COP 30: Mercado de carbono é tema de debate no estande do Sistema CNA/Senar
Encontro marcou a programação do dia na Blue Zone
Belém (15/11/2025) – As discussões em torno do mercado de carbono marcaram a programação do sábado (15) no estande do Sistema CNA/Senar, localizado na Blue Zone.
Os debates reuniram representantes do setor produtivo do agro, pesquisadores, representantes de entidades para discutir a apresentar iniciativas que visem reduzir emissões e aumentar o sequestro de carbono, além de utilizar menos produtos fósseis.
Veja a programação do Sistema CNA/Senar na Blue Zone
Veja programação do Sistema CNA/Senar na AgriZone
Acesse a página especial Agropecuária Brasileira na COP 30
Produtos bioflorestais - O primeiro debate do dia abordou o tema “Bioprodutos de origem florestal – Bem-vindo ao futuro, ele é feito de madeira!”, com a moderação do gerente de políticas florestais e sustentabilidade da Indústria Brasileira de Árvores (Ibá), Adriano Scarpa, que destacou a contribuição da pesquisa e de empresas do setor para a produção sustentável.
Os painelistas foram o vice-presidente de sustentabilidade da Bracell, Márcio Nappo, o diretor-geral da empresa Melhoramentos, Rafael Gibini, a gerente executiva de sustentabilidade da Suzano, Helena Boniatti, e a pesquisadora Josileia Zanatta, da Embrapa Florestas.
O vice-presidente de sustentabilidade da Bracell destacou o trabalho da indústria na produção de fibras naturais e celulose, e no fornecimento de produtos sustentáveis com alto grau de pureza, em substituição a itens de origem fóssil, como o plástico.
Já o executivo da Melhoramentos falou da atuação da empresa para oferecer embalagens sustentáveis e das estratégias de ganhos de competitividade para promover menos danos frente aos métodos tradicionais.
Helena Boniatti, da Suzano, ressaltou a atuação da indústria, que atua no país e no exterior, em ações que buscam benefícios climáticos e remoções de carbono na atmosfera, além das alternativas a combustíveis fósseis. Segundo ela, a Suzano gera mais de 80% da própria energia com fontes renováveis.
Josiéla Zanatta, da Embrapa, por sua vez, falou sobre a utilização de pesquisas da estatal com nanotecnologia para os bioprodutos, elaboração de inventários, quantificação de remoções de carbono e uso florestal do solo.
Prioridades para o agro – O segundo painel do dia abordou o tema “Mercado de carbono: O que é prioridade para o Agro?”, com a moderação da assessora técnica da CNA, Amanda Roza, que reforçou o potencial da agropecuária para contribuir com a redução das emissões.
Os debatedores foram o gerente de sustentabilidade da Indústria Brasileira de Árvores (Ibá), Adriano Scarpa, o consultor da CNA, Rodrigo Lima, e o consultor da Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB), Leonardo Papp.
Scarpa falou da contribuição que o setor de florestas plantadas tem dado para a remoção de carbono na atmosfera e como os produtores podem se beneficiar economicamente com o sequestro de CO² a partir do cultivo de espécies e da restauração florestal.
Lima ressaltou que são necessários critérios para definir a geração e a comercialização de créditos de carbono a partir das contribuições do setor agropecuário e dos biocombustíveis. Entretanto, o país tem grande potencial para contribuir com este mercado, tanto no regulado quanto no voluntário, e o agro precisa ser contemplado no processo de regulamentação no mercado interno.
Para Leonardo Papp, a somatória dos esforços individuais de cada produtor cooperado é um fator importante para a atuação do cooperativismo no mercado de carbono e na redução de emissões de gases de efeito estufa (GEE). Contudo, ponderou, há outros instrumentos que vão além do mercado voluntário.