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Paraná

Queijaria São José planeja comercializar para outros municípios
Queijaria Sao Jose

Com oito meses de funcionamento, pequena agroindústria teve estoque esgotado do queijo premiado. Produtores passaram por cursos do SENAR-PR para qualificar o negócio

6 de outubro 2023

Inaugurada em janeiro deste ano, a Queijaria São José , de Foz do Jordão, na região Centro-Sul, é fruto de uma prática que atravessa gerações. A proprietária Maristela Bordin aprendeu com a mãe, há 20 anos, o talento de fabricar queijos artesanais. Porém a vida tomou outros rumos, fazendo com que ela parasse de produzir por mais de uma década. Há cinco anos, Maristela voltou para a propriedade do pai, comprou as vacas que eram da mãe e decidiu tocar o negócio ao lado do marido, Luiz Carlos Viana.

Hoje, os nove animais produzem entre 80 e 120 litros de leite por dia, o que rende cerca de 11 queijos. O manejo do rebanho é feito pelo casal, mas, a fabricação dos queijos, por enquanto, ainda só a partir das mãos de Maristela. Além do queijo ao vinho, reconhecido com a medalha de prata no Prêmio Queijos do Paraná , são produzidos queijo colonial artesanal, queijo com ervas finas, doce de leite e iogurte natural com morango, um dos campeões de vendas.

Antes da inauguração da queijaria, além da assistência técnica, Maristela buscou ajuda no SENAR-PR. A produtora fez o curso “Produção artesanal de alimentos” , com foco em derivados de leite. Com isso, aprendeu detalhes que, até então, passavam despercebidos na fabricação aprendida com a mãe.

A queijeira Maristela Bordin, diante de um balcão repleto de queijos e de outros produtos lácteos

A queijeira Maristela Bordin

De forma paralela, o marido participou do curso “Manejo e ordenha” , que trouxe mais conhecimento para melhorar a qualidade do leite, fundamental para se produzir um queijo diferenciado. “Hoje sabemos identificar as causas dos problemas, o que reduz o desperdício e possíveis prejuízos”, afirma Maristela. “Um leite bom vai gerar um queijo bom”, conclui.

Reconhecimento

O esforço do casal já surtiu efeito. No Prêmio Queijos do Paraná, realizado em junho, o queijo Bordin no vinho recebeu a medalha de prata, uma surpresa por conta do curto prazo de existência da queijaria. Após a inauguração no início do ano, a Queijaria São José obteve o Serviço de Inspeção Municipal (SIM) em março, o que autoriza a comercialização dos queijos no município.

"Nossa queijaria é nova, e esse processo de fazer queijos para vender também é novo. Mesmo no primeiro momento não querendo participar da premiação, acabei convencida pelo técnico do IDR-Paraná [Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná] que nos dá assistência. A medalha de prata valeu mais do que ouro."

Maristela Bordin, produtora de queijo e proprietária da Queijaria São José

Segundo a produtora, o processo de fabricação do queijo ao vinho, até certa etapa, é o mesmo do queijo colonial: temperatura de 40°C, leite fresco e maturação por 15 a 20 dias. Após essa etapa, para ganhar o sabor e aroma característicos, o produto fica mergulhado em vinho tinto colonial do tipo seco por cinco dias.

Antes da premiação, o queijo ao vinho tinha uma clientela específica, principalmente por causa do preço, mais elevado em relação ao queijo colonial (R$ 75 o quilo). Agora, com a exposição, a demanda cresceu tanto que a produtora não dá conta de manter o estoque e o produto está sendo comercializado apenas sob encomenda.

“A premiação foi numa quinta-feira e no domingo já tinha acabado tudo na queijaria. Desde que recebemos o prêmio, o estoque está vazio”, conta a produtora, ainda surpresa com o reconhecimento. Agora, os planos da Queijaria São José são ampliar a comercialização para outras cidades do Paraná por meio do Sistema Unificado de Atenção à Sanidade Agroindustrial Familiar, Artesanal e de Pequeno Porte (Susaf), que já está em processo de adesão pelo município de São José.

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