Minas Gerais
Produção de café grupo de Campos Altos (MG) aumenta 155% com ATeG
Por: SENAR MINAS
Um grupo de 27 propriedades da região de Campos Altos, inseridas no Programa de Assistência Técnica e Gerencial (ATeG) Café + Forte, apresentou um crescimento de 155,6% na produção. Na safra 2019/2020, a produção conjunta foi de 18.276,5 sacas em 351 hectares, bem acima das 7.150,5 colhidas na safra 2018/2019, em uma área de 300 hectares. Em relação à produtividade geral do grupo, o aumento foi de 118%, passando de 23,9 para 52,1 sacas por hectare, em média. O relatório foi apresentado na reunião de benchmarking com os produtores para avaliação dos resultados do primeiro ciclo do programa, desenvolvido pelo Sistema FAEMG/SENAR/INAES. O encontro ocorreu de forma on-line e presencial, na sede do Sindicato dos Produtores Rurais de Campos Altos.
Técnico Vinícius e o produtor Osmário em uma das visitas, antes da pandemia; cafeicultor teve aumento de produtividade de 453%
“Começamos esse grupo em julho de 2019 e detalhamos, o máximo possível, as informações referentes à safra 18/19 para fazer os indicadores econômicos e, a partir daí, avaliar o crescimento no último ano. O resultado foi exponencial, e este trabalho também ajudou na tomada de decisões para redução de custos, renovação da lavoura para aumento da produtividade, investimento no que era gargalo do sistema de produção, utilização de colheita e catação mecanizada no máximo de áreas possível, entre outras”, explicou o técnico de campo e engenheiro agrônomo Vinícius Teixeira Lemos.
Por exemplo, com o uso de colhedora própria para a cafeicultura de montanha, tem produtor que já reduziu o custo de colheita de R$ 200 mil para R$ 120 mil. Considerando que, na época, uma colhedora nova custou R$ 190 mil, o produtor pagou, em duas safras, quase todo o investimento no maquinário com o que economizou no custo da colheita.
Outro aspecto avaliado foi a relação custo-benefício, que, na safra 18/19, era de R$ 0,77 e, na safra seguinte, aumentou para R$ 1,92. “Isso mostra quanto o produtor recebe de volta a cada R$ 1 investido. O aumento é muito interessante porque, na maioria dos negócios rurais, vemos uma relação de R$ 1,20, em média, para a cafeicultura empresarial com gestão técnica. E o grupo de Campos Altos conquistou esse número expressivo”, disse o técnico.
“A reunião foi um incentivo para os produtores de Campos Altos, que ainda têm dois anos de assistência pela frente. Quando os índices são apresentados dessa forma detalhada, facilita a compreensão e mostra o quanto o programa está proporcionando resultados positivos”, comentou o gerente regional do Sistema FAEMG/SENAR/INAES, Caio Oliveira. A reunião também contou com a presença da supervisora do ATeG, a engenheira agrônoma Karla Crystina Rosa.
Produtor satisfeito
Um dos produtores participantes é Osmário José Martins. Na reunião, que ele assistiu de forma on-line, viu com satisfação os números referentes à sua propriedade, que teve um aumento de produtividade de 453%, passando de 15,6 sacas/ha na safra 18/19 para 86,4 sacas/ha na safra 19/20.
Em relação ao ponto de cobertura médio por hectare, indicador expresso em sacas de café para custear todos os custos fixos e variáveis, o produtor gastou 28,5 sacas/ha/ano e colheu 51 sacas/ha/ano, na média do biênio, o que resulta em quase 23 sacas livres de lucro/ha/ano, na média em duas safras.
“O programa está sendo ótimo. Eu procuro seguir todas as orientações, de adubação, análise de solo, uso de implemento, entre outras, e sempre tiro as dúvidas nas visitas mensais do técnico. Os dois primeiros anos foram bem aproveitados”, comentou o produtor.