação que a educação precisa não vem de pessoas especiais, vem de arranjos de processos novos. "Em sistemas complexos como o da educação, para mudar uma coisa temos que mudar várias coisas ao mesmo tempo e inovação é uma mudança que acontece na direção que a gente quer. Gestão é fazer o que precisa ser feito para que as mudanças sejam feitas no rumo que a gente quer", pontou.

O professor Celso Antunes lembrou que o modelo de educação aplicado hoje não ensina, apenas impõe. "O aluno aprende mais geografia assistindo ao Jornal Nacional, aprende mais de português lendo um livro. É preciso ensinar de uma forma que ele entenda a aplicação deste conhecimento", disse.

Já para o professor e um dos maiores especialistas em Ensino à Distância (EaD), João Mattar, "as tecnologias não resolvem tudo, mas combinadas com metodologias ativas e inovadoras dão bons resultados".

Para o presidente do Sistema Famato/SENAR, Rui Prado, discutir soluções para a educação deve ser feito por todos os segmentos, uma vez que o mundo exige profissionais capacitados para elevar a produtividade. "Eu não acredito em um país que realmente seja referência no mundo do ponto de vista econômico, social e ambiental se não houver conhecimento. Precisamos ter a coragem de propor as mudanças, sair da mesmice. Não é o SENAR-MT que vai conseguir trazer essa transformação, somos todos nós juntos. Esse evento, tenho certeza que vai contribuir com isso".

Mais discussões - A programação do CRESCE-MT segue na tarde desta sexta-feira (11.11) com o painel "E o agro, o que tem a ver com isso?". Nele, o professor e especialista em relações agroindustriais, agribusiness e agricultura, Décio Zylbersztajn, a filósofa Viviane Mosé e o superintendente do SENAR-MT, Otávio Celidonio irão abordar sobre qual é o papel do agro nesta discussão para uma educação voltada para o futuro.

Seguindo, o painel "E nós, o que podemos fazer?" vai trazer iniciativas que estão refletindo em bons exemplos na educação brasileira, como o Instituto Lemann, que foi fundado em 2002 pelo empresário Jorge Paulo Lemann e é uma organização familiar sem fins lucrativos voltada para ações para a educação, e o portal Porvir, que mapeia, produz, difunde e compartilha referências sobre inovações educacionais para inspirar melhorias na qualidade da educação brasileira e incentivar a mídia e a sociedade a compreender e demandar inovações educacionais.

Encerrando o evento, das 17h10 às 18h30 o painel "E o Governo, quais as inovações na reforma do ensino?" trará a participação de representantes do Governo Estadual.

Assessoria de Comunicação do SENAR-MT
www.senarmt.org.br

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