CNA e Famato apresentam custos de produção da suinocultura em Mato Grosso

Circuito de Resultados do Projeto Campo Futuro reuniu produtores rurais em Sorriso (MT), na noite de quinta (28)

Por CNA 29 de agosto 2025
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Campo futuro mt suinocultura

Brasília (29/08/2025) – A Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) e a Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso (Famato) apresentaram os custos de produção da suinocultura na região e no país, durante o Circuito de Resultados do Projeto Campo Futuro, que reuniu produtores rurais e técnicos no Sindicato Rural de Sorriso, na quinta (28).

O evento foi promovido em parceria com o Sindicato Rural, Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea) e a Associação dos Criadores de Suínos de Mato Grosso (Acrismat).

Na abertura, o diretor de Relações Institucionais da Famato, Ronaldo Vinha, destacou a importância de reunir os produtores para debater temas que fortalecem a suinocultura mato-grossense.

Em seguida, o presidente da Acrismat, Frederico Tannure Filho, ressaltou a relevância dos conteúdos abordados e enfatizou a importância da cooperação entre as entidades. Segundo ele, essa união é fundamental para oferecer mais suporte ao produtor e auxiliá-lo a conduzir sua atividade da melhor forma possível.

Palestras - A programação contou com palestras voltadas ao cenário econômico, à gestão de propriedades e à biosseguridade na suinocultura.

Giovanni Caetano, coordenador de Análise e Inteligência de Dados da Labor Rural, apresentou os resultados dos painéis do projeto Campo Futuro realizados em 2025 em Mato Grosso, com foco em suinocultores independentes e integrados (Unidades Produtoras de Leitão e Unidades de Terminação). Segundo ele, apesar da recuperação dos preços do suíno em 2025, o aumento dos custos de produção, sobretudo na suinocultura integrada, pressionou as margens.

Ainda assim, o assessor técnico da CNA, Rafael Ribeiro, afirmou que os resultados positivos representam uma melhora em relação aos anos anteriores, quando o cenário era predominantemente negativo.

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O coordenador de Não Ruminantes da Labor Rural, Paulo Paiva, conduziu a segunda palestra e ressaltou a importância da gestão de dados nas propriedades. Ele destacou que a coleta e análise de informações geram indicadores essenciais para o planejamento e a tomada de decisões.

Paiva também comparou os riscos das atividades independente e integrada: no modelo independente, o produtor assume integralmente os custos e riscos, mas pode obter margens mais altas em períodos de valorização. Já na integração, os custos e riscos são compartilhados com a indústria, que fornece nutrição, animais e garante a compra da produção.

Encerrando o ciclo de palestras, Kellem Lopes, coordenadora de Serviços Veterinários da Agroceres PIC, trouxe um enfoque técnico sobre biosseguridade. Ela falou sobre os impactos econômicos de surtos endêmicos e o papel do produtor na prevenção, além de destacar a robustez da defesa agropecuária brasileira e do Serviço Veterinário Oficial (SVO).

"O Brasil é reconhecido internacionalmente como livre das principais doenças que afetam a suinocultura mundial, como a Peste Suína Africana (PSA) e a Síndrome Reprodutiva e Respiratória dos Suínos (PRRS), condição que fortalece o mercado interno e amplia oportunidades de exportação", afirmou.

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Kellem reforçou ainda que a prevenção deve ser entendida não como custo, mas como investimento, já que surtos sanitários podem acarretar perdas totais de animais e dos recursos aplicados.

Saldo positivo - Rafael Ribeiro comemora afirmando que o evento atendeu às expectativas ao apresentar um panorama da atividade no estado, além de comparativos com outras regiões do país. Ele pontuou a importância de orientar os produtores sobre a correta utilização dos dados coletados.

“Mais do que mostrar os resultados, buscamos dar ferramentas para que o produtor saiba analisar os dados, transformá-los em indicadores e utilizá-los nas estratégias e decisões da atividade”, afirmou.

Segundo Ribeiro, os temas discutidos no encontro, sanidade animal e biosseguridade nas granjas, foram demandados pelos próprios produtores, escolhidos para o evento em função da relevância econômica e dos riscos associados a doenças que afetam o setor, como a influenza aviária e a peste suína africana.

“A sanidade é um ponto sensível e de grande impacto. Os produtores têm papel fundamental na adoção de medidas de biosseguridade, e o objetivo foi justamente trazer informações práticas de prevenção para reduzir riscos nas granjas”, explicou Ribeiro.

O próximo evento do Circuito de Resultados do Projeto Campo Futuro será em Chapecó (SC) para apresentar os custos de produção da pecuária de leite. Para saber mais, acesse: https://cnabrasil.org.br/eventos/circuito-de-resultados-campo-futuro-2025

 

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