Mercado do feijão registra movimentos distintos entre carioca e preto

Veja comportamento do grão entre 29 de agosto e 5 de setembro

Por CNA 9 de setembro 2025
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FEIJAO COLHEITA

Brasília (09/09/2025) – O feijão carioca e o preto registraram movimentos distintos no período de 28 de agosto a 4 de setembro, segundo o Indicador Cepea/CNA.

O carioca segue valorizado pela menor oferta de lotes de melhor padrão, enquanto o feijão preto permanece pressionado para baixo pela ampla oferta, mesmo em entressafra.

Veja o comportamento do mercado de grãos

Feijão carioca (Notas 9 ou superior) – A oferta limitada sustentou os preços dos lotes de coloração clara, granulação superior a 90% na peneira 12 e umidade adequada. A umidade tem sido critério decisivo, já que grãos abaixo do exigido pela indústria geram prejuízos no beneficiamento.

Em Itapeva (SP), a saca de 60 kg subiu 2,18% no período, fechando a R$ 248,53. Em Sorriso (MT), o avanço foi de 2,12% (R$ 200,01/sc). No Noroeste de Minas, a saca foi de 1,32% (R$ 222,69/sc).

Já em Barreiras (BA), houve recuo de 2,62%, para R$ 216,67/sc. As médias acumuladas desde setembro/24 mostram que, em praças como Itapeva e Sorriso, os preços atuais já se aproximam de patamares históricos, sinalizando firmeza.

Feijão carioca (Notas 8 e 8,5) – Os preços também subiram, acompanhando a adequação da demanda às características dos lotes. Lotes de nota 8,5 atendem mercados mais exigentes, enquanto os de coloração inferior abastecem pacotes comerciais.

O Triângulo Mineiro/Alto Paranaíba (MG) registrou a maior valorização, de 5,88% (R$ 210,00/sc). Em Sorriso (MT), a alta foi de 5,68% (R$ 182,14/sc), e em Itapeva (SP), de 2,27% (R$ 215,86/sc). Em Barreiras (BA), houve leve recuo, de 0,82%.

Feijão preto – Tipo 1 – Apesar da entressafra, a oferta segue superior à demanda, mantendo os preços abaixo das médias regionais desde setembro/24.

Em Curitiba (PR), a saca caiu 4,05%, para R$ 127,21, frente à média histórica de R$ 192,87. Já na Metade Sul do Paraná, houve recuperação de 3,14% (R$ 121,65/sc), e no Nordeste Rio-grandense (RS), de 2,53% (R$ 117,91/sc).

Mesmo com essas altas pontuais, os preços seguem distantes tanto da média acumulada quanto do preço mínimo de referência da Conab.

Para o assessor técnico da CNA, Tiago Pereira, a realização de leilões de Pepro e PEP pela Conab é uma medida que visa equalizar os preços do feijão cores e preto, diante do cenário de cotações abaixo do mínimo de referência.

“Ao mesmo tempo, os preços pouco remuneradores no mercado interno têm direcionado maior volume para a exportação, que segue em patamares recordes”, explica. Entre setembro/24 e agosto/25, foram embarcadas 459,9 mil toneladas, sendo 58,4 mil apenas em agosto.

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