Minas Gerais
Antes e depois mostra o sucesso do ATeG Café em Bom Jesus da Penha
Por: SENAR MINAS
Quatro anos após o início do Programa de Assistência Técnica e Gerencial (ATeG) no Sudoeste de Minas, os resultados mostram a importância da iniciativa. Em Bom Jesus da Penha, a Fazenda Água Doce tem efeitos expressivos com apenas 18 meses de trabalho. O ATeG chegou para recuperar o cafezal e os lucros do produtor Francisco Pereira Ribeiro.
A lavoura, depois do trabalho feito pelo Programa ATeG
Com 80 hectares de café arrendados, o produtor acompanhou o processo de declínio da lavoura, o que exigiu o fim do contrato de arrendamento. As lavouras, mal cuidadas e mal podadas, pararam de produzir. Francisco não imaginava que poderia recuperá-las. O produtor convidou a esposa Mônica Madeira Santos para assumir o cafezal. Apaixonada pela cafeicultura, ela aceitou o desafio e se preparou por um ano em cursos do Sistema FAEMG/SENAR/INAES. Quando assumiu os trabalhos, juntamente com as atividades do ATeG, estava capacitada para ser a gerente da atividade.
Recuperação
O técnico do ATeG Guilherme dos Santos Salomão encontrou uma lavoura abandonada. A preocupação recaía em como retomar a produção sem endividamento. Assim, Guilherme selecionou as áreas com maior possibilidade de recuperação e os 80 hectares foram reduzidos para 32. Em outubro de 2019, o trabalho, árduo, começou com atraso, mas os produtores seguiram todo o manejo de tratos culturais.
Aspecto da lavoura em 2019, no começo dos trabalhos
Além da lavoura, Guilherme e Mônica enfrentaram o período prolongado da seca e a geada, que afetou muito o cafezal. Por isso a safra de 2020 foi zero, mas a recuperação da lavoura em 2021 impressiona. Para a safra deste ano, mesmo com os problemas climáticos, é esperada a produção de 40 sacas por hectare, o que vai gerar cerca de 1.400 sacas de café. “O primeiro arrendatário, que fez o plantio do café, tinha uma boa visão do negócio. Plantou com técnicas bem avançadas para a época. As lavouras têm mais de 20 anos. Esse processo contribuiu agora para a recuperação”, explicou o técnico.
O potencial da lavoura foi ressaltado pelo supervisor do programa, Rodrigo Dias, na sua primeira visita à propriedade. “Destaquei a importância da parte gerencial e do manejo no momento correto. Visitei recentemente a propriedade e acompanho a completa mudança. Com certeza é um caso de sucesso”, disse.
Com as variedades Catuaí, Catucaí e Acaiá, o técnico e Mônica seguem firmes. “Sou apaixonada pelo café e pelo meu trabalho. Visito as lavouras de quatro a cinco dias por semana e sigo tudo o que o Guilherme me orienta. Não esperava esse resultado. Admiro como a lavoura se recuperou: 90% graças ao trabalho do técnico. Sem o ATeG, não conseguiríamos recuperar”, disse Mônica.
Futuro
Segundo o técnico, Mônica tem o dom da negociação e, com isso, conquista melhores resultados nas compras e se destaca entre os produtores da região. “A mulher serve para fazer café, mas não para produzir café. Nós chegamos para quebrar esse tabu”, disse Mônica.
Para o futuro, algumas áreas do café voltarão a ser arrendadas e a recuperação das lavouras seguirá. A produção de cafés especiais já está no planejamento, assim como a participação no Cupping ATeG do SENAR MINAS.