Demanda crescente pelo cacau no final do ano pode dar suporte aos preços
Por: INTL FCStone
O cacau inicia um novo ano-safra, após seus preços acumularem queda de 26% no anterior, com perspectivas positivas para a produção mundial, embora dificilmente esta repetirá os números excepcionais de 2016/17.
“Embora haja um consenso de que a produção mundial de cacau em 2017/18 dificilmente atingirá o recorde estabelecido na temporada anterior, ano de clima excepcionalmente bom para a commodity, os primeiros relatos e acompanhamentos da safra indicam bons rendimentos”, avalia o analista de mercado da INTL FCStone, Fábio Rezende.
No lado da demanda, boas margens devem incentivar a moagem, enquanto que os feriados de final de ano, o maior crescimento econômico e a valorização do euro podem dar vigor ao consumo final. “Tal comportamento tende a dar sustentação aos preços dos produtos secundários (i.e. pasta, manteiga e pó de cacau), incentivando a compra de amêndoas para moagem”, ressalta o analista Rezende.
Neste trimestre, ainda segundo análise da INTL FCStone, a margem de transformação do cacau em amêndoas nos produtos secundários já inicia nas máximas dos últimos anos em diversas regiões do globo.
Nos Países Baixos, que reveza a posição de principal processador de cacau com a Costa do Marfim, a margem, medida pelo ratio combinado (razão dos preços dos secundários com o da amêndoa), é de 1,485, 15,9% acima da média dos últimos cinco anos. Nos Estados Unidos, os incentivos são ainda maiores, com o ratio combinado atingindo 1,534, 17,9% a mais que a média. Maior crescimento econômico e fortalecimento do euro pode prorrogar as melhores margens.
“Conclui-se, portanto, que existe um risco de alta para o preço do cacau, diante da possibilidade da produção não atingir as expectativas em um cenário em que a demanda deve continuar forte e crescente”, resume Fábio Rezende. Entretanto, os primeiros relatos da safra e as boas perspectivas climáticas apontam para uma boa produção, e um provável superávit no saldo do balanço de oferta e demanda se repetindo na temporada 2017/18, o que manteria as cotações sob pressão.