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Pecuaristas mineiros ampliam em seis vezes produção leiteira
Leite23

Com a Assistência Técnica e Gerencial do Senar, casal de produtores de Unaí (MG) aumenta escala de 40 para 240 litros diários com os mesmos animais

19 de fevereiro 2021
Por Senar

A reportagem foi feita antes do uso obrigatório de máscara

Brasília (19/02/2021) O casal de produtores José João Júnior e Eduarda Paulino de Andrade, do município de Unaí, em Minas Gerais, é um exemplo de como a Assistência Técnica e Gerencial (ATeG) do Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar) transforma a vida de quem vive no campo.

Desde nova, Eduarda aprendeu com os pais a tirar leite de vaca e cuidar das tarefas da fazenda. Júnior morava em São Paulo e trabalhava em uma usina. O destino do casal se cruzou há sete anos, quando a família de Júnior decidiu sair da metrópole e tentar uma vida nova.

O local escolhido foi a área rural de Unaí, na propriedade vizinha à família de Eduarda. “Quase fui um bacharel em química tecnológica na minha cidade. Mas quando surgiu a oportunidade do meu pai adquirir a propriedade, eu desisti de tudo e vim para a roça”, disse Júnior.

A família de Júnior não tinha nenhum conhecimento de agropecuária, então decidiu buscar conhecimento e informações sobre a pecuária de leite na internet. “O nosso conhecimento era da teoria, não da prática. Quando a gente iniciou a produção, eu nem sabia tirar o leite na mão. Hoje em dia aprender não é tão difícil, o difícil é ter o gosto mesmo”, afirmou o produtor.

A família começou o trabalho devagar, com duas vacas e aprendendo com os erros. Alguns anos depois, Eduarda e Júnior casaram e assumiram a fazenda. Hoje contam com ordenha mecânica, 17 vacas nos 15 hectares e passaram a fazer recria pra garantir uma renda extra. Desde o início, Eduarda sempre teve preocupação com o capim, por já ter visto a dificuldade dos pais no passado.

“A gente não sobrevive sem comida e os animais são do mesmo jeito. Então não é priorizar a estrutura, não é ter um curral e um tanque de leite de primeira linha, mas ter o alimento para as vacas”, destacou Eduarda.

O casal de produtores sempre teve a cabeça aberta para receber orientações e novos conhecimentos. O primeiro passo foi fazer os cursos do Senar. Depois veio a Assistência Técnica e Gerencial. Assim, eles passaram a receber as visitas do técnico de campo todos os meses e em quase dois anos viram o trabalho dar resultado.

Antes, eram 40 litros de leite por dia, hoje são 240 litros com os mesmos animais. Transformação vinda principalmente da pastagem de alta qualidade. Onde faltava capim, hoje sobra.

Ordenha

O técnico de Campo do Senar Minas, Frederico Reis, explicou que a nutrição das vacas foi o primeiro ponto do processo de atendimento. “O custo mais viável e barato que a gente encontrou foi fazendo a reforma dos piquetes que eles já tinham, mas que não eram intensificados. Fizemos a adubação e, principalmente, o trabalho de manejo de entrada e saída dos piquetes”.

E não foi só o manejo que melhorou, mas a gestão também. Júnior e Eduarda não sabiam o real custo do trabalho. Somando todos os custos com produtos, depreciações de equipamentos e mão de obra, o prejuízo somava 18 centavos por litro de leite.

“A maioria dos produtores, infelizmente, ainda não têm essa facilidade em descobrir qual é o real custo de produção do litro de leite. Então eu sempre digo para se preocuparem da porteira para dentro. Porque da porteira para fora não tem como a gente trabalhar. Aumentando produtividade por área, o lucro é garantido”, disse Frederico Reis.

Com a gestão aprimorada, eles deixaram o prejuízo de 18 centavos e começaram a lucrar 23 centavos por litro de leite, um ganho efetivo de 41 centavos. Na avaliação do casal, se adaptar às novidades do mercado e ter disciplina são essenciais para sobreviver no campo.

“Tudo aqui gera custo e a gente tem uma forma de trabalhar, de tirar o leite em um menor preço. Então tudo aqui em casa, como energia e gasolina, a gente coloca na ponta da caneta para saber o que está gerando gasto e o que está dando lucro livre”, concluiu Eduarda Paulino.

Com o conhecimento técnico aprendido, o casal está feliz em viver no campo com dignidade e obtendo renda com a produção de leite.

Veja a reportagem na íntegra:

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