Lideranças femininas discutem o futuro da agricultura
Encontro virtual foi promovido pela CNA nesta quarta
Brasília (18/03/2021) – A Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) promoveu a live “Elas discutem o futuro da agricultura” na quarta (17). As convidadas debateram temas como tendências, novas tecnologias, sucessão familiar e desafios para a gestão e inovação no futuro.
O encontro reuniu a superintendente administrativa do Grupo Progresso, Ani Sanders, a sócia da BlueForest Cocoa, Izabel Delmondes, e a superintendente FAPCEN e Presidente da Associação de Mulheres do Agro Ouro, Gisela Introvini.
Segundo a moderadora do evento e consultora de Inovação do Sistema CNA/Senar e da Rede Agroup, Kimberly Montagner, o Censo Agropecuário de 2017 apontou a participação das mulhares na gestão de 18,6% dos estabelecimentos rurais no Brasil. A região que apresentou maior crescimento na presença feminina nos negócios foi o Nordeste, onde 22% das fazendas eram dirigidas por mulheres.
Na opinião da superintendente da Fundação de Apoio à Pesquisa do Corredor de Exportação Norte (Fapcen) e presidente da Associação de Mulheres do Agro Ouro, Gisela Introvini, o futuro da agricultura está no equilíbrio entre produção, preservação ambiental e inclusão social. Para conquistar novos mercados e agregar mais valor aos produtos do Brasil, ela enxerga a necessidade de diversificar os itens exportados, buscar a verticalização da produção e investir na transparência dos processos.
“Não se faz mais agricultura com amadorismo. Temos que continuar fazendo uma agricultura de consciência, informação, transferência de tecnologia e inovação. Se não estiver alinhado a tudo isso, não consegue sobreviver”, disse Gisela.
A sócia da BlueForest Cocoa, Izabel Delmondes, defende o conceito de “produção conservativa”, ou seja, alcançar índices elevados de produtividade na mesma área com uma preservação cada vez maior. Outros pontos fundamentais são a necessidade de diferenciação pela qualidade dos produtos, valorizar as pessoas envolvidas no sistema produtivo e trabalhar, cada vez mais, em parceria com as agroindústrias.
“Temos que passar a agregar valor aos nossos produtos de forma consciente e ambientalmente equilibrada. No futuro, não enxergo grandes empresas nas mãos de uma única pessoa. Temos que pensar em um modelo colaborativo, onde muitos produtores possam viver bem e produzir com alta tecnologia e qualidade em espaços pequenos”, afirmou Izabel.
Para a superintendente administrativa do Grupo Progresso, Ani Sanders, conciliar temas complexos como sustentabilidade, biotecnologia e energias renováveis, somados à responsabilidade social, são alguns dos desafios para o futuro. Na visão dela, o segredo do sucesso atual e da prosperidade que se projeta para o agro brasileiro está na pesquisa.
“A pesquisa é uma grande porta que devemos abrir e a forma que eu enxergo para termos produção. O crescimento tem que ser quantitativo e qualitativo, em cima da área que já temos. É aí que entra a pesquisa. Ela tem que ser ativa e presente no dia a dia do produtor. Dar o apoio e a luz que precisamos”, declarou Ani.
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