Minas Gerais
Curso de Construção de Fossa Séptica Ecológica muda realidade de propriedades rurais de Pratinha
Proprietários rurais precisam se adequar à legislação vigente
Por: SENAR MINAS
Minas Gerais (02/10/2018) - A mudança de fossa negra por fossa séptica, considerada ecologicamente correta, é obrigatória desde 1998 (LEI Nº 9605, de 12 de fevereiro de 1998 – Lei de Crimes Ambientais) e, mesmo sendo necessária sua construção há duas décadas, muitos produtores ainda não fizeram a implantação deste tipo de sistema.
Com o aumento de fiscalizações e aplicações de multas, os proprietários rurais acabam tendo que correr para se adequar. Em Pratinha, os produtores estão se deparando com esta realidade e o Sindicato Rural teve que agir.
“Já havíamos feito outros tipos de ações para ajudar o produtor na construção de sua fossa séptica, mas agora é que tivemos êxito, com o curso do Senar Minas . A cada dia os produtores pediam para promovermos este treinamento de construção de Fossa Séptica Ecológica e felizmente deu certo. Com esta capacitação conseguimos elevar o nome de nossa entidade, fortalecer os produtores e até trazer novos associados. Foi muito positivo”, disse Geraldo Cezar Júnior, presidente do Sindicato Rural de Pratinha.
Segundo o mobilizador Ronaldo Rosa, a turma foi composta por 13 participantes, dentre eles dois pedreiros. “Já temos a demanda de outras 17 fossas para construir. Após o curso montamos uma equipe para atender estes produtores e sabemos que podemos multiplicar esta ideia, levando diversas melhorias às famílias rurais”, comentou.
Inácio José Lemos é pedreiro há 12 anos. O curso de fossa séptica ecológica foi uma oportunidade de aperfeiçoar a arte de construir. “Achava que tinha noção de como fazer a fossa, mas descobri cálculos e técnicas durante o curso que não sabia. O curso foi muito bom e agora é esperar o certificado para começar a implantar a Fossa Ecológica em outras propriedades. Meu objetivo é trabalhar com isso e multiplicar esta ideia”, planeja.
Fossa Séptica Ecológica tipo TEVAP
Em Pratinha, os participantes aprenderam a construir um TEVAP – Tanque de Evapotranspiração. Os benefícios deste tipo de construção são inúmeros, começando por não ter manutenção, não gerar efluentes, ser de fácil construção e baixo custo.
“Além de proporcionar melhor qualidade de vida das pessoas e diminuição da poluição ambiental, outro diferencial é que o Sistema TEVAP utiliza materiais reciclados, como pneus e descartes de construção. Precisamos alertar os produtores dos benefícios dessa fossa, pois muitos ainda buscam outras soluções que são menos eficazes que este tipo de fossa. Quem tem a oportunidade de fazer esta fossa fica deslumbrado, pois ela é realmente muito eficaz.”, explica Marco Túlio de Freitas, instrutor.
Outra questão está relacionada ao passivo ambiental. O gerente regional do Senar Minas em Uberaba, Flávio Henrique Silveira, alerta os produtores: “o produtor rural precisa estar atento se ainda tiver fossa negra em sua propriedade, pois estão sujeitos a multa que poderá ser maior que o custo de fabricação de uma fossa séptica que atende a legislação ambiental em vigor. Fica o alerta para que os Sindicatos dos Produtores Rurais possam, através dos treinamentos do Senar , capacitar equipes de pedreiros que, por sua vez, possam atender as demandas dos produtores em construir as fossas sépticas preconizadas como ambientalmente corretas”.
Parceira do Sindicato Rural de Pratinha, a Fazenda Camponesa é uma das unidades da Fazenda Boa Vista. Grande produtora de café e eucalipto, a propriedade sempre abre as portas para receber as capacitações do Senar Minas e este treinamento superou as expectativas, especialmente porque a propriedade ainda não tinha fossa séptica.
“Temos preocupações em relação as questões ambientais, de saúde dos moradores, de cumprir as normas e a construção da fossa ecológica veio para atender a necessidade de regularizar o descarte de efluentes na fazenda. O treinamento foi muito importante para nós e o custo-benefício desse tipo de fossa séptica é muito bom. Já estamos preparando para construir mais quatro fossas em outras fazendas que fazem parte da Boa Vista, e vamos difundir as técnicas aprendidas com o curso”, disse Diego Aparecido Custódio, técnico em segurança do trabalho.
