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Fórum destaca mais de 76% das metas cumpridas pela equipe gestora do PNEFA em MT
O V Fórum Estadual de Vigilância para Febre Aftosa foi realizado nesta quinta-feira (22/09), no Cenarium Rural, em Cuiabá.
Por: Ascom Famato
Fonte: Ascom Famato
O V Fórum Estadual de Vigilância para Febre Aftosa foi realizado nesta quinta-feira (22/09), no Cenarium Rural, em Cuiabá. O Fórum é uma ação idealizada para estimular a participação dos produtores rurais e da sociedade na execução do Programa Nacional de Vigilância para Febre Aftosa (PNEFA). O evento foi organizado pela equipe gestora estadual do PNEFA e transmitido pela internet, por meio do canal da Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso (Famato), no Youtube.
O anfitrião e presidente do Sistema Famato, Normando Corral, ao abrir o evento, falou da importância do momento histórico que o setor produtivo de Mato Grosso está vivendo. “Nós vamos chegar ao status de livres de febre aftosa sem vacinação. Nós estamos ocupando um papel de protagonismo na exportação de alimentos, entre eles a carne bovina. E nós sabemos das imposições internacionais nas questões ambientais, de sanidade animal e comerciais. E o que estamos fazendo hoje aqui é de vital importância para garantirmos a qualidade da nossa produção, não somente para exportação, mas principalmente para nosso consumo interno que hoje representa cerca de 80% e os outros 20% são exportados. É fundamental alcançarmos o estado livre de febre aftosa sem vacinação e estamos caminhando para isso, graças a dedicação das instituições e seus colaboradores que compõem a equipe gestora e os produtores rurais”, discursou Corral.
O diretor da Associação dos Criadores de Mato Grosso (Acrimat), José João Bernardes, falou do protagonismo dos sindicatos rurais e produtores rurais do estado e da excelência da pecuária mato-grossense. “Eles têm um papel de protagonistas, chamam para si gradativamente a responsabilidade no processo de retirada da vacina. O mundo está de olho no Brasil, na nossa produção de carne bovina. Exatamente porque somos um concorrente absolutamente incontrolável. Somos o maior fornecedor de alimentos para o mundo”, disse José Bernardes.
A presidente do Instituto de Defesa Agropecuária de Mato Grosso (Indea-MT), Emanuele de Almeida, destacou as metas estabelecidas no plano estratégico criado entre o ano de 2017 e 2021. Segundo Emanuele, das ações exigidas pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), 76% já estão em cumpridas ou em fase final de conclusão.
“Importante nós citarmos que Mato Grosso já cumpriu mais de 76% do plano estratégico e que está seguindo firme e forte para cumprir 100% até 2026. A retirada da vacinação aqui no estado acontecerá em 2023. A tão sonhada retirada da vacinação é um passo muito importante, não somente para os produtores, mas também para nós que fazemos parte do serviço veterinário estadual” apontou Emanuele.
O presidente do Fundo Emergencial de Saúde Animal do Estado de Mato Grosso (Fesa), Antônio Carlos Sousa, chamou a atenção para a palavra “vigiar”, já que a pecuária mato-grossense vive um momento de transição de livre com vacinação para livre sem vacinação. “Temos que vigiar, redobrar os cuidados, já que estamos deixando uma das melhores ferramentas desenvolvidas para garantir a sanidade animal, da qual utilizamos há quase setenta anos – a vacina. Estamos vivendo um momento ímpar. Momento histórico para o maior rebanho comercial do Brasil”, discorreu Antônio Carlos.
Na sequência das falas dos representantes das instituições que compõem o Plano Estadual, aconteceu o primeiro painel “2023 sem vacinação, o que vai mudar?”. A primeira palestra ficou por conta da fiscal estadual do Indea, Ana Carolina Schmidt, com o tema “Evolução do plano estratégico do PNEFA-MT, como ficará a atualização de estoque do rebanho e trânsito em 2023?”.
“O Plano Estratégico está em constante evolução, seguimos diretrizes que preparam os estados para fazer uma transição gradual do estado de livre com vacinação para zonas livres sem vacinação. As últimas resoluções do Mapa autorizaram Mato Grosso a suspender a vacinação dos animais em 2023. Desta forma faremos. A última etapa de vacinação será em novembro de 2022 e já estamos em um processo de transição para zona livre sem vacinação que deverá acontecer até 2026. Essa decisão afeta o rebanho de todo o estado”, explicou Ana Carolina.
Ainda de acordo com Ana Carolina, Mato Grosso já tem uma parte do estado que não vacina mais. Os municípios de Rondolândia e parte dos municípios de Colniza, Juína e Comodoro foram reconhecidos, em 27 de maio de 2021, pela Organização Mundial de Saúde Animal como livre de febre aftosa sem vacinação.
O médico e veterinário, professor da Universidade Estadual de Londrina (UEL), Amauri Alfieri, falou sobre a “Importância do calendário sanitário e da biosseguridade na propriedade rural”.
Amauri chamou a atenção para a importância de o pecuarista ficar atento a biosseguridade, não somente dentro da sua porteira, como na do vizinho. “A biosseguridade precisa ser trabalhada. É preciso saber o que ocorre não só com o seu rebanho, mas também com o do vizinho “, chamou a atenção.
O professor da UEL esclareceu ainda que o vírus da febre aftosa possui sete sorotipos e dezenas de subtipos. Isso faz com que ele escape do sistema autoimune e por isso, a vigilância se faz necessária. Essa fiscalização é feita por produtores, órgãos públicos e gestores sanitários.
“Defesa Sanitária Animal é uma Política de Estado. Um povo que esquece a história está condenado a cometer os mesmos erros. Por isso é importante manter uma vigilância constante para a aftosa, assim como para outras doenças”, destacou.
Fechando as palestras do primeiro painel o pecuarista do grupo Nelore Aurora, Áureo Cândido da Costa Júnior, representando os pecuaristas mato-grossenses, destacou o “Papel do produtor num estado livre de febre aftosa sem vacinação”.
“Nós produtores rurais temos um papel importante em todo o processo de retirada. O produtor vai ser o principal agente na vigilância, mantendo a sanidade de seus animais e informando aos órgãos de defesa sanitária as movimentações do seu rebanho”, frisou Áureo.
Ao final das apresentações, o mediador e diretor técnico da Acrimat, Francisco Manzi, conduziu o debate, onde os palestrantes tiraram dúvidas e responderam às perguntas dos internautas e do público presente.
O Fórum é organizado pelas entidades: Famato, Indea-MT, Mapa, Acrimat, Acrismat (Associação dos Criadores de Suínos de Mato Grosso), Aproleite (Associação dos Produtores de Leite de Mato Grosso), Fesa, CRMV-MT (Conselho Regional de Medicina Veterinária e Zootecnia do Estado de Mato Grosso) e Sindifrigo (Sindicato das Indústrias Frigoríficas de Mato Grosso).
A gravação do evento está disponível na internet, no canal da Famato, no Youtube https://youtu.be/IKQ00lyhpbE