CNA destaca papel da irrigação para segurança alimentar
Tema foi abordado durante palestra em Campo Grande (MS), na terça (2)
Brasília (03/12/2025) - A Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) reforçou, na terça (2), a importância estratégica da agricultura irrigada para o aumento da produtividade, a segurança alimentar e o desenvolvimento regional.
O debate aconteceu durante o 1º Workshop “Irrigação para o Desenvolvimento Sustentável”, no Sindicato Rural de Campo Grande (MS), promovido pela Associação dos Engenheiros Agrônomos do MS, Associação dos Irrigantes (AIEMS) e Associação dos Produtores de Arroz e Irrigantes (Apai/MS).
A assessora técnica da Comissão Nacional de Irrigação da CNA, Jordana Girardello, apresentou uma análise abrangente sobre os avanços e desafios da irrigação no Brasil, com foco nas ações conduzidas pela comissão.
Ela ressaltou que a reserva de água é um instrumento crucial para garantir segurança hídrica e ampliar a capacidade de produção de alimentos. “Políticas públicas que assegurem disponibilidade hídrica para irrigação são decisivas para elevar a eficiência do setor e reduzir os impactos das mudanças climáticas”, afirmou.
Outro ponto destacado por Jordana foi a tarifa diferenciada de energia para irrigação. A assessora alertou que o benefício vem sendo ameaçado e reforçou que a CNA tem atuado para manter o desconto em vigor, com aplicação em horários que atendam à realidade do produtor.
Jordana falou ainda da regulamentação da Lei Nacional de Irrigação, lembrando que a efetiva implementação pode proporcionar segurança jurídica, atrair investimentos e fortalecer práticas sustentáveis no campo.
A assessora abordou também a atuação da Comissão Nacional de Irrigação no Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos Hídricos. De acordo com Jordana, o colegiado trabalhou para o fortalecimento dos Comitês de Bacias Hidrográficas, ambientes essenciais para a tomada de decisão sobre o uso da água, e enfatizou a necessidade do protagonismo do setor irrigante nas discussões de planejamento hídrico.
Ao final da palestra, Jordana explicou o funcionamento da cobrança pelo uso dos recursos hídricos, prevista na Política Nacional de Recursos Hídricos, acrescentando que a cobrança não é uma taxa, “mas um instrumento de gestão que incentiva o uso racional da água e gera recursos destinados a ações de preservação, monitoramento e melhoria da gestão hídrica”.
Para garantir a eficácia desse mecanismo, Jordana reforçou que os Comitês de Bacias Hidrográficas exercem papel central como indutores e fiscalizadores da política, aplicando metodologias de cobrança que estejam alinhadas às demandas do setor rural.
“Para a CNA, o fortalecimento dos comitês de bacia e a participação ativa dos irrigantes nas decisões garantem maior representatividade e planejamento mais eficiente, contribuindo para a sustentabilidade e a competitividade do agro brasileiro”, concluiu.