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Após cinco anos, Regional Curitiba do SENAR-PR volta a ter turma do PER
Nheco

11 de dezembro 2018

Por: Comunicação Social - Sistema FAEP/SENAR-PR

Uma nova leva de produtores rurais empreendedores está pronta para inovar e melhorar suas atividades e de todo o agronegócio paranaense. Uma turma do Programa Empreendedor Rural (PER) do SENAR-PR acaba de se formar na Lapa, Região Metropolitana de Curitiba (RMC). Nesta turma, 10 alunos concluíram o curso, que teve início em maio deste ano e término em 18 de outubro. A formatura representa um marco, já que as últimas turmas realizadas na Regional Curitiba tinham ocorrido em 2013, em São José dos Pinhais e em Quitandinha.

Para o supervisor da Regional Curitiba do SENAR-PR, Alexandre Marra, a expectativa é que a turma da Lapa seja uma referência para outras nos municípios da região. “O desenvolvimento do espírito empreendedor adormecido dentro de cada produtor, independentemente da área de atuação, se caracteriza como uma das principais formas para vencer os desafios atuais e vislumbrar novos nichos de mercado. Nossa perspectiva é que a turma [da Lapa] sirva de inspiração para futuros empreendedores rurais da Região Metropolitana de Curitiba. inclusive já temos dois cursos programados para Araucária em 2019”.

A formação tem como objetivo principal fornecer ao participante uma visão mais clara de seu papel na sociedade brasileira, de modo a melhorar a sua qualidade de vida e de sua família. Ao longo da capacitação, os participantes compreendem como sua atividade se relaciona com os demais setores da economia e da sociedade. Carla Cristina Jarempchuk, engenharia agrônoma e instrutora da turma, revela que percebeu um grande potencial nos estudantes. “No curso eles tiveram a real noção de tudo o que faz parte da forma mais correta, se planejar melhor, ver capital de giro necessário para a atividade e até mesmo dar um novo rumo à propriedade”, conta.

Segundo Carla, o perfil dos alunos era, sobretudo, de jovens, o que representa uma renovação do agronegócio da região. As atividades dos alunos da turma são diversificadas, como pecuária de leite, suínos, grãos, hortaliças, entre outros.

Para a instrutora, o maior desafio imposto aos novos empreendedores rurais é a resistência por parte de gerações anteriores em promover inovações. “Os pais naturalmente têm mais experiência e, em alguns casos, acham que filho não vivenciou o suficiente, que não conhece as coisas. Essa oxigenação com novas ideias trazidas pelo jovem é importante para alavancar a propriedade e tirá-la da inércia”, aponta.

A instrutora comenta que um dos objetivos do curso é justamente colocar na ponta do lápis tudo o que envolve a atividade agrícola, verificar as rotinas e traçar estratégias para a otimização dos recursos. Em um negócio que envolve diversas gerações, é comum ter maneiras de fazer nem sempre eficientes para a realidade atual. “Vemos que, às vezes, os pais querem investir em equipamentos que vão acabar ociosos, que seria melhor terceirizar o serviço. Mas pelo desconhecimento e pela máxima de que ‘sempre foi assim’, acaba se empolgando e adquirindo bens que não fazem sentido em uma propriedade pequena, por exemplo”, cita.

Mudança de pensamento

Celso Ricardo Fantin, produtor de hortaliças na Lapa, foi um dos alunos dessa turma do Programa Empreendedor Rural. O primeiro familiar a chegar na propriedade de pouco mais de sete hectares foi o bisavô, ainda na primeira metade do século XX. A família de Fantin trabalha com produção de leite e de grãos. Já o produtor utiliza uma área de cerca de 350 m ros quadrados para a produção de hortaliças, atualmente com cerca de 5 mil pés de tomate e pimentão, carros-chefes da atividade.

Os alunos do PER precisam apresentar um projeto ao longo da formação, como se fosse um Trabalho de Conclusão de Curso (TCC). O trabalho desenvolvido por Celso trata do uso da irrigação de forma automatizada para aumentar a produção por metro quadrado. “Colocamos tudo no papel e cheguei à conclusão que antes de pensar em ampliar as estufas para o plantio de hortaliças é preciso crescer no rendimento. Eu ainda preciso fechar os números com precisão, mas já posso dizer com convicção que posso melhorar a produtividade”, conta.

Sobre os conteúdos aprendidos ao longo da formação, Fantin avalia que teve a oportunidade de se desenvolver, pois os conhecimentos são totalmente aplicáveis à propriedade. “O curso é muito bom, principalmente porque, conforme as aulas vão acontecendo, aplica os conhecimentos na prática. Isso faz com que seja possível fazer a ponte entre a teoria e como aquilo ser para o nosso dia a dia”, diz.

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