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Senar/MS: Programa Pró-Ovinos tem turma de 10 produtores que buscam melhorar produtividade na mesma área
Fonte: Assessoria de Comunicação Sistema Famasul - Leandro Abreu
Desde julho de 2018, 10 produtores de ovinos de diversos municípios de Mato Grosso do Sul participam do programa Pró-Ovinos, da ATeG - Assistência Técnica e Gerencial, do Senar/MS - Serviço Nacional de Aprendizagem Rural. Com seis meses de trabalhos focados em um diagnóstico, agora as atividades devem ser mais práticas e os proprietários já sentem algumas mudanças na produção.
Conforme o técnico de campo do programa, o médico veterinário, Custódio Júnior, o objetivo principal é aumentar a renda do produtor. “Para isso é preciso aproveitar de uma forma melhor e extrair o máximo de produção do rebanho e da área que já existem, sem ampliar”, comentou.
No total são 360 hectares em ovinocultura. “Fizemos nesses seis primeiros meses de trabalho uma análise da propriedade e um resgate do último ano. Verificamos os ganhos e a ideia é utilizar a mesma área para aumentar esse faturamento. A taxa de de desfrute é de 41%, ou seja, para cada 100 animais, 41 são comercializados”.
Custódio explica que sem aumento de rebanho, já dá para elevar em 50% o aproveitamento do rebanho e a ideia chegar a 60% de taxa de desfrute, um percentual relevante considerando que a taxa nacional gira em torno de 10%. Alguns mercados mundiais estão no mesmo patamar do Mato Grosso do Sul.
Ainda de acordo com Custódio, essas estatísticas mostram que os produtores do programa não estão totalmente desatualizados, mas a intenção é intensificar ainda mais os trabalhos. “Mostra que os produtores desse primeiro grupo já tem algum nível tecnológico. Objetivo agora é entrar com a gestão para ampliar os números ainda mais. Agora são dois anos de trabalho, com visita mensal de quatro horas, até julho de 2020”, disse.
Com rebanho próximo a 500 mil cabeças, Mato Grosso do Sul ocupa o 8° lugar na produção de ovinos do País, segundo dados do IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. “O Programa Pró-Ovinos incentiva a produtividade do segmento como atividade sustentável para que o estado evolua e cresça nesse ranking”, disse o coordenador do Departamento de Assistência Técnica e Gerencial do Senar/MS, Francisco Paredes.
Um dos participantes do programa Pró-Ovinos é o produtor Thiago Cunha, de Corumbá. Ele possui uma propriedade em pleno Pantanal do Nabileque, o que dificulta ainda mais a produção.
“Vivemos isolados e com várias adversidades. Altíssima temperatura e umidade. Crio animais da raça Santa Inês em condições extremas. Há oito anos mexo com ovinos e isso vem de família. Meu avô e meu pai são do setor há mais de 40 anos. A dificuldade é realizar as orientações dos técnicos, pois demoramos um dia para ir e outro para voltar da cidade para comprarmos o material das benfeitorias que precisamos construir”, comentou.
O produtor aprovou os primeiros meses de assistência e está confiante para os resultados. “Tenho aprendido muito com essa troca de informações. Acho que só vem a somar. A gente espera ganhar mais, produzir mais, vender melhor. Temos expectativa de melhorar nossos índices, principalmente, mortalidade de cordeiros, o que é mais complicado”, finalizou.
PRÓ-OVINOS
No programa os participantes recebem a visita de técnicos que realizam um diagnóstico e acompanham a atividade por dois anos. Para receber a assistência, os ovinocultores do estado devem procurar o sindicato rural do seu município.
Na turma atual, a demanda veio por meio da Asmaco – Associação Sul-Mato-Grossense de Criadores de Ovinos, que mobilizou os produtores dos municípios de Campo Grande, Ribas, Terenos, Sidrolândia, Figueirão, Bandeirantes, Aquidauana e Corumbá.
ATeG
É uma metodologia de ensino, de caráter continuado, na qual são oferecidas, por meio de técnicos de campo, consultorias técnicas, gerenciais e tecnológicas, visando contemplar todas as dimensões do meio rural: propriedade, produtor, trabalhador, produção e as famílias.
As visitas são mensais, com duração de 4 horas, no período de dois anos. O trabalho desenvolvido, também prevê capacitação técnica com cursos de FPR – Formação Profissional Rural, incentivo ao associativismo e ao cooperativismo e fomenta a criação de novos canais de comercialização.