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Brasil ganha prêmio do FONTAGRO, apoiado pelo BID, por iniciativa contra os efeitos da mudança climática
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Adapta Sertão, projeto apoiado pelo SENAR no semi-árido nordestino, é considerado o mais inovador de 2015

18 de março 2016
Por Senar

O projeto Adapta Sertão, apoiado pelo Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (SENAR), foi reconhecido como a mais inovadora iniciativa para adaptação às mudanças climáticas de 2015, na categoria Associações de Produtores e ONGs . O prêmio foi anunciado pelo FONTAGRO - Fundo Regional para Tecnologia na Agricultura, patrocinado por o BID. Ao todo, foram avaliados 49 trabalhos, desenvolvidos nos últimos 15 anos por intermédio do programa. Os vencedores receberão um prêmio de R$ 60 mil durante cerimônia, no dia 17 de maio, em Washington DC.

Durante o concurso, o FONTAGRO, apoiado pelo Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), buscou identificar experiências bem sucedidas na América Latina e Caribe que possam ser aproveitadas em outras partes do mundo. Além do projeto brasileiro que prevê a adaptação climática na região semiárida da Bahia, outras iniciativas foram premiadas. Entre elas, o programa boliviano para a criação de peixes e um método de irrigação usando água da chuva desenvolvido na Nicarágua e no México. Também a produção e exportação de quinua orgânica do Altiplano peruano.

O Secretário Executivo do SENAR, Daniel Carrara, e o vice-presidente da Faeb, Humberto Oliveira, se reuniram com Hugo Li Pun (ao centro da imagem), Secretário Executivo do FONTAGRO

O Adapta Sertão, coordenado pela Rede de Desenvolvimento Humano (REDEH), do Rio de Janeiro, já havia sido apresentado nos Estados Unidos. Durante viagem a Washington DC, no início deste mês, o secretário executivo do SENAR, Daniel Carrara, e o vice-presidente da Federação da Agricultura e Pecuária da Bahia (Faeb), Humberto Oliveira, falaram da experiência em uma palestra no evento Cracking the Nut, promovido pelo BID.

Para o FONTAGRO, os esforços que vêm sendo feitos para o treinamento e a disseminação do conhecimento tem ajudado a reduzir a vulnerabilidade de agricultores às mudanças climáticas. Segundo Daniel Carrara, o objetivo da instituição é ampliar significativamente programas que aumentem a resiliência da maioria dos 5 milhões de produtores rurais brasileiros, de forma a fomentar a produtividade e minimizar os efeitos da mudança climática.

Mudanças climáticas
Estudo publicado pelo BID em 2014 apontou que as mudanças climáticas afetarão diretamente a agricultura e as famílias que dela dependem na América Latina e no Caribe. Ainda de acordo com o estudo, a frequência de inundações e secas na América aumentou 20 vezes entre a primeira metade do século 20 e a primeira década do século 21.
A agricultura familiar tem papel importante na América Latina e no Caribe, onde há 17 milhões de pequenas propriedades. Juntas, essas famílias são responsáveis por 40% da produção de alimentos.

Saiba Mais
FONTAGRO - Criado em 1998, o FONTAGRO é um mecanismo de cooperação regional que promove ações de inovação na agricultura familiar e segurança alimentar. Ao todo, 15 países fazem parte da organização, que conta com um capital de aproximadamente R$ 400 milhões. O FONTAGRO o é patrocinado pelo BIA e pelo Instituto Interamericano de Cooperação para a Agricultura (IICA). Desde a criação, já financiou mais de US$ 354,8 milhões 100 em projetos e iniciativas.

Países participantes: Argentina, Bolívia, Chile, Colômbia, Costa Rica, Equador, Espanha, Honduras, Nicarágua, Panamá, Paraguai, Peru, República Dominicana, Uruguai e Venezuela.

Adapta Sertão - É uma coalizão de organizações que atua no semiárido Brasileiro buscando viabilizar estratégias e tecnologias sociais para adaptação a mudança climática da agricultura familiar. Tem como foco de atuação inicial o interior da Bahia, especificamente, o Território Identidade Bacia Jacuípe e munícipios vizinhos. A meta é beneficiar diretamente um mínimo de 800 famílias até 2018. O programa promove o cooperativismo como forma de desenvolvimento local e aposta no empreendedorismo para fazer frente aos desafios. Sua estratégia começa pela estruturação das propriedades rurais a partir do Modulo Agroecológico Inteligente e Sustentável (MAIS), que foi cuidadosamente desenhado a partir de experimentação e observação prática visando permitir às famílias agricultoras continuar a produzir alimentos também durante as secas anuais ou no caso de uma estiagem prolongada.

O acesso ao crédito, o beneficiamento e processamento adequado dos produtos, o estímulo a comercialização são as outras vertentes trabalhadas no modelo proposto. O Adapta Sertão coloca também a disposição da agricultura familiar os recursos da pesquisa científica e a articulação de políticas públicas de modo a aprimorar a alocação de recursos técnicos, financeiros e humanos.

Assessoria de Comunicação do SENAR
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