ALIMEN T AN D O O B R A SILEIRO

Ex-aluno do Senar ensina técnicas de agricultura para presos da Paraíba
Edson Firmino

O projeto é resultado do trabalho de final do curso Técnico em Agronegócio do Senar

1 de outubro 2018
Por Senar

Brasília (1º/10/2018) – Edson Firmino da Silva é um exemplo de como o conhecimento replicado além das salas de aula muda a vida das pessoas e traz benefícios para toda a sociedade. Ex-aluno do curso Técnico em Agronegócio do Senar, Edson decidiu usar o aprendizado para transformar presídios e o comportamento de detentos na Paraíba.

Formatura do curso Técnico em Agronegócio: Edson é o 4º da esquerda para a direita

Depois que virou agente penitenciário no Estado, Edson resolveu usar a experiência do curso no Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar) para ensinar o cultivo de hortaliças aos presos de três unidades: Penitenciária de Santa Rita, Penitenciária Agroindustrial de Mangabeira e Penitenciária Desembargador Silvio Porto.

O agente penitenciário desenvolveu a capacitação dos presos em um curso que tem duração de 300 horas divididas em horas práticas e teóricas. Nas teóricas, o presos aprendem as competências para a produção orgânica e produção de compostagem a partir dos resíduos provenientes das refeições servidas no local.

Para a parte prática são dedicadas 240 horas que vão desde a semeadura, passando pelo plantio, sistema de irrigação, estudo da cultura radicular dos vegetais até a colheita. Desde o início do projeto, em janeiro, 60 presos já concluíram o curso e outros 40 estão aprendendo técnicas de horticultura.

A formação, segundo Edson, é uma oportunidade para aqueles que querem aprender uma profissão. “A seleção é simples. No primeiro dia de aula explico que o trabalho é duro e pesado, com enxada na mão sob o sol. Quando eles voltam para as aulas seguintes percebo que realmente estão interessados”.

As hortaliças são consumidas nas unidades prisionais e os produtos excedentes são comercializados e a renda é revertida para as famílias dos presos.

“Os participantes do projeto têm atendimento facilitado por uma equipe multiprofissional composta por psicólogo, assistente social, médico e dentista, além de acompanhamento religioso. A cada três dias de trabalho é reduzido um dia da pena. Então, quem trabalhar um ano terá quatro meses de remissão”, afirmou Edson.

Edson na propriedade dos avós

Edson na propriedade dos avós: "Estamos buscando certificação de produção orgânica"

Vínculo com o campo - A ligação de Edson com o setor rural vem desde a infância, mais precisamente desde os sete anos, quando a diversão era ir para a fazenda dos avós maternos, no município de Casinhas, no agreste de Pernambuco.

Foi justamente com a intenção de alavancar a produtividade de hortaliças da propriedade de seus avós que Edson teve interesse em se matricular no curso Técnico em Agronegócio no início de 2016, mas no decorrer da formação ele se deparou com alguns dados que o fizeram refletir.

“Na Paraíba são 13 mil presos, no entanto menos de 6% executa algum trabalho. O ócio é muito grande. Em contrapartida, o agronegócio emprega milhões de pessoas no Brasil. Diante dessas informações, percebi que seria possível desenvolver uma metodologia para qualificar mão de obra e aplicar nas unidades prisionais”, disse.

Para o desenvolvimento da metodologia, Edson também utilizou sua experiência como professor de curso técnico em Eletrotécnica e a formação superior de Licenciatura em Física pela Universidade Federal de Pernambuco (UFPE).

Depois do curso Técnico em Agronegócio do Senar, Edson começou a estudar Engenharia Ambiental na Universidade Federal da Paraíba (UFPB).

Outras experiências – O Senar também capacita detentos em cursos de Formação Profissional Rural em outros estados como Pará, Goiás, Minas Gerais, Tocantins, Mato Grosso do Sul, Pernambuco e São Paulo.

Para verificar a agenda de capacitações nesses e em outros estados, entre em contato com o Senar de seu estado ou com o Sindicato de Produtores Rurais. Confira: https://www.cnabrasil.org.br/s ...

Confira a reportagem que foi ao ar no Programa Agro forte. Brasil forte:

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