Presidente da CNA participa de seminário ‘Cadeias de Produção de Proteínas – Combustível para o Mundo’
Evento da Frente Parlamentar Mista do Biodiesel ocorreu no auditório da Confederação
(Brasília/DF 21/08/2025) - O presidente da CNA, João Martins, participou, na quinta (21), do seminário “Cadeias de Produção de Proteínas – Combustível para o Mundo” realizado pela Frente Parlamentar Mista do Biodiesel (FPBio).
O evento reuniu, no auditório da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil, parlamentares, representantes de entidades, especialistas, autoridades, presidentes de Federações estaduais e diretores do Sistema CNA/Senar.
Na abertura discursaram, além de João Martins, os deputados Flávio Nogueira (PT/PI), vice-presidente do Nordeste da FPBio, Arnaldo Jardim (Cidadania/SP), presidente da Comissão de Transição Energética da Câmara, e Alceu Moreira (MDB), presidente da FPBio.
Discurso - Ao dar as boas-vindas aos participantes, João Martins falou da importância da Frente Parlamentar do Biodiesel trazer à “casa do produtor rural” um tema de grande relevância.
“A agropecuária brasileira tem a singular capacidade de produzir cada vez mais energia e alimentos, com mais eficiência, produtividade e sustentabilidade, sem comprometer a segurança alimentar”.
O presidente da CNA falou ainda da contribuição da agropecuária para a diversificação da matriz energética, gerando valor e empregos, e atuando de forma decisiva para os compromissos climáticos globais.
João Martins apresentou, no seu discurso, uma série de dados para mostrar essa contribuição do agro. Segundo ele, enquanto a média mundial de fontes renováveis não chega a 15% na matriz energética, o Brasil já alcança 50%, sendo que 33% são derivados de atividades agropecuárias.
O etanol de cana segue essencial, com mais de 28 bilhões de litros, e o etanol de milho, que deve alcançar 10 bilhões em breve, cresce em ritmo acelerado “abrindo novas oportunidades”.
A partir do etanol de milho, continuou Martins no discurso, “fabricamos de 4 a 5 milhões de toneladas de DDG, um insumo proteico estratégico para a nutrição animal. E o etanol brasileiro desponta, ainda, como matéria-prima para o combustível sustentável de aviação.”
Biodiesel - Na mesma direção, o biodiesel mostra a força da integração entre energia e proteína animal, com uma produção atual de cerca de 9 bilhões de litros. O processamento da soja, responsável por 70% dessa produção, gera óleo para o combustível e mais farelo para a produção de carnes, sustentando a liderança do país em aves, suínos e bovinos.
Proteínas - O presidente da CNA também afirmou que nos últimos 20 anos, a produção de carnes no Brasil cresceu 48%. Trouxe dados do aumento do consumo no país e do excedente exportável.
João Martins falou das granjas de aves e suínos que demonstram “elevado grau de eficiência”, e da pecuária de corte, onde investimentos em nutrição garantem mais produtividade, qualidade e sustentabilidade.
“A carne bovina produzida por nossos pecuaristas é a mais sustentável do planeta”.
Integração - Ao finalizar o discurso, João Martins afirmou que a integração do agro com a produção e consumo de combustíveis renováveis é estratégica para o Brasil e para o mundo.
“A CNA segue engajada ao lado do parlamento, do setor produtivo e da sociedade para continuar construindo um Brasil que esteja na vanguarda mundial em energia limpa e em alimentos de qualidade”, disse.
Abertura - Na sua fala, o deputado Flávio Nogueira destacou a importância do setor agropecuário como grande produtor e exportador de alimentos, ressaltando o desempenho do Nordeste na produção de soja, milho e pecuária.
Para Nogueira, "cada vez mais é necessário um evento como esse para falarmos sobre o biodiesel e etanol e fazermos o possível para reduzir ainda mais a dependência brasileira dos combustíveis fósseis."
Já o deputado Arnaldo Jardim afirmou que o Brasil está avançando na produção dos biocombustíveis, tornando-se em breve pioneiro em combustíveis renováveis.
"Se o mundo seguir o que o Brasil está fazendo em biocombustíveis, teremos um avanço formidável no combate às mudanças climáticas, tornando nossa atuação uma referência global."
O presidente da FPBio, Alceu Moreira, falou sobre os avanços na pesquisa e na produção do biodiesel que fizeram o Brasil se tornar referência no assunto. No entanto, para o parlamentar, o país ainda precisa avançar em modelos de crédito e seguro rural, criando um modelo de financiamento que viabilize a produção e o crescimento econômico.
“Ainda há muito o que ser feito porque o mercado está cada vez mais exigente, mas nossa capacidade de produção é muito maior. Queremos transformar o Brasil em um país de selo verde."
Painéis - Durante o painel “A industrialização através do agro”, o diretor técnico da CNA, Bruno Lucchi, destacou a transformação das cadeias produtivas brasileiras, a modernização da pecuária e o papel estratégico dos biocombustíveis para o país.
Segundo Lucchi, a pecuária bovina está passando por uma mudança significativa com a utilização de novos produtos a partir do etanol de milho, o DDG proteico.
Lucchi ressaltou que a evolução tecnológica e nutricional tem permitido melhorar peso e idade ao abate nos últimos dez anos, destacando que “se você não tiver a tecnologia genética e, principalmente, a nutrição adequada, você não consegue ter um animal diferenciado”.
O diretor da CNA ressaltou o trabalho dos técnicos do Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar) na orientação nutricional dos produtores rurais.
Potencial dos biocombustíveis - Bruno Lucchi também falou sobre o potencial estratégico dos biocombustíveis para o Brasil.
“O Brasil tem que assumir o protagonismo internacional na discussão da transição energética usando, para isso, os biocombustíveis como o principal ativo do país.”
Assista na íntegra o discurso do presidente da CNA, João Martins: