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ATeG 10 anos - Os técnicos: Empreendedorismo rural e boas experiências com hortaliças no Distrito Federal
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Leandro Mariano da Silva está em seu segundo ciclo de atendimento pela ATeG do Senar

15 de setembro 2023
Por CNA

Brasília (15/09/2023) – Trabalhar com hortaliças foi algo que sempre atraiu a atenção do agrônomo Leandro Mariano da Silva, 31, técnico de campo da Assistência Técnica e Gerencial (ATeG) do Serviço Nacional de Aprendizagem Rural do Distrito Federal (Senar-DF). Para ele, trata-se de uma atividade que rende bons resultados e experiências para o profissional.

“Desde que me formei, trabalho na cadeia de olericultura. É algo que gosto, que sempre despertou o meu interesse e que tenho grande prazer em acompanhar todo o processo produtivo de pequenos produtores rurais, muitos deles que começam com uma agricultura de subsistência e expandem para a geração de renda familiar”, destaca o agrônomo.

De acordo com o técnico de campo, por ter um ciclo biológico curto e em espaço reduzido, as hortaliças têm mais de um cultivo por ano, podendo ser utilizadas para consumo próprio ou gerando boa rentabilidade para os produtores rurais.

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A produção de olerícolas engloba folhosas, raízes, tubérculos e frutos e bulbos, tendo um mercado muito diversificado. A maior parte da produção se concentra em culturas como batata, tomate, melancia, alface, cebola e cenoura. A agricultura familiar é responsável por mais da metade dessa produção.

Os atendimentos realizados por Leandro são feitos, na maioria das vezes, com agricultores familiares de assentamentos, principalmente com produção de folhagens e grande carência para a área técnica e gerencial. O técnico de campo está em seu segundo ciclo de atendimento e já acompanhou cerca de 70 produtores rurais da região do Distrito Federal.

Em seu primeiro ciclo de atendimento, Leandro disse que a lição aprendida pelo grupo foi o despertar da visão empreendedora. “Antes eles levavam a atividade apenas como produção, só produziam e vendiam, sem entender a necessidade do gerenciamento. São experiências únicas. É muito interessante ver o antes e o depois dos atendimentos que realizamos. As principais melhorias são relacionadas à qualidade de vida dos membros das famílias”, diz o técnico.

Ele diz que quase 100% dos produtores atendidos não enxergam suas propriedades como uma empresa, um negócio. Quando começaram a ter essa visão, muita coisa mudou com o aumento da produtividade e do lucro.

Dentre as principais aquisições feitas pelas famílias atendidas em seu núcleo, Leandro destaca as melhorias nas residências, compra de eletrodomésticos e móveis, aquisição de motos e veículos, bem como melhorias nas condições de educação e estudos dos filhos.

Segundo o técnico, a ATeG traz uma observação muito humanizada para os atendimentos, que são baseados nos pilares dos eixos técnicos, gerenciais, sociais e também ambientais. “Os produtores atendidos acabam se tornando pessoas mais preocupadas com o meio ambiente, uma vez que também trabalhamos o manejo consciente da terra e a recuperação de áreas degradadas, com a inserção de novas tecnologias”, afirma.

Leandro também destaca que a assistência trabalha com uma gama de áreas dentro da propriedade. Para ele, não é uma metodologia limitada pelas recomendações técnicas. “Permite trabalharmos a propriedade como um todo de uma forma bem completa. Além das questões ambientais e de sustentabilidade, de acordo com o perfil do produtor, falamos, por exemplo, do modelo de associativismo e compras coletivas”, exemplifica o técnico.

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Para o técnico de campo, mesmo sendo um alimento muito consumido e estando presente na rotina alimentar de milhares de brasileiros, o processo produtivo das hortaliças nem sempre é conhecido pelos consumidores. Ele destaca que muita gente desconhece o caminho que elas seguem até chegar aos pratos dos brasileiros, uma vez que requer muita dedicação e trabalho dos produtores rurais e também assistência técnica e gerencial de profissionais.

O Distrito Federal sempre é lembrado por comportar os poderes Executivo, Legislativo e Judiciário do país, por seus monumentos e construções em concreto no meio urbano. No entanto, o Planalto Central do Brasil guarda grandes potenciais em sua área rural, com exponencial atividade da agropecuária.

Em todo o Brasil, 90% das 226 mil propriedades rurais atendidas pela Assistência Técnica e Gerencial (ATeG) são constituídas por agricultores familiares. Atualmente, o Senar conta com uma rede de profissionais de 6.055 técnicos de campos e supervisores. Juntos, atendem 31 tipos de atividades produtivas, dentre elas a olericultura, protagonista na composição de uma alimentação balanceada e saudável.

Profissionalmente, Leandro afirma que esses quatro anos de atendimento pelo Senar trouxeram muitas experiências importantes. “Foi de grande crescimento para mim. Entrei no programa recém-formado, tendo convivência apenas em produção. O Senar me possibilitou adquirir o conhecimento de trabalhar junto com o produtor do campo, não só a parte técnica, mas também gerencial”, disse.

Ele ressalta que, ao iniciar no Senar, sua carreira profissional cresceu. “Conquistei um reconhecimento muito maior na minha profissão. Um produtor atendido e com bons resultados fala com outro produtor, com o vizinho, e assim sucessivamente. O Senar foi uma escada para eu conseguir elevar o meu nível profissional. Sou muito feliz por isso”, explica Leandro.

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