Sistema CNA/Senar incentiva representatividade feminina no agro
Grupo de Trabalho Mulheres do Agro e capacitações são algumas das iniciativas para aumentar a participação de mulheres no setor
Brasília (19/03/2021) - A participação feminina na agropecuária vem ganhando destaque nos últimos anos. O que se percebe são as mulheres cada vez mais engajadas no dia a dia da propriedade rural. Elas cuidam dos animais, ajudam na colheita, operam máquinas e muitas delas têm se destacado à frente da gestão das fazendas.
O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) apontou um crescimento de 12,7% para 18,6% na participação de mulheres como responsáveis pelos estabelecimentos rurais cresceu no país, comparando os dados do Censo Agropecuário de 2006 e 2017.
Neste contexto, o Sistema CNA/Senar tem estimulado a maior participação delas no setor, com iniciativas para estimular e fortalecer a representatividade no setor, como o Grupo de Trabalho Mulheres no Agro, coordenadas pela Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) e ações do Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar).
De acordo com a coordenadora de Formação Profissional e Promoção Social do Senar, Deimiluce Fontes Coaracy, a instituição incentiva a participação de mulheres em todas as ações por meio da universalização do acesso.
“No Senar sempre haverá oportunidades para mulheres que queiram adquirir e aprimorar suas competências profissionais e pessoais, pois temos um portfólio muito diversificado em todas as Administrações Regionais", destaca.
Uma das ações é o programa Mulheres em Campo, para despertar e ampliar o protagonismo feminino na administração rural.
Maria Quitéria preside a Associação Quilombola de Igreja Nova, em Alagoas
A agricultora Maria Quitéria Matias é um exemplo de liderança feminina no setor. Ela se dedica à organização coletiva e é presidente da Associação Quilombola do município de Igreja Nova, em Alagoas.
Depois de participar do curso de Associativismo do Senar/AL, o grupo de 38 mulheres da comunidade está expandindo seus negócios com a comercialização de produtos e receitas tradicionais: bolo de macaxeira e de milho, tapioca e sequilhos.
“Comercializamos esses produtos nas feiras e entregamos ao município por meio do Programa de Aquisição de Alimentos (PAA). Nosso objetivo é valorizar o produto da roça e da nossa comunidade e o curso do Senar foi de fundamental para o desenvolvimento e a organização da associação”, destaca Maria Quitéria.
Em Mato Grosso do Sul, a pecuarista Ana Nery Terra Souza, é uma das integrantes do GT Mulheres do Agro da CNA, criado para debater questões voltadas para a participação feminina na atividade agropecuária.
Ana é diretora financeira do Sindicato de Produtores Rurais de Maracaju (MS) e coordenadora do Núcleo de Mulheres da instituição. Além disso, a produtora compõe o Conselho Fiscal da Fundação MS.
Há mais de 50 anos sua família atua na criação de gado nelore para cria recria e engorda. “Podemos fazer grande diferença no agro e já fazemos isso, pois temos a oportunidade de multiplicar as nossas habilidades. É importante investir em inovação e na educação de nossos filhos e também daqueles que estão ao nosso redor”.
Algumas mulheres relatam algumas dificuldades no início. A dificuldade de acesso ao crédito para as mulheres era um desafio, segundo a produtora de açaí e cacau, Darlene Maria Pantoja, do município de Igarapé-Miri (PA).
Darlene é produtora de açaí e cacau em Igarapé-Miri (PA)
“Na década de 90, eu tive que fazer um crédito rural através do nome do meu marido porque não tínhamos essa credibilidade. Agora essa realidade mudou, inclusive com créditos específicos para mulheres também graças ao trabalho das federações de agricultura e do Sistema CNA/Senar”, comemora.
As mulheres também têm participado de rodadas internacionais de negócios do agro e promovem eventos importantes como o Congresso das Mulheres do Agro.
Capacitações - O aumento da participação de mulheres também foi percebido no programa de desenvolvimento de novas lideranças, o CNA Jovem. Na quarta edição, que teve início em 2020, dos 3.742 jovens inscritos em julho de 2020, 53% eram mulheres e 47% homens.
Em 2014, quando foi realizado pela primeira vez, do total de participantes 32% mulheres e 68% homens.
Para conhecer os cursos do Senar disponíveis em seu Estado, entre em contato com o Sindicato de Produtores Rurais de seu município ou acesse:
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O Senar também disponibiliza cursos a distância no link: http://ead.senar.org.br/
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