Rio Grande do Sul
Agrinho: SENAR-RS distribui 100 mil revistas a quase 300 mil estudantes da rede pública
Trabalhos deverão ser encaminhados ao SENAR-RS até 28 de outubro
Fonte: ASSCOM SENAR-RS
Quase 300 mil alunos e mais de 18,3 mil professores de 2.121 escolas públicas do Rio Grande do Sul recebem, até o final de setembro, as revistas do Programa Agrinho 2019. A partir desta etapa, os educadores já podem trabalhar com os estudantes o tema desta edição, Meio Ambiente. Serão distribuídas 100 mil revistas, e todo o material também estará disponível no site do SENAR-RS. Por meio das revistas educativas que trazem as aventuras dos personagens Agrinho, Aninha e Nando; estudantes e professores trabalham temas transversais às disciplinas escolares.
Os participantes terão até 28 de outubro para encaminhar os trabalhos para o SENAR-RS. Uma banca irá avaliar o que foi produzido, e os melhores serão premiados em nível regional e, posteriormente, estadual. A revista traz uma série de atividades e histórias que podem ser desenvolvidas com as crianças e os adolescentes em salas de aula. A participação incentiva o aluno a refletir sobre assuntos diferentes daqueles previstos no currículo e aplicar, no dia a dia os conhecimentos adquiridos na escola.
Serão premiados os vencedores do primeiro ao terceiro lugar da etapa regional. Os classificados de cada uma das 10 regiões por ano escolar, participam da fase estadual. São analisados desenhos, textos de estudantes, de acordo com a faixa etária e experiências pedagógicas, no caso dos professores.
O Agrinho é um concurso que incentiva estudantes e professores a refletirem sobre temáticas fundamentais para o exercício da cidadania e a da melhoria da qualidade de vida de quem mora no meio rural. Os estudantes da Educação Infantil até o segundo ano do Ensino Fundamental são convidados a participar com desenhos enquanto os demais - alunos do terceiro ao nono ano do Ensino Fundamental - elaboram textos. Cabe aos professores preparar as experiências pedagógicas. O tema deste ano reflete a preocupação em encontrar o equilíbrio sustentável que garanta a saúde da população e a continuidade das atividades agropecuárias. "Trabalhamos temas que abrangem diretamente o dia a dia das crianças na escola e em casa e de interesse de alunos, pais e professores", comenta o Superintendente do Senar-RS, Eduardo Condorelli.
Voltado à comunidade escolar da Educação Infantil e do Ensino Fundamental de escolas públicas gaúchas, o Agrinho beneficia, de forma indireta, as famílias e o ambiente no qual a instituição de ensino faz parte. Um dos objetivos é desenvolver ações que possibilitem o despertar da consciência de cidadania, além de acesso a informações relativas ao tema da edição.
Agrinho e seus frutos:
Em 2003, quando venceu o Agrinho regional e foi segundo lugar na fase estadual do concurso, Juliano de Bastos Pazini, então estudante do sexto ano da Escola Estadual Farroupilha, em Alegrete, não imaginava chegar onde chegou: pesquisador vinculado à Embrapa Clima Temperado, com mestrado concluído pela Universidade Federal de Pelotas (UFPel) e doutorado em fitossanidade em andamento pela mesma instituição. Mas ele sabe que o incentivo que recebeu lá atrás, aos 13 anos, foi uma sementinha para a formação do profissional que se tornou hoje, aos 28 anos.
"Como engenheiro agrônomo, trabalho exclusivamente com pesquisa de campo. E participar do projeto na infância foi um estímulo. Na época, escrevi sobre a importância da água na saúde humana e para o ambiente. Fui estimulado a pesquisar e a me interessar por ciência e, hoje, deparo em ter de colocar relatos em artigos técnico-científicos", lembra.
Quando venceu o Agrinho, o então adolescente nunca tinha feito uma viagem longa. No máximo, havia ido à cidade dos avós, em uma cidade próxima a Alegrete, onde morava com a família. A premiação o levou a Porto Alegre e Esteio. "Na época, recebemos o convite para participar da cerimônia do Agrinho, mas, em nenhum momento, eu ou a professora achamos que iríamos receber alguma premiação. O sentimento quando foi anunciado o nosso nome foi incrível, único, e que eu trago até hoje. Um sentimento de que, mesmo estudando em uma escola pública, a gente conseguiria realizar o sonho de ter o trabalho reconhecido. Um sentimento de valorização", acrescenta.
Esse sentimento acompanha o engenheiro agrônomo até hoje e já foi relembrado em duas ocasiões: a primeira, quando o grupo de pesquisa do qual ele faz parte recebeu um prêmio de destaque na área de ciências agrárias. "Nossa pesquisa na entomologia em arroz irrigado tirou primeiro lugar como destaque na área de ciências agrárias e eu fui receber a premiação. Ganhei uma viagem para São Luís, no Maranhão, para participar da reunião anual da SBPC (Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência), e isso me lembrou muito o Agrinho", conta. E, recentemente, ele e a equipe tiveram o trabalho de pesquisa publicado na revista Scientific Reports, da Nature Group. "Esse reconhecimento do nosso programa de pós-graduação me lembrou esses aspectos semelhantes ao Agrinho, que você tem que acreditar, tem que estar envolvido nas ações referentes ao ensino, à pesquisa e à extensão na universidade e fazendo trabalho bem feito você será reconhecido", acrescenta.