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Paraná

Curso do SENAR-PR prepara produtores para atender nova agroindústria
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1 de fevereiro 2019

Por: Comunicação Social - Sistema FAEP/SENAR-PR

O município de São José dos Pinhais, Região Metropolitana de Curitiba (RMC), tem destaque na produção de morangos, ocupando a terceira posição no ranking da cultura no Paraná, de acordo com dados de 2017 do Departamento de Economia Rural (Deral) da Secretaria Estadual de Agricultura e Abastecimento (Seab). Diante desse cenário, produtores rurais do município têm o desafio de investir em novas formas de uso da fruta para diversificar a produção e aumentar a renda.

Após mobilização do Sindicato Rural local, devido à instalação de uma nova agroindústria na cidade, o SENAR-PR viabilizou o curso “Processamento de Morango”, para atender à necessidade dos agricultores. Ao todo, 21 produtores rurais foram atendidos pela capacitação, com duração de três dias, entre 23 a 25 de janeiro.

“A demanda veio pela necessidade de outras alternativas para agregar valor ao produto, como os produtos artesanais, e outras formas de conservação do morango”, destaca a engenheira agrônoma do Departamento Técnico Econômico (Detec) do Sistema FAEP/SENAR-PR Vanessa Reinhart, ressaltando que, na época de maior volume de safra, os produtores locais acabam perdendo no preço.

Para o presidente do Sindicato Rural do município, Paulo da Nova, com a chegada da agroindústria, a entidade viu a necessidade da formação e capacitação de mão de obra a partir da parceria com o SENAR-PR. “Para nós, o SENAR-PR tem sido fantástico, desde os cursos de boas práticas agrícolas, que foi o passo inicial. O curso de processamento de morango está de alto nível, permitindo que os produtores conheçam outros passos, indo além do básico. Com isso, temos novas ideias para surpreender o mercado”, ressalta. “Aqui são mais de 300 famílias que trabalham com o morango. Nós já vendemos para a merenda escolar, o que está gerando uma renda bacana. Mas entendemos que é preciso dar um passo adiante”, complementa.

Técnicas adequadas

A fabricação de produtos derivados é uma forma de reaproveitar a fruta e evitar o desperdício, visto que o morango in natura é muito perecível e facilmente danificável. Por esse motivo, muito da produção corre riscos de perda pela falta de manuseamento adequado e pela comercialização tardia.

A capacitação do SENAR-PR abordou os processos envolvidos em todos os elos da cadeia produtiva, desde as boas práticas na colheita, regulamentações de comercialização até a fabricação de produtos artesanais com a fruta, como licor, geleia, bombom e sorvete. A convite da entidade paranaense, o curso foi ministrado por uma equipe de seis especialistas do Departamento de Agroindústria, Alimentos e Nutrição da Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz” da Universidade de São Paulo (ESALQ-USP).

A engenheira agrônoma e especialista em Ciência e Tecnologia de Alimentos, Paula Porrelli Moreira da Silva, auxiliou no desenvolvimento da estrutura curricular do curso. “Pelo público ser formado por produtores rurais, pensamos que seria interessante abordar um pouco de cada fator que pode afetar a qualidade do produto final. Nós costumamos dizer que ninguém melhora a qualidade de uma fruta, isso vem desde o campo. Então precisamos falar sobre boas práticas de colheita, sobre pontos que eles devem ter atenção para não afetar o produto final”, explicou.

Ainda, segundo Paula, é preciso priorizar as técnicas que envolvem a fabricação de um produto processado. “O curso transmite tudo o que está envolvido no processo, o que pode e o que não pode, os tipos de embalagem mais adequados, rotulagem, todo o padrão de identidade e qualidade baseado na legislação vigente”, afirmou.

Alternativa de produção e renda

O casal Alaor e Dulce Alvim Pereira possui uma área com 20 mil pés de morango na propriedade. A decisão de fazer o curso veio da vontade de expandir a produção e diversificar os negócios. “Nós vendemos o morango in natura e congelado e minha esposa também faz geleias. Agora vamos começar a fazer a polpa”, disse Alaor.

A esposa deseja se profissionalizar na produção de geleias e, quem sabe, até começar a fabricar outras variedades de produtos a partir do morango. “Às vezes a gente não sabe as técnicas corretas, o que dificulta um pouco. Com o que a gente aprendeu no curso, fica muito mais fácil fazer do jeito certo e ter um produto com mais qualidade. É um aprendizado enorme porque, além dos instrutores, ainda temos a oportunidade de convivência com outros produtores”, observou.

Outra participante do curso, Schirlei Buher mantém a produção de morangos em família. Dentro do planejamento futuro, a produtora está construindo uma cozinha industrial na propriedade para trabalhar com os produtos artesanais derivados. “Eu quis fazer o curso para aprender todas as técnicas e aproveitar o máximo da fruta. Minha ideia inicial é produzir morangos congelados, geleias e polpas. Mas se aparecer algo novo, estou disposta a fazer”, revela Schirlei, que contou com a companhia da filha Ana Paula no curso, visando ajudar nos negócios da família.

Com a comercialização dos novos produtos, as expectativas quanto ao aumento da renda familiar são boas. “Às vezes não tem nem onde guardar esse morango que sobra. Vamos aproveitar para evitar o desperdício e tirar um lucro disso”, conclui Schirlei.

Presença feminina

O município de São José dos Pinhais conta com a Cooperativa de Produtores de Hortifrutigranjeiros de São José dos Pinhais (Coop Hort São José) a para assistir os produtores de morango. A cooperativa tem parceria com o Sindicato Rural e oferece suporte aos pequenos agricultores, principalmente para a comercialização dos produtos. Dos associados que se dedicam à cultura do morango, pelo menos metade é mulher. No curso oferecido pelo SENAR-PR, dos 21 participantes do curso do SENAR-PR, 19 foram do sexo feminino.

O presidente do Sindicato Rural, Paulo da Nova, destaca o protagonismo feminino nesse ramo. “O morango é uma cultura que tem uma importância social e econômica muito grande no município. Estamos em terceiro lugar na produção do Estado. E o nosso diferencial é que a mão de obra é familiar, em que a maior parte são mulheres”, aponta.

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