Análise dos preços semanais do feijão – 4 a 10 de julho

Veja comportamento do mercado do grão

Por CNA 11 de julho 2025
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Brasília (11/07/2025) - O mercado de feijão sofreu desvalorizações mais acentuadas nos grãos, no período de 4 a 10 de julho, apontou o indicador de preços Cepea/CNA.

Segundo a análise, a colheita segue avançando em diversas regiões produtoras, enquanto a terceira safra se desenvolve em meio a preocupações com pragas, como a mosca branca, em Minas Gerais e na Bahia. Em Goiás, o ritmo de colheita segue moderado, principalmente no leste do estado e o Vale do Araguaia.

Feijão carioca – Os preços do feijão carioca, nota 9 ou superior, caíram em todas as regiões acompanhadas pelo Cepea. Em Itapeva (SP), a cotação recuou 8,96%, fechando a R$ 221,87/saca — abaixo da média histórica acumulada desde setembro de 2024 (R$ 261,60/saca).

No Noroeste de Minas Gerais, a saca foi negociada a R$ 207,97 (queda de 5,71%), enquanto no Sul/Sudoeste do estado, a retração foi de 2,65%, com o produto a R$ 211,25/saca. No leste goiano, a saca caiu 4,57%, cotada a R$ 192,72. A queda reflete o avanço da colheita e a entrada de grãos recém-colhidos, com coloração clara e boa apresentação.

No caso dos grãos comerciais (notas 8 e 8,5), a queda continua influenciada pela perda de cor, diversidade entre lotes e granulometria irregular. O interesse dos compradores por esse tipo de produto segue limitado.

Na metade sul do Paraná, os preços caíram 6,63% (R$ 145,65/saca). No Noroeste de Minas, a baixa foi de 6,19% (R$ 180,95/saca). A diferença de valor em relação aos feijões de melhor padrão aumentou, reforçando o escoamento lento dos grãos mais escurecidos ou heterogêneos.

Feijão preto - O mercado do feijão preto também registrou queda. Em Curitiba (PR), a cotação recuou 4,11%, para R$ 134,69/saca. No Nordeste do Rio Grande do Sul, a retração foi de 5,06%, com a saca a R$ 136,88. A estratégia de muitos produtores tem sido liberar os lotes de menor qualidade e armazenar os grãos com melhor aparência, na expectativa de valorização na entressafra.

Segundo o indicador Cepea/CNA, colheita da segunda safra em Minas Gerais já atingiu 70% da área, segundo dados da Conab. Na Bahia, o avanço é contínuo, enquanto a terceira safra inspira cuidados com sanidade das lavouras. Em Goiás, a colheita atinge 6% da área.

Mercado externo - O primeiro semestre de 2025 terminou com desempenho relevante nas exportações brasileiras de feijão. Em junho, o país embarcou 29,31 mil toneladas, somando 137,02 mil toneladas no semestre — um aumento de 89% frente ao mesmo período de 2024. As importações ficaram em 4,9 mil toneladas no semestre, 46% abaixo do volume de janeiro a junho do ano passado.

No acumulado de 12 meses (julho/24 a junho/25), as exportações alcançaram 408,05 mil toneladas — o segundo maior volume da série histórica, atrás apenas do resultado registrado no período de maio de 2024 a abril deste ano.

Para o assessor técnico da CNA, Tiago Pereira, os números reforçam o papel crescente do feijão no comércio internacional. “O desempenho das exportações mostra que o feijão brasileiro tem potencial para ir além do mercado interno”.

“É preciso enxergar essa cadeia como estratégica, com ações coordenadas de promoção comercial, abertura de mercados e valorização do produto como um alimento estratégico à segurança alimentar global”, avaliou.

Os preços médios regionais podem ser acompanhados pelo canal do Cepea no WhatsApp ou pela página oficial de indicadores.

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