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Crédito Rural: Demanda diminui 2% em Minas Gerais
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20 de junho 2017
Por CNA

Por: Diário do Comercio

Os produtores de Minas Gerais demandaram menos recursos do crédito rural, disponibilizado por meio do Plano Agrícola e Pecuário 2016/2017. De acordo com os dados da Secretaria de Estado da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Seapa), entre julho de 2016 e maio de 2017, foram desembolsados para o agronegócio mineiro R$ 16,83 bilhões, valor que ficou 2% inferior ao registrado entre julho de 2015 e maio de 2016.

Dos R$ 16,83 bilhões, 56,3% foram destinados para custeio, 22,3% para investimento e 19,8% para a comercialização. Nos 11 primeiros meses da safra 2016/17, foram aprovados 222,14 mil contratos para Minas Gerais, queda de 13%, frente aos 255,6 mil contratos aprovados entre julho de 2015 e maio de 2016.

De acordo com o superintendente de Abastecimento e Economia Agrícola da Seapa, João Ricardo Albanez, a queda na demanda pelos recursos do crédito agrícola pode ser justificada, em parte, por outras opções adotadas pelos produtores para financiar as safras e evitar os juros.

“Observamos que houve uma menor tomada de crédito por parte dos produtores, o que não era esperado em um ano de produção elevada. Uma das justificativas para a redução é o aumento das negociações diretas feitas entre produtores e empresas, como a venda antecipada de parte da safra e a troca de produto por insumos, por exemplo. Esta prática, que é crescente, permite que o produtor obtenha crédito para financiar a safra e evite os juros do Plano Safra, que ainda são altos”, disse Albanez.

O maior volume de recursos foi desembolsado para o setor agrícola. Dos R$ 16,83 bilhões liberados no Estado, R$ 10,57 bilhões foram destinados à agricultura, representando 62,8% do valor total. O montante ficou 7% inferior aos R$ 11,33 bilhões liberados em igual período da safra passada. Ao todo, foram aprovados 85,2 mil contratos, retração de 14%.

Já os desembolsos para a pecuária ficaram 6% maiores e atingiram R$ 6,26 bilhões, ante o valor de R$ 5,88 bilhões liberados entre julho de 2015 e maio de 2016. Foram aprovados 136,8 mil contratos para a pecuária, redução de 13%.

Linhas - Em Minas Gerais, a linha de custeio foi a que demandou maior volume de recursos, 56,3% do total. Para a modalidade foram liberados R$ 9,47 bilhões, queda de 7%. No período, foram aprovados 99 mil contratos, redução de 17%.

Somente para o custeio da atividade agrícola foram liberados R$ 6,38 bilhões, valor que ficou 15% menor. Os recursos da linha foram destinados, principalmente, para a cultura do café, que respondeu por 35% do montante, seguido pela soja, com participação de 27%, milho e cana-de-açúcar, com 8% cada, e algodão, respondendo por 4% do valor liberado.
Para o custeio da pecuária foram liberados R$ 3,09 bilhões, aumento de 13% frente aos 2,73 bilhões liberados anteriormente. No período foram aprovados 42 mil contratos, queda de 7,4%.

De acordo com Albanez, o maior volume de recursos demandados na pecuária tem como justificativa a preocupação dos pecuaristas em estocar alimentos para o rebanho. “Os custos com a alimentação do rebanho aumentaram muito no ano passado em função da quebra da safra de grãos. Acredito que muitos pecuaristas aproveitaram o recurso para antecipar a compra de milho, soja e ração”, explicou o superintendente da Seapa.

A demanda pela linha de investimento também ficou menor. Os dados da Seapa mostram um recuo de 3%, com a liberação de R$ 3,79 bilhões. O resultado negativo veio da pecuária. No período, os desembolsos para a pecuária caíram 13% e somaram R$ 2,01 bilhões.

Na agricultura a liberação do crédito para investimento chegou a R$ 1,75 bilhão, valor que ficou 12% superior aos R$ 1,57 bilhão registrados em igual período do ano safra anterior.
“O aumento da linha de investimento voltada para a agricultura demostra que o produtor está utilizando mais tecnologia e investindo no sistema de produção. Esta ação é importante para melhorar a produtividade e gerar melhor retorno financeiro”.

Os desembolsos da linha de comercialização somaram R$ 3,33 bilhões, aumento de 6%. A alta é proveniente da pecuária, que apresentou incremento de 30% na demanda pelo crédito. No período, os desembolsos para o setor somaram R$ 1,08 bilhão. Na agricultura foi verificada redução de 2% e a liberação de R$ 2,25 bilhões.

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