Paraná
Produtor aumenta renda com a soja após adotar o MIP
Wagner Viniarski, do Sudoeste do Paraná, participou do curso do SENAR-PR e aplicou técnicas de manejo em 310 hectares de soja
Por: Comunicação Social – Sistema FAEP/SENAR-PR
O Manejo Integrado de Pragas (MIP) é uma prática referência no Paraná pelos excelentes resultados alcançados em rentabilidade e sustentabilidade. Diante dos benefícios, os agricultores estão implementando o MIP em grande parte das lavouras, principalmente na cultura da soja.
O produtor Wagner Viniarski possui 150 hectares da oleaginosa nos municípios de Clevelândia e São Domingos, na região Sudoeste, e aplicou o MIP, pela primeira vez, em toda a extensão de suas lavouras durante a capacitação do SENAR-PR. No curso de MIP-Soja, realizado em parceria com Embrapa e Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná (IDR-PR), a orientação é reservar, no mínimo, cinco hectares da cultura para serem conduzidos com as técnicas do Manejo Integrado de Pragas.
“Geralmente os participantes reservam uma parte da lavoura para aplicar as técnicas. Mas eu vi os estudos que comprovam os benefícios, os resultados de outros cursos. Confiei que podia fazer em toda a propriedade”, relata o produtor rural.
Simultaneamente ao curso do SENAR-PR, o produtor também aplicou as técnicas do MIP em outra propriedade que administra junto com o pai, em Palmas, no Centro-Sul do Estado. “Tudo que ia aprendendo com o curso e aplicando em Clevelândia, fui fazendo em Palmas”, complementa. Ao todo, somando a área das propriedades, foram 310 hectares de soja que, ao fim do ciclo 2020/21, não tiveram uso de inseticida.
“Antes do curso, eu tinha interesse nesse manejo mais sustentável e já aplicava somente inseticida fisiológico nas lagartas na lavoura em Palmas. Como eu já fazia a redução de químicos lá, decidi fazer em Clevelândia. Foi quando procurei o curso do SENAR-PR”, aponta.
Os resultados de Viniarski comprovam o sucesso da técnica. Na média de Clevelândia, São Domingos e Palmas, o produtor colheu 78 sacas por hectare. Na área efetivamente inscrita na capacitação para a análise dos dados (24 hectares), a média fechou em 85 sacas por hectare. “Foi o meu melhor ano de colheita”, comemora. Na safra anterior, a produtividade média das propriedades de Viniarski atingiu 66 sacas de soja por hectare.
A economia com aplicação de defensivos também surpreendeu o produtor, comprovando os benefícios das técnicas do MIP. Foram economizados cerca de R$ 125 por hectare, o que corresponde a mais de R$ 37 mil. A redução de gastos no manejo e o aumento de produtividade resultaram em maior rentabilidade para o produtor rural.
“Não imaginava que seria um manejo tão simples. O curso do SENAR-PR é prático para aprender, tem muitas dicas de como reconhecer os inimigos naturais e informações importantes sobre os estágios da planta. Eu não sabia que existem tantos insetos que são inimigos naturais e podem nos ajudar e, que usar inseticida sem necessidade, vai acabar eliminando esses insetos, o que causa desequilíbrio e pode piorar a situação”, destaca Viniarski, que agora pretende fazer o curso “Manejo Integrado de Doenças da Soja (MID-Soja)” do SENAR-PR.
“Eu avalio o MIP como uma prática de extrema importância para uma lavoura mais saudável e produtiva. Quanto mais pessoas puderem participar do curso e difundirem essa técnica, melhor. Além da economia com inseticidas, o produtor vai ajudar a cuidar do meio ambiente”, avalia.
MIP-Milho com inscrições abertas
Com o andamento do plantio do milho safrinha no Paraná, o SENAR-PR deu início ao curso “Manejo Integrado de Pragas (MIP) – Milho”. O prazo para as inscrições depende da janela de cultivo em cada região, pois, é necessário um monitoramento pré-plantio para avaliação da presença de insetos. Em regiões como Oeste, Sudoeste e algumas áreas do Norte, o plantio já foi realizado e 20 turmas da capacitação estão em andamento.
O curso inicia com um dia de aula teórica, seguido de uma análise a campo no pré-plantio. Ainda, ocorrem oito monitoramentos durante a safrinha com intervalos de três dias, seguindo as orientações do protocolo técnico de monitoramento.
O pré-requisito para esse curso é ter sido aprovado no curso “MIP-Soja”. Mais informações e inscrições na seção Cursos do site www.sistemafaep.org.br .
MIP-Soja em formato híbrido
Devido à pandemia do novo coronavírus, o curso “Manejo Integrado de Pragas (MIP) – Soja” do SENAR-PR foi adaptado para um modelo híbrido. O novo formato foi a campo, pela primeira vez, na safra 2020/21, após reformulação para atender à necessidade de distanciamento social. No total, foram 51 turmas em formato híbrido distribuídas pelo Estado.
Nesse novo formato, o conteúdo teórico foi reformulado para melhor atender a modalidade Educação a Distância (EaD). Antes do plantio, foram oito horas de aulas teóricas online dividas em dois dias. Em seguida, quatro horas de aulas práticas em grupos de até quatro pessoas e participação do instrutor. Os encontros para o monitoramento da lavoura aconteceram durante 15 semanas, somando 30 horas-aula, e também em grupos de até quatro pessoas, respeitando todos os protocolos de saúde e orientações de distanciamento social. Antes da adaptação por conta da pandemia, a capacitação contava com 16 horas de aulas teóricas em formato presencial para todos os participantes e, na sequência, 16 semanas de monitoramentos acontecendo na propriedade, com grupos de até quatro pessoas.
Para complementar o conteúdo teórico, foram disponibilizados para os alunos cinco vídeos da Embrapa Soja: manejo de pragas no período vegetativo, principais pragas da cultura da soja, controle biológico de pragas da soja, boas práticas para colheita de soja e manejo de plantas daninhas na entressafra. “Foi uma novidade para vários produtores, mas, no final, os resultados foram positivos, pois todos se adaptaram bem ao novo modelo.
Foi a forma que conseguimos com que o curso acontecesse mesmo com a pandemia”, avalia a técnica do Departamento Técnico (Detec) do Sistema FAEP/SENAR-PR Flaviane Medeiros. No momento, o curso não está com inscrições abertas, por conta do fim da safra de verão. A tendência é que o modelo híbrido siga na safra 2021/22 para atender os protocolos de segurança diante do decorrer da pandemia. Mais informações no site www.sistemafaep.org.br , na seção Cursos.