CNA discute estratégias para recuperação do setor de borracha natural
Especialistas e pesquisadores debateram o assunto em live na quinta (22)
Brasília (23/10/2020) – A Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) discutiu as estratégias para recuperação do setor de borracha natural em uma conversa ao vivo pelas redes sociais na quinta (22).
Participaram da live o presidente da Comissão Nacional de Silvicultura e Agrossilvicultura da CNA, Walter Rezende, o presidente da Câmara Setorial da Cadeia Produtiva da Borracha Natural do Ministério da Agricultura, Antônio Carlos Gerin, a pesquisadora científica da Secretaria de Agricultura e Abastecimento de São Paulo, Elaine Gonçalves e o professor da Esalq/USP e produtor de borracha Natural Marcos Bernardes.
A CNA atua na defesa das demandas dos heveicultores brasileiros. Em abril deste ano, a Confederação e o Instituto de Economia Agrícola (IEA) da Secretaria de Agricultura do Estado de São Paulo lançaram o índice de preços de referência para importação da borracha natural, que serve como parâmetro e balizador de negociação para contratos de comercialização.
“A borracha natural é matéria-prima estratégica para o desenvolvimento do país, pois é utilizada na fabricação de diversos produtos. No entanto, existe um alto investimento do produtor e o retorno só ocorre em longo prazo. Por isso, é necessário o desenvolvimento de políticas públicas que permita a sustentação do setor”, destacou Walter Rezende.
Ele lembrou que o Brasil produz cerca de 40% da borracha natural utilizada no mercado interno. O restante é importado, o que gera prejuízos aos seringueiros brasileiros devido à baixa alíquota de importação.
O presidente da Câmara Setorial do Mapa ressaltou a necessidade de modernizar as relações de compra e venda da borracha natural. “É fundamental o produtor ter o preço mínimo do custo da produção garantido. Somente assim será possível tornar a atividade rentável e reverter a situação atual do setor”.
A pesquisadora Elaine destacou algumas pesquisas que poderão viabilizar e garantir melhorias ao setor. “Focamos as pesquisas no desenvolvimento e na avaliação de novas mudas mais produtivas e adaptáveis para reduzir o período de maturidade e antecipar a sangria da árvore”.
Para o professor e produtor rural Marcos Bernardes, as alternativas de recuperação do setor passam pela redução de custos de produção.
“É necessário ter sistemas de sangria que ajudem na otimização da mão de obra. Além disso, a seringueira deve ser cultivada por meio do Sistema Agroflorestal (SAF) para garantir maior produtividade ao produtor rural”, observou.
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