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Adversidades climáticas impulsionam mercado de seguro rural
Melhorias nas coberturas das apólices tornam produtos de gestão de risco mais atrativos no Brasil
Por: Comunicação Social - Sistema FAEP/SENAR-PR
O produtor rural Luiz Eduardo Veiga Lopes, de 77 anos, começava mais uma rotina cotidiana antes de seguir para o trabalho no campo. Acordou cedo, tomou seu café da manhã e pegou seus aparatos pessoais. Quando estava prestes a sair de casa, no município de Palmeira, na região dos Campos Gerais, se deparou com uma forte chuva, que em minutos se transformou em granizo. Imediatamente veio à mente as lavouras de soja e milho, em plena fase de floração.
Era 15 de dezembro de 2017, período em que as plantações na região dos Campos Gerais, onde está localizada a propriedade de 1,7 mil hectares, estão em um período importante de desenvolvimento. Poucos minutos de granizo foram suficientes para devastar os 92 hectares dedicados ao milho naquela safra de verão. Por sorte, a intempérie climática não pegou em cheio os 358 hectares cobertos com a oleaginosa.
Perdas agrícolas por conta do mau humor de São Pedro como as do produtor de Palmeira são mais corriqueiras do que se imagina. Somente no ano passado, o mercado de seguros [agrícola,pecuário, florestas e aquícola] indenizou produtores de todo o Brasil no valor de R$ 842 milhões, segundo dados da Superintendência de Seguros Privados (Susep).
“Independente de safras recordes, todas as regiões agrícolas registram perdas. E o produtor está se convencendo disso, fazendo com que o seguro rural avance bastante no país”, conta Paulo Hora, diretor técnico de seguros rurais do Grupo Segurador BB/Mapfre.
No caso do produtor de Palmeira, o processo de indenização ocorreu de forma ágil, o que garantiu o repasse de R$ 312 mil, quantia suficiente para o pagamento do financiamento da safra junto a instituição financeira, e ainda sobra de R$ 15 mil. “Quando houve o incidente, o banco foi rápido em registrar a perda. Depois teve que esperar um pouco o processo correr até o pagamento. Esse dinheiro foi fundamental para planejar a safra seguinte. Do contrário, eu teria que usar recurso próprio”, destaca Lopes, que há sete anos contrata seguro agrícola. “Sou uma pessoa precavida. Sempre que tive oportunidade, fiz seguro. Inclusive o da próxima safra já está efetivado”, complementa.
Os 450 hectares dedicados aos grãos na propriedade de Lopes fazem parte de um universo que só cresce no país, apesar de o governo federal ter reduzido de 2015 para cá o apoio ao Programa de Subvenção ao Prêmio do Seguro Rural. (PSR), coordenado pela Secretaria de Política Agrícola (SPA) do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa). No ano de 2014, auge do PSR, R$ 693 milhões foram liberados, permitindo a cobertura de 9,9 milhões de hectares por meio de 118 mil apólices. Em 2017, com apenas R$ 371 milhões destinados ao programa, 4,8 milhões de hectares acabaram segurados. Num primeiro momento parece pouco tamanha a força do agronegócio nacional. Porém, olhando para uma década atrás, é mais que o dobro dos 2,2 milhões de hectares contratados em 2007.
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