Curso de meliponicultora do Senar-SP traz conhecimento, conservação ambiental e renda para produtores

Metodologia da entidade promove a valorização dessa criação e a profissionalização do meliponicultor

22 de agosto 2025
Compartilhe:
BANNER mel

Senar-SP

Fonte: Comunicação do Sistema Faesp/Senar-SP

A meliponicultura, prática dedicada à criação de abelhas nativas sem ferrão, tem ganhado destaque como atividade sustentável, econômica e ambientalmente relevante no Brasil. Essas abelhas, pertencentes à tribo Meliponini, são fundamentais para a polinização de diversas culturas agrícolas e para a conservação da biodiversidade, além de produzirem mel de alto valor agregado.

Sua contribuição vai desde a preservação de espécies nativas e manutenção dos ecossistemas à promoção de inclusão produtiva, especialmente entre agricultores familiares e comunidades tradicionais. Além disso, tem se transformado cada vez mais em renda para pequenos produtores por meio da comercialização de mel, própolis, cera e colônias.

O Serviço Nacional de Aprendizagem Rural de São Paulo (Senar-SP) tem desempenhado papel essencial na difusão da meliponicultura por meio de seu rol de cursos. Além da capacitação técnica, a entidade promove sua valorização como ferramenta de conservação ambiental e geração de renda, especialmente em áreas rurais e periurbanas.

“Meliponicultura: Criação e Manejo de Abelhas sem Ferrão” tem por objetivo apresentar e demonstrar como fazer a criação de abelhas sem ferrão utilizando equipamentos e técnicas apropriadas. O curso tem duração de 32 horas, é dirigido a pequenos produtores e trabalhadores rurais.

Nivaldo Bertelli, instrutor da entidade, que ministrou o curso neste mês em Itatiba explica que a maioria dos participantes são produtores empíricos, sem conhecimento técnico e biológico, e que ao final das aulas saem com conhecimentos sobre questões ambientais, de segurança (humana e de animais), manejo e produção.

"A meliponicultora tem crescido exponencialmente em São Paulo. Ela é praticada por colecionadores, produtores e hobbistas. Mas, de fato, seu grande diferencial é ser bioindicador de qualidade de vida e o quanto tem sido empregada em escolas públicas para ensino interdisciplinar", explica Nivaldo.

Para Roberto Ferreira, um dos participantes, que passou quase quatro décadas trabalhando no setor gráfico e na construção civil, os últimos quatro anos têm sido os mais prazerosos. Por curiosidade, comprou uma caixa de abelhas sem ferrão e começou a ver vídeos de criadores.

Como o interesse por aprimoramento só aumentava, procurou o Senar-SP. Bateu na trave duas vezes. Não porque lhe foi negado, mas por questões de saúde não conseguia concluir o curso. Só na terceira vez deu certo.

Duas pessoas fizeram a diferença para continuar a criação: Edilson Caetano, amigo e produtor; e Nivaldo Bertelli, instrutor. "O Edilson é meu amigo. Ele tem muita prática e com ele aprendo muita coisa. O Nivaldo mostrou muito mais do que eu sabia e do quanto vale a pena investir na meliponicultura", revela Roberto.

"Não ganho dinheiro com elas. Mas gosto dos bichinhos. Fazem bem à natureza e distraem a cabeça."

De outro lado, Edilson Caetano e a mulher, Márcia, já formaram uma equipe de vendedores para seus produtos. Depois de vários anos no mercado privado e morando em uma chácara, ele decidiu comprar uma caixa de jataí. Foi o pontapé para uma série de cursos que faria pelo Senar-SP e do investimento que começou a realizar na meliponicultura.

"O curso de apicultura e de meliponicultora trouxe muito conhecimento. Técnicas, manejo, genética, produção. Cheguei a ter 25 espécies de abelhas sem ferrão. Atualmente, tenho 17", diz Edilson.

Ele e Márcia vendem mel, cera, própolis, caixas, iscas para captura, acetato e pólen. "Quando estava no último emprego vi nas abelhas a oportunidade de conseguir uma segunda renda. Isso tem quase oito anos e os resultados que tenho tido mostraram que é possível fazer muito mais do que ganhava à época."

As abelhas sem ferrão dão a Edilson e Márcia uma renda média mensal de R$ 12 mil. Só de enxames vendem 300 caixas por ano.

Outras informações acesse o Portal Faesp/Senar-SP