CNA debate impactos da importação de lácteos na pecuária nacional
Tema foi abordado em audiência pública na Câmara
Brasília (19/10/2023) – A Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) participou, na quinta (19), de audiência pública na Comissão de Relações Exteriores e de Defesa Nacional da Câmara para discutir os impactos do Acordo do Mercosul de importação de lácteos na pecuária nacional.
A audiência foi conduzida pela deputada federal e presidente da Frente Parlamentar em Apoio ao Produtor de Leite, Ana Paula Leão (PP-MG). O presidente da Comissão Nacional de Bovinocultura de Leite da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil, Ronei Volpi, participou da reunião juntamente com representantes do setor e destacou a posição da CNA.
Segundo ele, o setor leiteiro no Brasil vem sendo impactado negativamente por práticas desleais e subsídios adotados por países do Mercosul. “Nós aqui no Brasil precisamos de proteção. Como ações emergenciais, será preciso atuar contra subsídios argentinos, com tarifas de importação sobre produtos subsidiados e celebração de acordo de cotas para disciplinar as importações”, afirmou.
Para ele, as importações nesse ano aumentaram exponencialmente e estão impactando o dia a dia do produtor rural brasileiro. “Estamos enfrentando uma concorrência desleal em cima de subsídios. Pelo princípio da equivalência não podemos permitir isso e o governo tem de nos dar meios para nos equipararmos”.
Sobre a publicação do decreto com alterações no Programa Mais Leite Saudável, Volpi destacou o empenho do governo, mas ponderou que a medida passa a valer em 90 dias, por imposição legal.
“Isso faz com que a nossa preocupação continue porque como estamos agora, em janeiro ou fevereiro, o leite brasileiro pode estar mais barato que o argentino. É algo que precisamos levar muito em consideração”, ressaltou.
Durante sua participação, Volpi também contextualizou os desafios que o setor está enfrentando e apresentou dados dos impactos no mercado interno do leite. Segundo ele, nos últimos 12 meses, houve uma redução de 5,9% nos custos, mas os produtores rurais tiveram 26,2% na redução de receita. “Uma disparidade desastrosa para o setor produtivo”, afirmou.
Volpi explicou que a retração de preços que vem corroendo as margens da atividade, permeia todos os extratos de produção, independentemente do tamanho, sendo que os menores produtores são os mais impactados. “Como consequência, temos o abandono da atividade, queda da produção nacional, dependência do mercado externo e ficamos à mercê da volta da inflação dos alimentos”.
Ele falou, ainda, sobre as medidas de apoio financeiro aos produtores, afirmando que a CNA já solicitou formalmente ao governo que sejam considerados alguns pontos, como o aumento de prazos de custeio para retenção de matrizes, linhas emergenciais para capital de giro e renegociação de dívidas com novo prazo de 36 meses.
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