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Pará

Distribuição de 100 mil alevinos fortalece piscicultura em Medicilândia
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Iniciativa consolida parceria entre Sindicato e Sistema Faepa/Senar

27 de fevereiro 2025

Por: Su Hyun Kim

Fonte: Ascom Faepa-PA

Uma iniciativa do Sindicato dos Produtores Rurais de Medicilândia, em parceria com o Sistema Faepa/Senar, está impulsionando a piscicultura no município paraense com a entrega de 100 mil alevinos. A ação beneficiou dezenas de produtores locais e reforça o compromisso em promover o desenvolvimento rural sustentável na região da Transamazônica. Essa ação, parte do programa de Assistência Técnica e Gerencial (Ateg) Piscicultura: oferecendo suporte contínuo e capacitação que estão mudando a realidade de quem aposta no cultivo de peixes como fonte de renda. O programa oferece assistência técnica especializada e articula estratégias de mercado, consolidando a piscicultura como uma alternativa econômica viável para as famílias rurais.

A engenheira de pesca Luana Ferreira, responsável técnica pelo projeto, explicou que a escolha das espécies considera a demanda local e as condições climáticas da região. “Tambaqui e tambatinga são bem adaptadas e têm mercado garantido. Embora outras espécies, como tilápia e pirarucu, não tenham sido distribuídas desta vez por falta de disponibilidade, a prioridade foi assegurar alevinos de alta qualidade a preços acessíveis”, destacou. A compra coletiva, coordenada pelo sindicato, reduziu os custos de frete, tornando o investimento mais vantajoso para os piscicultores.

Walter Oliveira, presidente do Sindicato dos Produtores Rurais de Medicilândia, enfatizou a relevância da iniciativa diante dos desafios logísticos da região. “A Transamazônica não produz alevinos, o que encarece a atividade. Com a compra coletiva e o suporte do Sistema Faepa/Senar, foi possível baratear o custo e garantir a confiabilidade da genética dos peixes”, afirmou. Ele também apontou o valor da assistência técnica: “A engenheira Luana orienta desde a aclimatação até o manejo dos tanques, especialmente para os produtores iniciantes. Isso faz toda a diferença.”

O suporte inclui visitas técnicas com análise da qualidade da água, biometria dos peixes e cálculos precisos de ração e custos, visando uma produção eficiente e rentável. Estima-se que os 100 mil alevinos possam gerar mais de 100 toneladas de pescado em um ciclo, com potencial de duplicar na próxima temporada.

A ação busca diversificar a economia local, tradicionalmente baseada no cacau e na pecuária. “Com a valorização atual do cacau, é essencial criar alternativas para o futuro. A piscicultura aproveita as vantagens naturais da região, como a chuva abundante e o solo argiloso, e pode ser tão lucrativa quanto outras culturas”, disse Walter. O sindicato tem desempenhado um papel central ao articular parcerias estratégicas com frigoríficos ao negociar insumos a preços competitivos.

Entre os desafios enfrentados pelos piscicultores estão o alto custo dos insumos e a recente estiagem, que impactou a qualidade da água. “Mesmo com água abundante, a seca foi um obstáculo. Tecnologias como poços artesianos poderiam ajudar, embora sejam caras”, observou Walter. Para enfrentar essas dificuldades, o sindicato e o Sistema Faepa/Senar têm orientado os produtores sobre soluções práticas e acesso a crédito rural.

Na área de comercialização, duas estratégias estão em andamento: o lançamento da Feira do Peixe na Semana Santa, em parceria com o Senai e a Faepa, para incentivar o consumo local, e negociações com frigoríficos de Rondônia, Santarém e Altamira para contratos de maior escala. Essas medidas visam garantir o escoamento da produção e a segurança para os piscicultores ampliarem suas atividades.

Walter Oliveira resumiu o impacto da parceria: “Essa iniciativa mostra que a união é essencial para preservar o modo de vida local e explorar os recursos da Amazônia de forma sustentável. A piscicultura está evoluindo em Medicilândia, e o suporte técnico do Sistema Faepa/Senar é fundamental. Aos produtores, digo: diversifiquem e confiem no apoio disponível. Juntos, construiremos um futuro próspero.”

Com a entrega de 100 mil alevinos e o acompanhamento contínuo, o Sindicato dos Produtores Rurais de Medicilândia, em colaboração com o Sistema Faepa/Senar, está consolidando a piscicultura como um pilar de desenvolvimento econômico e sustentável na região.