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Turma do AAJ promove replantio de mudas nativas em Ibiporã
Projeto sustentável foi desenvolvido em área de lazer em construção, com apoio da Secretaria Municipal da Agricultura, Abastecimento e Meio Ambiente
A construção de um mundo mais sustentável começa a partir da educação. Para além da sala de aula, o engajamento em ações práticas contribui para mudar comportamentos e motivar atitudes em favor de uma sociedade mais colaborativa.
Nesse contexto, a turma do curso “Classificação de Grãos”, do Programa Aprendizagem de Adolescentes e Jovens (AAJ), promovido pelo Sistema FAEP/SENAR-PR, colaborou para a recomposição da Área de Preservação Permanente (APP) do Lago Beltrão Park, espaço público em construção no município de Ibiporã, na região Norte do Estado.
O Projeto Ação Sustentável aconteceu em parceria com o Genesis Group, empresa onde trabalham os aprendizes do programa, e a Secretaria Municipal da Agricultura, Abastecimento e Meio Ambiente (SAAMA). A atividade contou com a participação de nove alunos, que realizaram o plantio de 75 mudas nativas, com supervisão da engenheira agrônoma e instrutora do SENAR-PR Lidiane Braga.
“Foi a primeira turma desde a pandemia com a qual pudemos realmente sair do ambiente de sala de aula. Foi um evento incrível, em que todos puderam ter contato com a natureza e se conscientizarem por meio da educação ambiental”, conta Lidiane, responsável pela turma.
A escolha do tema, segundo a instrutora, ficou a cargo dos estudantes. Dessa vez, a sugestão veio do aluno Guilherme Martinoti, que havia feito estágio na SAAMA. “A cidade tem esse projeto para a construção desse espaço de lazer com lago, e uma APP ao lado. Mas a área estava infestada de plantas exóticas, que não são beneficentes para o nosso bioma e podem causar alguns danos”, conta. Com a aprovação dos colegas, Martinoti entrou em contato com a SAAMA, que abraçou a ideia.
A pasta disponibilizou recursos e técnicos para retirar as plantas invasoras do local, deixando o espaço pronto para receber as mudas nativas, que também foram providenciadas pela secretaria. A empresa Genesis Group enriqueceu a ideia, sugerindo que fosse feita a coleta de lixo na área às margens do lago. “O parque ainda está na primeira etapa, mas todos trabalharam já imaginando como ficaria depois de pronto, com aquela sensação de que estamos participando do começo de tudo. É algo que vai deixar a marca deles na cidade”, destaca Lidiane. “Se for do interesse do pessoal, dá para continuar esse projeto em uma escala maior, em outras partes do lago”, acrescenta Martinoti.
Práticas para cidadania
Para Martinoti, que está no último ano do curso de Agronomia, o projeto veio ao encontro de uma das áreas de seu interesse: recuperação ambiental. “Foi um momento para conhecer mais o agro e todo esse trabalho ambiental que existe”, afirma.
O futuro agrônomo revela sua familiaridade com o campo, o que o ajudou a desenvolver a ação junto aos colegas. “Morei no sítio e já fiz uma área de replantio de dois alqueires na propriedade”, conta Martinoti.
Na avaliação do colega Caio Henrique Hegyi, a experiência dentro do programa do Sistema FAEP/SENAR-PR permitiu agregar mais conhecimento para a futura carreira. “Nunca tinha feito algo desse tipo em nenhum programa. Estamos desenvolvendo não só o lado profissional, mas pessoal e ético”, salienta.
A instrutora Lidiane destaca, ainda, o espírito colaborativo e a transformação no comportamento dos alunos, em sua maioria, acostumados com a vida urbana. “Em uma ação dessas, trabalhamos aspectos técnicos e o lado humano. É uma oportunidade para os aprendizes ampliarem a capacidade de socialização e desenvolverem noções de cidadania”, conclui.