CNA defende eficiência no seguro rural em seminário em São Paulo

Brasília (22/09/2025) – A Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) participou, na sexta-feira (19), do Seminário Técnico Nacional sobre “Gestão de riscos agropecuários e seguros paramétricos”, em São Paulo.

O evento reuniu especialistas e lideranças do setor para debater alternativas que garantam mais segurança e sustentabilidade à produção rural. A CNA foi uma das organizadoras do evento, juntamente com a Sociedade Rural Brasileira (SRB), FGV Agro, OCB, CNSeg e Fenseg. 

O assessor técnico Guilherme Rios representou a CNA em um dos painéis e destacou a importância de alinhar políticas públicas de crédito e seguro rural à realidade dos produtores. Ele também alertou para o atual cenário de endividamento do setor.

Segundo Rios, as dificuldades enfrentadas pelo setor não resultam apenas de eventos climáticos, mas também de falhas históricas no apoio ao produtor. “O que vivemos hoje é consequência da ausência de políticas adequadas no passado, somada não só aos impactos do clima, mas também às distorções de mercado”, afirmou.

“É importante trabalhar para maior eficiência do Proagro, potencializando o Programa de Subvenção ao Prêmio do Seguro Rural (PSR) com público específico, garantindo que o Proagro cumpra sua função com as atividades de menor importância econômica”, destacou.

Rios falou ainda sobre o orçamento 2025 que destinou recursos ao PSR, porém, do valor total, R$ 1,06 bilhão, cerca de 42%, está contingenciado. E a cobertura do programa, até 16 de setembro, chegava a 2,19 milhões de hectares, com estimativa de alcançar 4 milhões até o fim do próximo ciclo.

O assessor destacou ainda a previsão do Projeto de Lei Orçamentária Anual (PLOA) de 2026 para as ações do Proagro e do PSR. No entanto, segundo o projeto, a distribuição permanece desigual, com R$ 1,09 bilhão destinado ao PSR, enquanto o Proagro receberá R$ 6,61 bilhões.

Soluções – Guilherme Rios apresentou propostas para ampliar a adesão ao seguro rural, como o fortalecimento do Zoneamento Agrícola de Risco Climático – Níveis de Manejo (ZarcNM), a melhoria da eficiência na aplicação dos recursos do Proagro e do PSR, o incentivo ao uso de instrumentos de hedge para mitigar as incertezas do mercado e a criação de mecanismos de bonificação aos produtores que contratam o seguro.

 Ele também citou o Projeto de Lei nº 2951/2024, de autoria da senadora Tereza Cristina, que propõe a modernização do seguro rural, como uma oportunidade de avanço.

 “Temos um longo trabalho a ser feito, mas acredito que essas iniciativas vão nos guiar para o que precisa ser feito”, concluiu.