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Paraná

Com 10 turmas-piloto, SENAR-PR inicia nova versão do PER
PER novo

10 de maio 2019

Por: Comunicação Social - Sistema FAEP/SENAR-PR

O empreendedor é o indivíduo arrojado, inovador e criativo, que toma a iniciativa e estabelece estratégias para delinear o seu futuro. É aquele que consegue observar como seus produtos e serviços estarão colocados no cenário futuro e cria metas para que sua previsão se converta em realidade. Desde que foi criado, em 2003, o Programa Empreendedor Rural (PER) visa desenvolver as competências necessárias junto aos produtores rurais do Paraná, para que consigam levar seus sonhos adiante até torná-los realidade, aprendendo a reconhecer o cenário socioeconômico em que estão inseridos e seu papel nesse processo.

Ao longo de 15 anos, cerca de 30 mil participantes, entre produtores rurais, trabalhadores e familiares passaram pelo programa desenvolvido pelo Sistema FAEP/SENAR-PR, Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae-PR) e Federação dos Trabalhadores Rurais Agricultores Familiares do Empreendedorismo Estado do Paraná (Fetaep). Ao longo deste período, a proposta passou por ajustes e adaptações para acompanhar as mudanças ocorridas na atividade agropecuária.

Neste ano, paralelamente as 35 turmas do PER realizadas nos moldes tradicionais do programa, outras 10 turmas estão em um formato-piloto, que traz um novo modelo de capacitação para os produtores paranaenses. No primeiro semestre de 2019 tiveram início turmas-piloto em Toledo (Oeste), Imbituva (Sudeste), Rio Negro (Região Metropolitana de Curitiba) e Tapira (Noroeste).

Segundo a técnica do SENAR-PR Luciana Matsuguma, coordenadora do PER, nesta proposta estão sendo desenvolvidas novas metodologias para contemplar, simultaneamente, três dimensões do aprendizado: elaboração de um plano de negócios, gestão do conhecimento e desenvolvimento humano. “No início, trabalhávamos estas competências separadamente, em momentos diferentes do curso. Depois essas três dimensões passaram a ser trabalhadas conjuntamente. Agora, além destes elementos, serão trabalhadas as relações entre família, negócio e patrimônio”, explica.

Formato

Com 136 horas de duração, as turmas-piloto contam com 17 encontros, sendo uma visita técnica à propriedade de um ex-participante do programa. “Onde os alunos vão conhecer na prática como foi a caminhada deste produtor durante o programa”, explica Luciana. Segundo ela, o objetivo do PER continua o mesmo: “Desenvolver e estimular o poder pessoal dos empreendedores do agronegócio de forma a ampliar sua capacidade influenciadora nas transformações da sociedade”. Neste percurso, os participantes trabalham uma proposta de mudança no seu negócio rural, com a elaboração de um plano de negócio que devem, ao final, colocar em prática.

Para auxiliar neste processo, cada participante das turmas piloto recebeu um tablet em comodato. O equipamento auxiliará na elaboração do plano de negócio e também facilitará a troca de informações entre instrutores e alunos. “Os participantes deste novo modelo do PER terão acesso a informações específicas, como artigos, vídeos e outros conteúdos”, adianta a coordenadora do programa.

No caso da produtora Eliane Cappellesso, que participa da turma-piloto em Toledo, iniciada no dia 29 de abril, a expectativa é muito boa. “Informação nunca é demais. As coisas mudam, a tecnologia mudou, os meios de se comunicar mudaram, então precisamos nos atualizar”, observa.

Após morar anos na Itália, Eliane retornou ao Brasil e, em fevereiro deste ano, abriu uma queijaria com produção de um tipo diferente de queijo, receita italiana trazida pelo marido, também vindo da terra de Dante. O desafio, segundo ela, está em introduzir essa nova iguaria no mercado consumidor. “Como é um produto novo, as pessoas ainda não sabem como comer, como apreciar. Temos que ir conquistando, mostrando as possibilidades. Espera que o curso também me ajude nesse sentido”, confidencia.

Eliane conta que está atuando na parte administrativa da empreitada, enquanto o marido italiano cuida da produção do queijo. A importância de considerar o aspecto familiar no processo de gestão é um dos destaques do novo PER. “Planejar é olhar para o futuro, desta forma preciso considerar a família”, observa Luciana. Ou seja, o SENAR-PR incentiva a participação de casais, pais, mães e filhos nas turmas.

Para Francisco Pelição, supervisor do SENAR-PR na região de Matelândia, que abrange Toledo, um fator que deverá contribuir para facilitar as relações familiares é que esta nova proposta contempla não apenas aqueles que participam diretamente do curso, mas também os que ficam na empresa rural.

“Nós vemos que essa é uma dificuldade muito grande, pois tecnologia e equipamentos, isso as cooperativas têm aqui na região. A lacuna está muitas vezes na gestão da propriedade a na visão que o empreendedor tem do próprio negócio. Esse é um ponto que o PER irá contribuir muito”, avalia.

Para chegar ao modelo de capacitação que está sendo trabalhado nas turmas piloto do PER foram realizados, ao longo de 2018, diversas reuniões com a presença das instituições gestoras, produtores, instrutores e especialistas para levantar as necessidades de atualização no programa. “Esse processo está sendo construído e validado junto com os produtores. Por isso, a participação é tão importante. Eles são coautores do programa”, finaliza Luciana.

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