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Organização e equipamentos apropriados evitam incêndios em propriedades rurais
Foi o que os instrutores do SENAR aprenderam nesta sexta-feira, durante aula prática do curso Prevenção e Controle do Fogo na Agricultura
Quem pensa que só água apaga um incêndio, engana-se. É necessária muita organização e o uso de uma série de técnicas para prevenir e combater o fogo. São essas técnicas que os instrutores do Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (SENAR) de nove estados aprenderam na aula prática da capacitação do programa Prevenção e Controle do Fogo na Agricultura realizada na sexta-feira (10), no Núcleo de Tecnologia em Piscicultura da Secretaria de Estado da Agricultura, Abastecimento e Desenvolvimento Rural (Seagri) do Distrito Federal, conhecida como Granja Ipê
É possível usar enxadas, foices, machados e rastelo para construir um aceiro (limpeza de uma parte do terreno para evitar que um incêndio se propague) ou um pinga fogo, equipamento usado para a prática do contra-fogo, que consiste em queimar uma área evitando que as chamas se alastrem, já que o fogo cessa ao não encontrar mais combustível (vegetação) à frente. Além do uso de reservatório de água (bomba costal), motosserra, tratores, entre outros. Essas técnicas podem ser utilizadas em propriedades de pequeno, médio e grande porte.
“Esse curso foi de extrema importância porque nos trouxe opções ao uso do fogo na agricultura. E caso seja realmente necessário, aprendemos também a utilizá-lo de forma controlada. Sem contar que aprendemos que não é só a água que apaga o fogo, existem diversas ferramentas que combatem muito melhor”, conta o instrutor Adam Matos, do SENAR Pará. Para ele, o curso também foi importante para desmistificar a ideia de que todo fogo é ruim. “Alguns biomas, como o Cerrado, precisam do fogo para se desenvolver, porque algumas espécies necessitam dele para tirar a dormência das sementes e se renovar”, ressalta.
Raimundo Oliveira, do SENAR Amazonas, afirma que no seu estado ainda não tem nenhuma ação do SENAR nessa área. “No Amazonas não temos muitos incêndios devido às florestas densas e ao clima úmido, mas existe a cultura de fazer queimadas para limpar uma área para o plantio, além dos incêndios criminosos. Nosso objetivo é levar orientação para o produtor realizar a queima correta e em caso de acidente, saber como lidar com o fogo.”
Em Mato Grosso do Sul, o SENAR oferta o curso Prevenção e Combate a Incêndios Florestais, mas o instrutor Waldir de Paula admite que a capacitação desta semana trouxe bastante informações novas, que vão contribuir com o curso que já existe na Regional. “O nosso curso é voltado para as usinas de cana e empresas de reflorestamento. Nesta capacitação aprendemos muitos detalhes e o passo-a-passo do combate. Com certeza esse conteúdo vai contribuir para o que já realizamos e poderemos também começar a atender o produtor rural, porque a demanda existe”, completa.
Prática e organização evitam acidentes
Para o coordenador técnico do Prevfogo - Centro Nacional de Prevenção e Combate aos Incêndios Florestais do Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), Rodrigo de Moraes Falleiro, que ministra a capacitação, a prática nesse tipo de curso é fundamental, porque incêndios florestais são perigosos e envolvem riscos. “É preciso que os instrutores saibam como fazer esse laboratório de queima de maneira segura para que eles possam passar todas as técnicas que receberam na teoria e estão exercitando agora na prática", explica.
Falleiro acrescenta que a organização é outro fator importante na hora de combater o incêndio. “Nós procuramos sempre trabalhar a organização porque muitas vezes o produtor rural sabe combater o incêndio e fazer uma boa leitura do fogo, mas muitas vezes não trabalha com organização. Então acaba perdendo o serviço, fazendo técnicas que podem colocar em risco o pessoal, como não saber onde está um ou outro trabalhador. Essa parte de organização é importantíssima e fundamental quando vamos fazer uma queimada ou o combate de um incêndio florestal.”
Na avaliação da coordenadora do programa Prevenção e Controle do Fogo na Agricultura no SENAR, Ana Paula Mundim, a capacitação superou as expectativas dos instrutores. “Eles vieram falar comigo que tudo estava muito bom, a estrutura, a equipe técnica do Ibama. Já estamos elaborando o projeto pedagógico, o plano instrucional e o material didático dos dois cursos que vão surgir a partir da capacitação desta semana. E como já existe a demanda do produtor nos estados, tenho certeza que o programa vai ser um sucesso,” comemora.
Assessoria de Comunicação do SENAR
Fotos: Tony Oliveira
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