Produtor de Vinhos une tradição familiar e novas técnicas de produção
Lucas Molon foi vencedor do Prêmio ATeG: Gestão, Resultado que Alimenta 2024, na categoria Agroindústria
Brasília (17/12/2024) – O produtor rural, Lucas Antonio Molon, vencedor do Prêmio ATeG: Gestão, Resultado que Alimenta 2024, na categoria Agroindústria, carrega com orgulho o legado deixado pelo trisavô, Rômulo Molon.
Imigrante italiano, Molon adquiriu, em 1923, uma propriedade em Flores da Cunha (RS), na Serra Gaúcha, e dois anos depois, construiu a vinícola com muros de pedras.
Quinta geração da família à frente da propriedade, Lucas conta que os primeiros registros de vendas de vinhos são de 1962, quando a produção era comercializada a granel. “O vinho era produzido aqui e vendido em carro tanque, e foi assim até 2022”, contou.
A partir desse ano, houve uma modernização e o início na agroindústria. Os vinhos começaram a ser engarrafados, e a Cantina do Toni - nome em homenagem ao pai de Lucas -, ganhou ainda mais força. “O nome Cantina do Toni surgiu dos próprios clientes. Eles sempre diziam: ‘Vamos na Cantina do Toni.’ A palavra ‘cantina’, em italiano, significa vinícola. Os clientes deram o nosso nome e nós divulgamos a marca”, conta Lucas.
Lucas ampliou a produção, diversificando os produtos no mercado e inovando os negócios da família. “Nos últimos anos, começamos a cultivar uvas de mesa, para consumo in natura. Nossas variedades são bem antigas, temos videiras que chegam a quase a 100 anos. Hoje, temos 17 variedades de uvas e conseguimos atender diretamente o consumidor final”, detalha.
A novidade foi um sucesso e a Cantina do Toni se tornou um ponto turístico no município. O local atrai até visitantes de outros estados, como Santa Catarina, interessados em conhecer o cultivo das uvas diretamente nos parreirais.
“A safra, que vai de janeiro a março, virou atração turística. Os turistas reservam o fim de semana e têm a experiência de provar as uvas frescas diretamente do parreiral. E, claro, acabam levando outros produtos da nossa vinícola”, explica.
Com o apoio do Senar por meio da técnica, Graciele Daiana Funk, a Cantina do Toni viu seu faturamento crescer 14% nos últimos anos. A expansão não se limitou à produção, mas também abrangeu novos canais de comercialização, a aquisição de equipamentos modernos e a adoção de estratégias de marketing mais eficientes.
Graciele, que atende 21 produtores na região de Caxias do Sul (RS), fica entusiasmada com o crescimento da empresa familiar e pontua que outros produtores atendidos pela ATeG também obtiveram evolução.
“Estou há um ano e dez meses com este grupo e observo que todos eles tiveram um crescimento. Houve melhorias na qualidade do produto, no retorno financeiro, na lucratividade e também aumentaram as vendas através das redes sociais. É bem gratificante que a cada visita os produtores relatam o que aplicaram das visitas anteriores e o retorno positivo que eles obtiveram”, descreve.
Ainda segundo ela, a assistência trouxe algo ainda mais importante: a valorização da mão de obra do produtor rural. “Houve uma desvalorização do agricultor, e a gente vem mostrar como eles são importantes, o valor do trabalho deles e que eles precisam ser valorizados na hora de colocar um preço de venda”.
A Cantina do Toni é mais do que uma vinícola – é um reflexo do trabalho em equipe e do compromisso familiar. “A minha base é meu pai Antoninho Molon, minha mãe Marlene de Fátima Bertin Molon, minha irmã, a Luana Molon e minha tia, Aparecida Molon, que também trabalha conosco. Nós conversamos bastante e decidimos muitas coisas juntos. Tentamos pensar pra melhorar a propriedade, pra tentar abrir novos mercados e atrair mais clientes”.
Com as ideias sempre em expansão, o próximo passo da família Molon pode ser a criação de uma agroindústria de geleias, um projeto desenvolvido pela irmã Luana, que traz ainda mais inovação à história da Cantina do Toni.