Brasília (09/07/2025) - A Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) participou, na segunda (7), de um debate virtual sobre Globalização e China, promovido pelo Instituto dos Advogados Brasileiros (IAB).
O encontro contou com a presença do diretor jurídico da CNA, Rudy Ferraz, e da diretora de Relações Internacionais da CNA, Sueme Mori. Segundo Rudy Ferraz, discussões como essa são essenciais, já que decisões políticas e geopolíticas impactam diretamente questões sensíveis enfrentadas pelo setor agropecuário.
“Nós sofremos impactos em decorrência dessas decisões de acordos internacionais. Hoje há quase 600 ações tramitando no Supremo Tribunal Federal (STF) que impactam direta ou indiretamente os interesses do agronegócio. Certamente os desdobramentos internacionais terão reflexo principalmente nesse debate”.
Sueme Mori abriu sua apresentação com um panorama das exportações do agro brasileiro e destacou a importância da China nesse processo de expansão. “O crescimento do agro brasileiro tem uma relação enorme com a China, por isso é tão importante entender o país. Acompanhar esses movimentos que a China tem falado sobre produção de alimentos e importação influencia muito para nós do agro”.
Ela também ressaltou os desafios enfrentados pelo Brasil no cenário internacional e a necessidade de atuação estratégica. “O Brasil tem muitos desafios lá fora, e precisa aprender a navegar nesse mundo, tanto para representação ou defesa internacional. A CNA tem três escritórios: em Xangai, Dubai e Singapura, criados com caráter de apoio muito grande e de representação e está estruturando um em Bruxelas, com foco na defesa dos interesses. Nós nos preocupamos muito com o aumento da produtividade, mas tem todo um ambiente que a gente precisa trabalhar institucionalmente para garantir que a gente continue crescendo aqui dentro e lá fora”.
O debate foi conduzido pela jurista e presidente do IAB, Rita Cortez, e pelo presidente da Comissão de Direito Agrário do Instituto, Frederico Price. Também participaram o historiador da política asiática, Egas Bender de Moniz, e o pós-doutor em geopolítica, Guilherme Sandoval Goés.