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Agroindústrias atendidas pela ATeG no extremo oeste são reconhecidas pela qualidade
Quem concede o Selo Arte em Santa Catarina é a Companhia Integrada de Desenvolvimento Agrícola de SC (Cidasc)
A história da Família Balbinot, de Guaraciaba, no extremo oeste catarinense, teve um novo capítulo quando uma jovem senhora chamada Irma Corso Balbinot , na condição de viúva, precisava sustentar quatro filhos e passou a produzir queijo para comercialização. Um dos filhos, Vanderlei Balbinot , segue a tradição da mãe, sempre com o sonho de formalizar a atividade, juntamente com sua esposa, Elizete Balbinot.
Em 2010, a família construiu a estrutura, onde são produzidos queijos coloniais de maneira artesanal e, em 2016, obteve o selo de inspeção municipal. Sempre em busca de aperfeiçoamento nas atividades, atualmente a empresa faz parte do Programa de Assistência Técnica e Gerencial (ATeG) com foco para a agroindústria, promovido pelo Serviço Nacional de Aprendizagem Rural de Santa Catarina (Senar/SC), órgão vinculado à Federação das Indústrias do Estado (Faesc), em parceria com o Sindicato dos Produtores Rurais de São Miguel do Oeste.
Em 2021, a Queijos Balbinot conquistou o Selo Arte, que garante que a produção da família é artesanal e permite a comercialização em todo território nacional. A empresa foi a primeira agroindústria do extremo oeste e a 22ª do Estado a obter essa distinção. Criado pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), o selo valoriza formas tradicionais de produção e permite sua venda de forma legalizada em todo território nacional, sem abrir mão, dos aspectos sanitários.
Quem concede o Selo Arte em Santa Catarina é a Companhia Integrada de Desenvolvimento Agrícola de SC (Cidasc). O registro, voltado ao pequeno produtor, é tratado com a mesma importância que os concedidos a grandes agroindústrias. A entrega do selo foi realizada pelo presidente da Cidasc, Plínio de Castro , e por integrantes da diretoria. A engenheira de alimentos e técnica de campo do Senar/SC, Larissa Da Fré, e o supervisor técnico da ATeG, Fernando Schneider , acompanharam o evento.
A família conquistou o selo porque faz um trabalho de excelência na produção de queijo colonial. Eles produzem todo o leite industrializado e a mão de obra é exclusivamente familiar, sem intenção de mudar a forma de produzir. Hoje, a gestão da propriedade é feita em conjunto e, enquanto os pais Vanderlei e Elizete cuidam da produção do leite, a filha mais velha Aline é a responsável pela agroindústria, promovendo assim a sucessão familiar e a tradição da nona Irma.
A empresa produz queijo colonial tradicional e queijos temperados, que podem ser assados no espeto e não possuem adição de corantes ou conservantes. Uma das parcerias muito importantes durante a trajetória de negócios foi a do Sistema Faesc/Senar-SC, tanto na produção de leite, com auxílio no manejo sanitário, na qualidade da matéria-prima e no bem-estar animal, quanto na agroindústria, auxiliando diretamente na concessão do Selo Arte.
“Somos assessorados pela engenheira de alimentos e técnica do Senar/SC, Larissa Da Fré, que colaborou ativamente nessa conquista. Ela nos deu suporte desde que iniciamos esse processo, na parte documental e burocrática, nas auditorias recebidas e até mesmo na organização do espaço e da cerimônia de concessão do selo. A Larissa é considerada membro da família e está sempre disponível para nos ajudar em tudo. Só temos a agradecer pelo trabalho dela”, destaca Aline.
Larissa frisa que, ao iniciar o acompanhamento na agroindústria, percebeu em conjunto com a gestora, a necessidade de informatizar alguns processos com o objetivo de ganhar agilidade e promover maior organização das informações. “Dessa forma, a Aline e eu, adaptamos uma planilha às demandas específicas da empresa e a partir desta foi possível fazer o registro e a análise do fluxo de caixa, da formação do preço de venda, do cadastro de clientes e pedidos, do controle de estoque e da rastreabilidade, esta última especialmente importante para a conquista do selo arte”, ressalta a técnica do Senar/SC.
Segundo Larissa, a família Balbinot demonstra grande interesse em receber novas informações e orientações. “Eles sempre colocam as ações em prática prontamente, fato que contribui para o trabalho de excelência que realizam na produção dos queijos artesanais”.
AGROINDÚSTRIA DE PESCADOS RECEBE O SISBI
Os diretores da Cidasc fizeram a entrega do selo SISBI para o empresário Décio Aloisio Ludwig e sua esposa Rosmari Terezinha Gusi Ludwig, da Pescados Rio Vivo, em Descanso . Tal selo tem a finalidade de padronizar a inspeção de produtos de origem animal, permitindo sua comercialização em todo o território nacional. O momento foi acompanhado pela Larissa e pela supervisora regional do Senar/SC, Grasiane Bittencourt Viêra.
Deiwis Ludwig, um dos gestores da empresa, enfatiza que o Programa ATeG do Senar/SC foi imprescindível para a obtenção do SISBI, pois auxiliou de maneira satisfatória no desenvolvimento do programa APPCC (análise de perigos e pontos críticos de controle) como também na sua implantação. “Tal programa é um dos critérios exigidos pela CIDASC para a certificação do Selo SISBI”.
Segundo ele, além disso, a ATeG oportunizou desenvolver um planejamento estratégico que abrangeu diversos setores do frigorífico como gestão de pessoas, novos produtos, expansão de mercado, investimentos, etc. “Isso nos proporcionou maior segurança no momento de definirmos as melhores ações para alcançarmos nossas metas, já que podemos nos embasar nos dados levantados e apresentados neste planejamento”.
Larissa lembra que nas primeiras visitas de acompanhamento à empresa foi informada pelo Deiwis de que um dos objetivos para 2021 era conquistar o Selo SISBI. “Para tanto, entre outras questões, precisariam revisar alguns programas de autocontrole (PAC), além de desenvolver o APPCC. Esse foi o foco de atuação junto à empresa, pois em parceria com gestores e colaboradores, realizamos o desenvolvimento e a implantação desta ferramenta na agroindústria”.
O presidente do Sistema Faesc/Senar-SC, José Zeferino Pedrozo, realça que a conquista dos selos pelas empresas é gratificante para a entidade. “Ficamos felizes em perceber que a ATeG agroindústria teve papel importante no desenvolvimento dessas duas empresas e de tantas outras que aperfeiçoaram a qualidade em todo o processo produtivo. Estamos orgulhosos por termos empreendedores do meio rural que estão sempre em busca de inovação para os seus negócios. Parabéns à família Balbinot e à família Ludwig”.
ATEG AGROINDÚSTRIA
Segundo a Coordenadora Estadual do Programa, Paula Coimbra Nunes , atualmente em Santa Catarina são atendidas 60 agroindústrias em diversos ramos de produtos como: agroindústria da cana de açúcar, derivados lácteos, derivados vegetais, de farinha e mandioca, de panificação, de pescado, de polpas e bebidas, e de embutido, defumados e processamento de carnes.
A assistência técnica e gerencial (ATeG) com foco para a agroindústria qualifica produtores para gestão básica dessas empresas, boas práticas de fabricação e de manipulação de alimentos. Durante o programa, são avaliados indicadores econômicos e produtivos, com objetivo de aumentar a produtividade e gerar incremento de renda. Cada produtor recebe um diagnóstico com planejamento estratégico, avaliação sistêmica de resultados, adequação tecnológica e capacitação profissional complementar. “É um modelo inovador e estritamente técnico ofertado pelo Senar para desenvolver o agronegócio no Estado” complementa o superintendente do Senar/SC, Gilmar Antônio Zanluchi.