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Investimentos em infraestrutura são desafios para conectividade chegar ao campo
Assunto foi debatido em seminário promovido pela CNA e Abimaq na quinta (26)
Brasília (26/10/2023) – A Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) e a Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq) reuniram, na quinta (26), especialistas, representantes do governo, parlamentares e setor produtivo para debater os gargalos da falta de conectividade no campo durante o evento “Soluções para conectividade rural”, em Brasília.
O tema foi abordado em dois painéis. O tema do primeiro foi ‘Conectividade no Campo: Desafios e Oportunidades’. Representantes dos setores de telecomunicações e internet mostraram o que tem sido feito no país e reforçaram a necessidade de investimentos em infraestrutura.
Abraão Balbino e Silva, superintendente executivo e presidente do Conselho Diretor da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), afirmou que devido às dimensões continentais o desafio de levar infraestrutura a todo o país é “colossal”, mas que todos os municípios brasileiros já têm fibra ótica, 3G e 4G em todas as localidades.
Para os próximos anos, Silva ressaltou que mais de 35 mil estradas e mais de nove mil localidades ao redor do país terão cobertura 5G. “Mas isso não será suficiente, por isso a necessidade de novas soluções e ideias para agregar às já existentes”.
Neste contexto, ele citou algumas iniciativas da Anatel, como faixas de radiofrequência para uso de wifi que permitirá a cobertura sem fios. Silva frisou a importância de se planejar e estruturar políticas públicas para o agro focando na expansão das redes. “A evolução das redes tem acontecido, mas não na velocidade que gostaríamos”.
Para Marcos Ferrari, presidente da Conexis Brasil Digital, as políticas públicas foram importantes até o momento, mas apontou a disponibilidade de recursos financeiros e novas políticas públicas como caminhos para subsidiar a conectividade no campo.
“Temos como usar, pela primeira vez, os recursos do Fundo de Universalização dos Serviços de Telecomunicações (Fust). Já avançamos muito em relação à cobertura em todo o país, o Brasil tem a 3ª maior velocidade do mundo. Agora precisamos estimular a demanda para viabilizar o negócio. Esse é um desafio de todos para termos políticas que estimulem essa demanda”.
O Fust foi criado pela Lei º 9.998/2000 e visa estimular a expansão e a melhoria da qualidade das redes e dos serviços de telecomunicações no país e o desenvolvimento de novas tecnologias de conectividade.
O presidente da Associação Brasileira de Provedores de Internet e Telecomunicações (Abrint), Mauricélio Oliveira, destacou que existem estudos que mostram que, após o campo se conectar, há um crescimento de 20% na produção e redução de até 15% nos custos de operação.
“Isso mostra o quão a conectividade aconteça de uma forma que permite o crescimento no campo. Dessa forma, não deve acontecer só momentaneamente, mas por meio de fibras óticas, que seriam o caminho definitivo para levar à conectividade ao campo.”
Já o secretário de Telecomunicações do Ministério das Comunicações, Maximiliano Martinhão, argumentou que o financiamento é parte da solução para que a conectividade chegue ao campo.
“Precisamos atuar para que essa rede seja resiliente, funcione em todo o Brasil e chegue para todos, trazendo desenvolvimento econômico e social. O financiamento é uma parte da solução, mas precisamos ver o conjunto de tecnologias que está disponível hoje e que chega à área rural”.
O representante do governo ressaltou que uma tecnologia viável para isso são as estações de rádio com base em órbita baixa porque podem ampliar a cobertura de internet em todo o território nacional em médio prazo.
Ele também citou o Fust como fonte de financiamentos e disse que o fundo tem hoje R$ 1,2 bilhão no Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) para ser utilizado.
Painel 2 - Em relação ao impulsionamento da comunicação nas áreas rurais, deputados e senadores destacaram, no painel 'Solução para Alavancagem da Conectividade no Brasil', a importância das estradas e da energia elétrica como infraestruturas básicas.
O senador Alan Rick, presidente da Comissão de Agricultura e Reforma Agrária do Senado, afirmou que Congresso e governo devem se debruçar sobre esses problemas de infraestrutura e propôs a coordenação das ações e a união entre os poderes para que o debate avance.
“O produtor rural precisa de segurança jurídica e conectividade para produzir mais e gerar riqueza para suas famílias. Temos muito a avançar ainda e a conectividade é fundamental para isso”.
O presidente da Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA), deputado Pedro Lupion, reforçou que o setor depende da conectividade e que os produtores rurais estão cada vez mais informados sobre o tema. “Não existe produção hoje sem tecnologia”.
Ele argumentou que a FPA tem conversado com entidades do setor de telecomunicações para entender a realidade do país e também sugeriu a integração das ações que já existem na área.
O senador Zequinha Marinho também apontou a sistematização do que já existe para facilitar o andamento do tema, principalmente dentro do Congresso Nacional.
Ele falou ainda das dimensões da região Amazônica que podem inviabilizar a conectividade e recomendou a construção de um projeto de conectividade específico para a região e outro para o resto do país.
Encerramento - O vice-presidente da CNA e presidente da Federação da Agricultura do Estado do Rio Grande do Sul (Farsul), Gedeão Pereira, fez o encerramento do evento ao lado do presidente executivo da Abimaq, José Velloso.
Pereira ressaltou a importância do debate e disse que a conectividade é essencial para que a produção agropecuária brasileira continue crescendo. "Se o produtor rural não for eficiente, amante da tecnologia e não tiver conectado, ele não conseguirá mais permanecer no negócio".
José Velloso afirmou que os temas debatidos devem ser colocados em prática para que a conectividade chegue ao agro. “Queremos que esse tema seja uma política do estado brasileiro. As conversas não acabam aqui, o debate foi só um start para chegarmos aonde queremos, que é a cobertura 5G no meio rural”.
O seminário foi transmitido pelo canal do Sistema CNA/Senar no Youtube. Para assistir na íntegra, acesse:
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