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CNA debate conservação e desenvolvimento na Amazônia
Presidente da Comissão Nacional de Meio Ambiente da CNA, Muni Lourenço, participou do “AgroMais Summit Internacional”
Brasília (20/11/2020) – A Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), em parceria com o canal AgroMais, promoveu na sexta (20) o “AgroMais Summit Internacional” para debater a conservação e o desenvolvimento na Amazônia.
A discussão foi conduzida pelo jornalista Marcelo D’Angelo e contou com a participação do presidente da Comissão Nacional de Meio Ambiente da CNA e da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado do Amazonas (Faea), Muni Lourenço, do consultor da CNA, embaixador Mário Vilalva, e do presidente da Earth Innovation Institute, Daniel Nepstad.
Em sua apresentação, Muni Lourenço falou sobre os debates mundiais em relação à Amazônia e da dificuldade que muitos têm em compreender a realidade da região. “Por ser um território muito rico em minério e biodiversidade, a Amazônia desperta olhares e interesses no mundo”.
Muni afirmou que existe o equilíbrio entre a produção de alimentos e a sustentabilidade ambiental na região. “Estamos convencidos de que é possível e não há contradição entre esses dois fatores. É uma realidade que já vem acontecendo nas propriedades rurais amazônicas”.
Durante o evento, o presidente da Comissão Nacional de Meio Ambiente da CNA falou da importância do governo brasileiro em intensificar as políticas públicas para viabilizar a produção agropecuária, a sustentabilidade e a geração de emprego e renda para a população amazônida. “É extremamente importante fazer com que a tecnologia, a ciência e a Assistência Técnica e Gerencial cheguem mais amplamente até a Amazônia”.
Ao falar das dificuldades da região, Lourenço destacou a necessidade de planejamento e de regularização fundiária. “A titularidade de terras na Amazônia só traz benefícios para o meio ambiente porque a partir do momento em que uma área é titulada, o proprietário é responsável por qualquer passivo ambiental ou eventual infração”.
Muni Lourenço também afirmou que os produtores são verdadeiros heróis, pois enfrentam carência de infraestrutura e logística, doenças tropicais e dificuldade de acesso ao crédito rural em razão da falta de regularização fundiária. “Temos que deixar claro que eles não podem ser confundidos com transgressores da legislação ambiental”.
Lourenço finalizou sua apresentação falando sobre a importância do Pagamento por Serviços Ambientas (PSA) para reconhecer as boas práticas nas propriedades rurais. “Na Amazônia, o produtor é obrigado a preservar 80% da propriedade e, ainda assim, o mundo inteiro pressiona o Brasil para que tenha o zelo cada vez maior com a região. Entretanto, é preciso também que haja contrapartida de reconhecimento a esse esforço que vem sendo feito pelos produtores rurais”, concluiu Muni.
Já o presidente da Earth Innovation Institute, Daniel Nepstad, falou sobre o desafio do Brasil em mudar a imagem do setor agropecuário no exterior. “Acredito que o país precisa humanizar a imagem do setor produtivo, aproveitar melhor a ciência e o proativismo agroambiental”.
Nepstad destacou que a falta de incentivos para florestas privadas no Brasil é uma grande falha de mercado, mas a conservação florestal é maior que em diversos países.
“O setor agropecuário tem uma grande proposta para conservação de florestas, embasado no Código Florestal, que é o Pagamento por Serviços Ambientas, em que o produtor recebe pela restauração do meio ambiente. É uma inciativa que está acontecendo aos poucos, mas existem investidores prontos para tapar esse buraco”.
Para o consultor da CNA, embaixador Mario Vilalva, o Brasil sempre teve que se defender das acusações de outros países mesmo tendo uma rigorosa legislação em matéria de meio ambiente. “Sempre fomos protagonistas nas negociações internacionais no âmbito da sustentabilidade”.
Segundo o embaixador, hoje existe uma boa fonte de recursos para o Brasil melhorar seu desempenho na Amazônia. “Precisamos discutir que tipo de cooperação podemos estabelecer com os parceiros internacionais para proteger o território amazônico”.
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