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Uqbar Day 2021: CNA debate fontes de financiamento para o agro
UQBAR FERNANDA

Confederação participou de painel, na quarta (15)

14 de setembro 2021
Por CNA

Brasília (16/09/2021) – A Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) participou, na quarta (15), do painel “Nem bancário, nem subsidiado: O aperfeiçoamento do financiamento do agronegócio”, durante o Uqbar Day 2021.

A CNA é uma das patrocinadoras do evento virtual, que discute temas de relevância do mercado de securitização, com a participação de órgãos reguladores, investidores, gestores de fundos de investimento, registradores de recebíveis, escritórios especializados em estruturação de operações, securitizadoras e potenciais tomadores de recursos no mercado de capitais.

A assessora técnica da Comissão Nacional de Política Agrícola da Confederação, Fernanda Schwantes, afirmou que nos últimos anos os setores público e privado viabilizaram diversas medidas para aprimorar a política agrícola brasileira, aumentar a competitividade na oferta de crédito e estimular o financiamento privado, como a Lei 13.986/2020 (Lei do Agro) e a Lei 14.130/2021, que institui o Fiagro.

Quando questionada sobre a presença do produtor rural no mercado de capitais, Fernanda destacou que apesar do aumento das emissões de Certificados de Recebíveis do Agronegócio (CRA), a participação de pequenos e médios produtores nesse tipo de operação ainda é baixa.

“O mercado de capitais não é uma fonte de captação direta de recursos para os pequenos e médios produtores em razão de alguns impeditivos para a emissão de um título, como o custo para estruturação de uma operação, que só viabiliza emissões com tickets mais elevados, a concessão de crédito baseada em garantias reais e a necessidade de se aprimorar a governança e os demonstrativos contábeis pelos produtores”, explicou.

Segundo Schwantes, há um direcionamento claro do governo de que as políticas públicas serão cada vez mais voltadas para pequenos e médios produtores e as cooperativas e associações de produtores têm potencial de formação de carteiras de produtores, viabilizando emissões de títulos do agronegócio para contemplar esse público.

“O Sistema CNA tem a intenção de prover um programa de habilitação dos produtores rurais para melhorar as condições de acesso ao mercado de financiamentos rurais, baseado na organização de suas informações, de forma que seja possível uma rápida e eficiente análise do nível de risco de crédito de cada produtor e que a carteira seja atrativa ao mercado de capitais”, esclareceu.

Nesse sentido, Fernanda também pontuou que a Confederação trabalha ativamente na agenda de fomento aos instrumentos de gestão de riscos e que é fundamental unir essa agenda ao mercado de capitais para potencializar o acesso de pequenos e médios produtores aos instrumentos de securitização.

Com relação ao Fiagro, a assessora técnica falou da possibilidade do uso do fundo no mercado de terras para sucessão familiar e construção de infraestrutura nas propriedades, como armazenagem, conectividade e irrigação. “A CNA tem promovido uma série de lives com o objetivo de identificar as possibilidades de captação de recursos por meio do Fiagro e esmiuçar o instrumento de crédito para o agro”, disse.

O sócio fundador da Ecoagro, Moacir Teixeira, participou do evento e disse que o produtor rural adquire insumos por meio de cooperativas, revendas e distribuidoras e que as mesmas já estão acessando o mercado de capitais em maior demanda. “Quando esses canais captam recursos, os pequenos e médios produtores são atendidos. A grande vantagem das captações no mercado de capitais são prazos alongados e a tempestividade na liberação do crédito”.

Teixeira também falou sobre as vantagens do Fiagro. Uma delas é a possibilidade de os produtores tomarem recursos para armazenar a produção dentro da propriedade rural. “Guardar grão na propriedade e vender no momento certo potencializa os ganhos do produtor na comercialização em mais de 25%”.

Para o CEO da Laqus, Rodrigo Amato, é necessária uma mudança de paradigmas tanto do produtor, como do mercado de capitais. “Muitas vezes o produtor foca no risco palpável, como as intempéries climáticas, e esquece dos riscos financeiros, que não podem ser deixados de lado. Já o mercado de capitais tem que entender a realidade do produtor. Nós sabemos que a data de vencimento é sagrada, mas a produção e a dinâmica da agropecuária depende de muitos fatores”.

De acordo com Rodrigo, é necessário dinamizar as fontes de recursos e ter perfis novos de investidores no mercado de capitais. “Existe uma dinâmica no mercado de operações que é voltada para as grandes empresas. O mercado já está no mesmo patamar em número de volume e operações há anos, então precisamos melhorar esse cenário e o Fiagro surge como uma das alternativas”.

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