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Na COP 28, CNA promove painel sobre geopolítica na segurança alimentar
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Vencedor do Nobel da Paz participou do evento

11 de dezembro 2023
Por CNA

Dubai, Emirados Árabes Unidos (11/12/2023) – A CNA realizou na COP 28, no domingo (10), um painel para debater a geopolítica da segurança alimentar com a presença do cientista paquistanês Rattan Lal, vencedor do Prêmio Nobel da Paz em 2007 e do Prêmio Mundial da Alimentação 2020.

O debate que encerrou o Dia do Agro foi moderado pelo presidente da Comissão Nacional de Meio Ambiente e chefe da delegação da CNA na COP, Muni Lourenço, e teve a participação do embaixador Roberto Azevedo, ex diretor-geral da Organização Mundial do Comércio (OMC) e presidente da Iniciativa Internacional para o Agronegócio Brasileiro.

Muni destacou o papel do Brasil na conciliação da produção de alimentos e na preservação do meio ambiente. Na sua avaliação, os debates mostraram o reconhecimento mundial do que o país tem feito em termos de sustentabilidade. “O Brasil tem sido um exemplo notável de país em desenvolvimento que tem uma agricultura tropical de baixo carbono, produzindo e tendo liderança na segurança alimentar e no enfrentamento das mudanças climáticas”.

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No painel, o embaixador Azevedo falou sobre o tema “Ações ambientais como barreiras ao comércio internacional”. De acordo com ele, este é um desafio que exige negociações complexas e o setor do agro precisa buscar aliados para mostrar seu compromisso com a sustentabilidade.

“Essa conversa precisa acontecer com base na ciência. Se por um lado nos orgulhamos da nossa agricultura, por outro nos alça a uma condição que nos traz todo um contexto de competição que vão usar a questão ambiental para a imposição de barreiras”.

Já o cientista Rattan Lan destacou o papel brasileiro na questão da agricultura sustentável no mundo. Ele avaliou que o país é um dos que tem maior potencial para sequestro de carbono e que pode produzir melhor, ou seja, mais no mesmo espaço. Segundo ele, o exemplo da pesquisa, que fez o Cerrado passar de uma área imprópria para a produção para se tornar umas das principais regiões produtoras do país, é um exemplo do potencial brasileiro.

Lal ressaltou, também, que o Brasil pode aprimorar ainda mais sua produtividade de alimentos e energia de maneira sustentável com tecnologias como agricultura de precisão e irrigação, preservando o solo e melhorando a infraestrutura.

Neste contexto, ele destacou que o país pode cooperar usando seu conhecimento em prol de outras regiões, como a África Subsaariana, para ajudar a combater o problema da fome e garantir a segurança alimentar. “Na África, principalmente as crianças, estão passando fome e subnutridas. E o Brasil pode ajudar a resolver esta questão e ser um líder em fornecer alimentos, ajudando a transformar a agricultura e os sistemas alimentares.

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Por último, o vencedor do Prêmio Nobel da Paz e Prêmio Mundial da Alimentação afirmou que a segurança alimentar, a segurança energética e a segurança climática têm relação direta com a paz mundial. “A comida é um direito humano básico, mas ainda não há comida suficiente para toda as pessoas, porque temos quase um bilhão de pessoas no mundo com fome. E enquanto não houver comida para todos, não teremos paz”.

No final do encontro, Muni Lourenço fez um balanço positivo do Dia do Agro. “Tivemos um debate de alto nível técnico, com a participação de grandes autoridades de nível mundial, técnicos, negociadores, promovendo um intercâmbio técnico bastante enriquecedor”.

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