Campo Futuro levanta custos de produção de grãos em SP, GO e DF

Levantamento analisou as culturas de amendoim, soja, milho, feijão, trigo, sorgo e algodão

Por CNA 1 de agosto 2025
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Brasília (01/08/2025) – Essa semana o Projeto Campo Futuro analisou os custos de produção de grãos em São Paulo, Goiás e Distrito Federal.

O levantou analisou as culturas de amendoim, soja, milho, feijão, trigo, sorgo e algodão com apoio das federações de agricultura e pecuária estaduais, sindicatos rurais e institutos de pesquisa.

São Paulo - Em Tupã (SP), no dia 28, o levantamento analisou os custos do amendoim em condições climáticas irregulares, atraso e falhas nas chuvas que impactaram diretamente a produtividade e a qualidade. A produtividade média foi de 300 sacas por hectare, abaixo do alvo técnico de 450 sacas.

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De acordo com a análise, a cultura tem apresentado problemas causados pela estiagem por dois anos seguidos, o que tem afetado o padrão do grão e elevado o risco de aflatoxina (substância tóxica), reduzindo o mercado e direcionando parte da produção para a indústria de óleo.

Na terça (29), em Campos de Holambra, os dados mostraram excelente desempenho nas principais culturas irrigadas. A soja de verão produziu 85 sacas por hectare, enquanto a soja segunda safra irrigada chegou a 75 sacas.

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O milho verão atingiu 190 sacas por hectare e o milho segunda safra, 160 sacas. O algodão registrou 150 sacas de pluma por hectare, com rendimento de 45%. O feijão de inverno produziu 55 sacas, o trigo chegou a 78 sacas e o sorgo, 100 sacas por hectare.

Goiás – O projeto analisou a cultura da soja e milho no município de Rio Verde na quarta (30). De acordo com a avaliação, a soja apresentou média de 67 sacas por hectare, com impacto negativo de plantas daninhas.

O Campo Futuro registrou ainda uma experiência com produção biológica de soja na região, utilizando compostos orgânicos e bioinsumos produzidos na propriedade. Embora tenha exigido mais aplicações, o custo final foi semelhante ao convencional e a produtividade foi duas sacas menor.

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O milho segunda safra teve produtividade de 125 sacas por hectare. As chuvas tardias beneficiaram lavouras mais novas, enquanto os talhões mais precoces enfrentaram excesso de umidade na colheita.

Em Cristalina, na quinta (31), o levantamento de custos avaliou a soja sequeiro, que produziu 68 sacas por hectare, com lavouras precoces alcançando até 75 sacas. Já a soja irrigada fechou com 82 sacas por hectare.

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O feijão das águas alcançou 48 sacas, com clima favorável. No milho segunda safra, os talhões iniciais apresentaram produtividades mais baixas, com média de 100 sacas no sequeiro e 165 sacas no irrigado. O sorgo rendeu 90 sacas por hectare e o trigo sequeiro, 35 sacas.

Distrito Federal – O projeto analisou a soja sequeiro na região do PAD-DF na sexta (1º). A cultura alcançou produtividade de 72 sacas por hectare, com destaque para as lavouras precoces. A soja irrigada atingiu 83 sacas.

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Já o milho verão produziu 210 sacas por hectare. Na segunda safra, o milho irrigado atingiu 175 sacas e o sequeiro, 130 sacas. O feijão da primeira safra fechou com 45 sacas e o feijão de inverno irrigado, afetado pela mosca branca, rendeu 50 sacas. O trigo irrigado registrou 115 sacas por hectare e o sorgo teve média de 100 sacas por hectare.

O assessor técnico da CNA, Tiago Pereira, explica que de forma geral, os insumos (sementes, fertilizantes e defensivos) representaram cerca de 35% do custo total das culturas analisadas. Além disso, os itens fora do controle direto do produtor como maquinário, manutenção, mão de obra e o custo do dinheiro somaram 65% do custo total e vêm comprometendo a rentabilidade, mesmo em safras tecnicamente boas.

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