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Fruticultura promovendo a volta de jovens ao campo
Quando adquiriram a propriedade, em meados de 2021, ela era somente um emaranhado de tocos, resto de cepos e troncos de reflorestamento
Por: MB COMUNICAÇÃO
Fonte: SISTEMA FAESC/SENAR
“Hoje eu posso dizer que mais do que fazer parte de uma família de produtores rurais, eu sou uma produtora”, afirma, emocionada, Karen Campos de Araujo. Na comunidade de Rio Maior, município de Urussanga, Marilene Maria Campos Chierigato, Paulo Domingos Chierigato e a filha Karen gerenciam com sucesso o cultivo de maracujá e integram o Programa de Assistência Técnica e Gerencial (ATeG) do Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar-SC) voltado à fruticultura.
Quando adquiriram a propriedade, em meados de 2021, ela era somente um emaranhado de tocos, resto de cepos e troncos de reflorestamento. Após dias de luta sem infraestrutura, energia elétrica ou água, o casal se instalou e deu início ao cultivo, tendo uma primeira safra penosa pela falta de experiência e assistência técnica. Incentivados por vizinhos a participar de um Dia de Campo em Pedras Grandes, o casal conheceu o Programa e o técnico de campo Alex Longo Barbosa, que os convidou a participar do programa de Assistência Técnica e Gerencial em Fruticultura fornecida pelo Senar/SC via Sindicato Rural de Tubarão.
Sendo o primeiro passo do acompanhamento conhecer a propriedade e o gerenciamento, o técnico procurou verificar a saúde financeira da propriedade, onde identificou que o casal não anotava seus custos de produção e outros manejos. “Nesse caso nosso primeiro passo foi apresentar o caderno de campo para eles. Esse caderno que oferecemos na ATeG é essencial para anotar e manter controle de todas as atividades realizadas no dia a dia e também dos gastos e lucros da safra”, explica Alex enfatizando que esse primeiro passo já se demonstrou importante pois os produtores puderam perceber excessivos gastos desnecessários.
Após o diagnóstico foi realizado um planejamento da propriedade, definição da matriz FOFA, identificação dos principais gargalos e foram estabelecidas as metas de trabalho e financeiras. “O técnico Alex apresentou muitas estratégias de manejo para a gente, aprendemos muito em todas as visitas e alavancamos nosso plantio”, destaca Marilene.
RESULTADOS POSITIVOS
Com a dedicação da família e incentivo do técnico, os resultados logo chegaram. “Lembro que em uma visita do Alex, andando pelo pomar, ele fez uma proposta para a gente dobrar a quantidade de toneladas colhidas na safra passada, e eu aceitei esse desafio. Com toda a assistência que o Alex traz do Senar para nossa propriedade, seguimos corretamente e conseguimos dobrar e mais um pouco a nossa produção”, relembra Paulo comovido com a evolução de sua propriedade.
Na safra 22/23, a família obteve uma colheita de 48.294 kg, alcançando um aumento de 114,64% comparada com a safra 21/22. Além de uma elevada mudança na saúde financeira da propriedade, a família teve como resultados a possiblidade de adquirir um triciclo adaptado com uma carroceria, facilitando a distribuição de mudas e fertilizantes e, principalmente, na colheita.
A coordenadora da ATeG SC, Paula Coimbra Nunes, conheceu a propriedade e afirma o excelente desempenho da família. “Com esse primeiro ano de acompanhamento na ATeG podemos perceber grandes ganhos produtivos, técnicos, financeiros e de gestão, mas principalmente na qualidade de vida da família”, explica destacando que os objetivos da Assistência Técnica são melhorar a produtividade e a rentabilidade com foco principal no produtor rural e sua qualidade de vida.
A VOLTA AO CAMPO
Com a oportunidade de auxiliar integralmente a família na produção, Karen precisou decidir entre continuar trabalhando na cidade ou voltar ao meio rural como produtora. “Ao completar um ano auxiliando meus pais com o plantio de maracujá, eu iniciei minha caminhada no cultivo de morango e logo já pude evoluir minha produção e expandir para mais uma estufa. Nesse momento tive que decidir entre continuar trabalhando na cidade ou me dedicar integralmente a produção. Foi uma decisão difícil, mas foi a grande virada de chave na minha vida. Hoje eu sou uma produtora rural”, declara a filha mais velha do casal.
A importância de incentivar a juventude a permanecer ou voltar para o agronegócio é ressaltada pelo presidente do Sistema Faesc/Senar-SC, José Zeferino Pedrozo. “Os jovens são a força produtiva do futuro, sua presença no campo é essencial para garantir a continuidade da produção agrícola, da geração de emprego e renda, e da preservação do meio ambiente”. Pedrozo também reforça o compromisso do Sistema com jovens produtores rurais.
O superintendente do Senar/SC, Gilmar Antonio Zanluchi, afirma como a assistência técnica auxilia não somente a família, mas também incentiva a participação da juventude. “O grande objetivo do programa ATeG que é levar a qualidade de vida e as melhores condições para que os filhos permaneçam na atividade está sendo alcançado”.
ATEG FRUTICULTURA
As condições climáticas favorecem o cultivo de frutas e os produtores estão aproveitando os potenciais do estado. Aliado a isso, o Programa de Assistência Técnica e Gerencial (ATeG) do Sistema Faesc/Senar realizado em parceria com os Sindicatos Rurais vem contribuindo para que os fruticultores aperfeiçoem o processo produtivo. A ATeG auxilia na evolução socioeconômica dos produtores, das famílias e da comunidade rural e promove a disseminação de tecnologias e práticas gerenciais para a produção de alimentos com respeito ao meio ambiente. Além das visitas de técnicos nas propriedades o programa inclui Oficinas Técnicas e Dias de Campo para vivências práticas e novos conhecimentos.
O programa na área de fruticultura iniciou em 2017 e, desde então, atendeu mais de 618 produtores em 52 municípios catarinenses. Atualmente, participam 13 grupos com 403 fruticultores no Estado.
