CNA encerra Workshop Internacional Farmácia Rural com visita de campo

Evento debateu desafios, inovações e prioridades para pequenos cultivos

Por CNA 1 de agosto 2025
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Brasília (01/08/2025) – A Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) promoveu, na quinta (31), uma visita de campo a uma propriedade rural em Cristalina (GO) e à Embrapa Hortaliças, que marcou o encerramento da programação do Workshop Internacional “Farmácia Rural - Avanços, Desafios e Prioridades para Pequenos Cultivos”.

O evento reuniu, entre os dias 28 e 31 de julho, especialistas de 15 países, que representaram setor produtivo, pesquisa, indústria e governos do Brasil e da América Latina, com o objetivo de discutir propostas para estimular o desenvolvimento de pesquisas e o registro de defensivos agrícolas para pequenos cultivos.

O evento foi aberto na segunda (28), com a presença da Minor Use Foundation, uma das principais entidades mundiais sobre culturas especiais, e foram traçadas estratégias para ampliar o acesso a tecnologias e insumos voltados a pequenos cultivos.

Na terça (29), os debates deram ênfase na agricultura latino-americana. Painéis técnicos discutiram a definição de Limites Máximos de Resíduos (LMRs), regulamentações em cada país e detalhamento de quais estudos são conduzidos. Também foi apresentado o projeto de priorização regional das necessidades fitossanitárias, conduzido pela Fundação.

Os participantes também apontaram encaminhamentos como articulação institucional, capacitação, produção de dados científicos e cooperação internacional.

Já na quarta (30), foram abordados os processos de registro de defensivos, iniciativas para ampliar a farmácia rural, como ferramentas químicas e biológicas de proteção de plantas, além de uma mesa redonda sobre os próximos passos para a expansão do modelo.

Campo - Por fim, na quinta (31), foi realizada uma visita de campo à fazenda Agrícola Wehrmann, em Cristalina (GO), e à Embrapa Hortaliças, no DF. Letícia Barony, assessora técnica da CNA, destacou a estratégia por trás do encontro.

“Nosso objetivo é garantir ao produtor rural ferramentas no manejo de pragas e doenças, e para isso é necessário ampliação da farmácia rural, ou seja, ampliação do leque de produtos registrados e recomendados para pequenas culturas, o que leva também a maior segurança ao consumidor”.

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Durante a visita, foram observados a produção de batata semente, cultivo de cenoura, além de apresentação sobre a biofábrica, utilizada para a produção de bioinsumos destinados especialmente ao manejo de doenças nas hortaliças cultivadas na propriedade.

Pedro Duarte, engenheiro agrônomo da CropLife Brasil, acredita que participar do workshop foi uma oportunidade para discutir interações entre academia, indústria, governo e pesquisa.

“O dia de campo é essencial para que participantes internacionais conheçam a nossa agricultura tropical. Está sendo um intercâmbio valioso”, declarou.

Já na Embrapa Hortaliças, os participantes visitaram experimentos de batata-doce, morango e o programa de pesquisa de alho-semente livre de vírus, com mais de 30 anos de desenvolvimento, que contribui para a produtividade e qualidade do setor.

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Soraya de Pinho, do Sindicato Nacional da Indústria de Produtos para Defesa Vegetal (Sindiveg), avaliou que o evento foi “tecnicamente rico”.

“Após dias de teoria, o dia de campo mostrou, na prática, os desafios do produtor. A Embrapa revela o quão complexo é o processo de produção, como o alho, que exige trabalho técnico intenso até chegar à mesa”.

O workshop, organizado pela CNA em parceria com a Minor Use Foundation e apoiado pelo Instituto Interamericano de Cooperação para a Agricultura (IICA), (Fundo de Desenvolvimento de Padrões e Comércio (STDF) e Comitê Minor Crops Brasil, reforçou a cooperação regional, com estímulo à coleta de dados científicos, capacitação técnica e priorização de registros de defensivos para as pequenas culturas.

A diretora executiva da Minor Use Foundation, Anna Gore, ressaltou a importância da integração e troca de experiências entre os países da América Latina. “O Brasil tem grandes exemplos de trabalhos desenvolvidos, com grande participação dos produtores rurais, e a interação com outros países é uma grande oportunidade de troca de experiências e construção de trabalhos em conjunto”.

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