CNA debate proposta da cadeia produtiva do cacau no acordo comercial entre Mercosul e União Europeia
Brasília (24/07/2018) - A Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) se reuniu com representantes da cadeia produtiva do cacau para debater o capítulo que trata sobre as regras de origem para o produto e seus derivados dentro do acordo comercial entre Mercosul e União Europeia (UE).
A proposta do setor é que se crie uma regra de origem, ou seja, estipular um percentual mínimo de cacau brasileiro que precisa estar presente nos produtos acabados (como licor, pasta ou chocolate) que a Europa pretende exportar para o Brasil.
Segundo a assessora de Negociações Internacionais da CNA, Camila Sande, a UE tinha sugerido uma norma muito flexível que não agradou ao setor brasileiro. Os representantes da cadeia querem que seja mantida a proposta que determina que os produtos processados na União Europeia e exportados para o Brasil tenham, pelo menos, 20% de cacau originários, ou seja, produzidos pelas partes do acordo.
A sugestão também prevê que os produtos precisariam ser industrializados apenas na UE e não comprados de terceiros e revendidos ao Brasil.
“A proposta que está hoje na mesa dá uma certa proteção, mas não é a ideal que o setor está buscando. Ainda não conseguimos avançar porque a UE alega que o setor brasileiro não é um grande exportador de cacau e que, portanto, não pode restringir que os produtos europeus tenham um percentual de fruto brasileiro”, afirmou.
Guilherme Moura
O presidente da Câmara Setorial da Cadeia Produtiva do Cacau e vice-presidente de Desenvolvimento Agropecuário da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado da Bahia (FAEB), Guilherme de Castro Moura, explica que a cadeia produtiva do cacau passa por um processo de reestruturação e ainda tem grandes desafios para melhorar a sua competitividade.
“Eu acho que a negociação está sendo impositiva. A gente cedeu nas regras de origem, mas agora eles estão querendo retirar por completo. É importante que, pelo menos, o percentual de 20% seja preservado, pois ele permitirá a reorganização da cadeia e que a gente ajuste a situação do Brasil ao mercado internacional”, declarou ele.
A reunião também contou com a participação do assessor técnico da Comissão Nacional de Fruticultura da CNA, Eduardo Brandão, e de assessores da Superintendência de Relações Internacionais da entidade. Um novo encontro para tratar do assunto será realizado no dia 1º de agosto, liderado pela Aliança AgroBrazil, grupo de negociações internacionais do Agro.
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