Minas Gerais
Sucesso com o ATeG Leite: pecuarista tem aumento de 325% na produção
Por: SENAR MINAS
O dentista Sidnei Frascarolli Toledo, de 51 anos, assumiu a propriedade da família, em Guarani, após o falecimento do pai. O foco era a produção leiteira, mas ele, que não entendia sobre agronegócio, não sabia que rumo tomar. Depois de tentar outra atividade, trabalha, hoje, com pecuária leiteira e recebe as orientações do Programa de Assistência Técnica e Gerencial, que o ajudou a aumentar a produção em 325%.
“A família resolveu que íamos conservar a propriedade e a tornar produtiva. Meu primeiro passo, no desespero, foi vender todos os animais, já que a intenção era trabalhar com gado de corte. Pensando que as despesas seriam menores, comprei novas cabeças de gado. Até que entendi que a nova atividade não traria renda mensal. Isso tornou as coisas difíceis porque precisava ter renda para ao menos pagar um funcionário”, contou.
O produtor Sidnei Frascarolli Toledo e o técnico Guilherme Miranda em uma das visitas à propriedade
Entre o gado de corte, havia três vacas. Com o tempo, elas procriaram e o colaborador do Sítio Pirapetinga começou a ordenhar os animais. “Ali percebi que o caminho era a produção de leite. Vendi o gado de corte e investi na pecuária leiteira.”
Foi nesse momento que surgiu a oportunidade de Sidnei integrar o grupo de 30 produtores assistidos pelo ATeG Leite, promovido pelo Sistema FAEMG/SENAR/INAES em parceria com o Sindicato dos Produtores Rurais de Guarani.
“Encontramos a propriedade sucateada, com o plantel desestruturado, grande limitação de alimentos para o rebanho, nenhuma atividade de gestão e um produtor ansioso pelas orientações”, contou o técnico Guilherme Miranda. Segundo ele, em julho de 2019, quando começou a assistência, a produção era de 40 litros de leite por dia. Hoje, a propriedade registra a média de 170 litros de leite por dia, o que significa um aumento de 325%.
“Antes, o leite era de baixa qualidade e as vacas estavam sofrendo contaminação bacteriana. Tínhamos um cenário com baixa lotação de animal por área. Após o produtor seguir as recomendações técnicas e gerenciais, implantando piquetes rotacionados de mombaça, arraçoando os animais conforme a produção e tratando adequadamente das bezerras, conseguimos melhorar a qualidade do leite, atingindo padrões adequados, e a lotação passou para nove animais por hectare com intensificação de pastagens”, explicou Guilherme.
O leite, que é enviado a um laticínio, fica armazenado em um tanque de 500 litros, comprado durante as melhorias, que incluiu também a aquisição da ordenhadeira mecânica
Indicadores
| Março 2020 | Março 2021 | |
|---|---|---|
| Margem Bruta | -0,25 por litro | 0,43 por litro |
| Cuso operacional efetivo do leite | 1,47 por litro | 1,30 por litro |
| Taxa de retorno | 0% | 2% ao ano |
| Porcentagem de vacas em lactação | 60% | 76% |
Futuro
Atualmente, são 31 animais em produção, sendo 21 no curral. A meta de Sidnei é atingir a meta de 250 a 300 litros de leite por dia. “Passei a ver a propriedade como uma empresa rural. Estou montando esta empresa, para que, no próximo ano, trabalhe com ela pronta. Percebo que conseguirei atingir meus objetivos se mantiver o padrão que venho aprendendo. O Sistema FAEMG/SENAR/INAES é tudo para mim. Não sei onde estaria se não fossem a assistência e os cursos. Agradeço e garanto que, com mais um ano, estaremos superando expectativas.”
Segundo o técnico, há planos para começar a fazer transferência de embriões na propriedade para melhorar geneticamente o rebanho. Para se qualificar, o produtor participou, junto com a esposa, Luíza Aparecida Braga Silva, de cursos sobre qualidade do leite e boas práticas de ordenha.
“O programa traz muitos benefícios para nossos produtores rurais, abordando importantes pontos de melhoria, como pastagem, adubação e redução de custos de insumos, entre outros. É uma oportunidade de crescimento para pequenos e médios produtores”, enfatizou o presidente do Sindicato de Produtores Rurais de Guarani, José Maurício Carpanez Oliveira.
