Minas Gerais
ATeG do AgroNordeste incentiva avicultura no Norte de Minas
SENAR MINAS
Os resultados do trabalho dos avicultores atendidos pelo Programa AgroNordeste, do Sistema FAEMG/SENAR/INAES/Sindicatos, na regional Montes Claros, estimulam a continuidade dos investimentos do setor em Porteirinha, região que tem buscado o aprimoramento da atividade, de olho em novos mercados e oportunidades. A repercussão das ações foi apresentada para três grupos atendidos em reuniões de benchmarking, na sede do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Porteirinha.
“No sindicato, já tinha um grupo que queria tornar essa atividade mais conhecida na região, mas não existia projeto. Buscamos a assistência técnica e gerencial (ATeG) para melhorar o trabalho. Foi muito bom para aprendermos mais. Hoje, são quase 90 pessoas envolvidas na avicultura, incluindo os familiares dos produtores que recebem a assistência”, explicou o avicultor e diretor financeiro do Sindicato, Geraldo Jorge dos Santos.
Os avicultores do município, em sua maioria, são pequenos produtores que têm na criação das aves a possibilidade de ganhos extras e de aproveitamento da propriedade. Nos últimos anos, porém, a atividade foi sendo deixada de lado pelo alto custo dos insumos. As orientações dos técnicos de campo foram importantes para recuperar o ânimo dos produtores, especialmente por meio da produção de alimentos alternativos, diminuindo, assim, o custo de produção da ração e aproveitando alimentos ociosos nas propriedades.
“Junto aos produtores, foram traçadas estratégias de convivência e enfrentamento a essa atipicidade hídrica, sanitária e econômica, que incidiu sob a região e o mundo. Entre as ações, trabalhamos a produção da própria fonte de nutrientes na alimentação das aves, além da compra coletiva de insumos e pintainhas, além da busca de parceiros externos para viabilizar a sustentabilidade da cadeia”, destacou o técnico Anderson Rodrigues.
Avanços
Regiane Patrícia de Oliveira é uma das participantes do AgroNordeste que soube aproveitar ao máximo os novos conhecimentos, especialmente na produção de alimentos alternativos. Hoje houve melhoria de rendimentos na atividade, focada na venda de ovos, de 30% a 40%, após adotar medidas indicadas pelo técnico.
“Eu criava um tipo de ave que não dava retorno e a atividade estava inviável. Agora, além de mudar a espécie, fiz também a adequação de outras rotinas e manejos, como no caso da ração, o que impactou muito. Antes, eu só oferecia milho. Hoje tenho uma receitinha do que posso fazer e que fui testando com a orientação do técnico. Faço a ração alternativa, misturo os alimentos proteicos e aproveito alguns itens da propriedade, como a mandioca”.
Balanço positivo
Os três grupos geraram uma receita média de R$ 300 mil com a venda de aves, ovos e pintainhas, em alguns casos. A expectativa agora é seguir ajustando o trabalho e reunindo os avicultores para buscar expansão do mercado. “Vamos atuar para organizar uma produção maior, em conjunto, para os avicultores conseguirem contratos maiores e fornecerem para grandes comércios fora da cidade, ajudando a escoar a produção”, avaliou Geraldo Jorge.
“Conseguimos alcançar muitos avanços, como o controle do manejo sanitário, realizando a vacinação preventiva, refletindo na diminuição da morte de pintinhos. Conseguimos também um melhoramento genético: os frangos caipiras podem ser abatidos em até quatro meses. Além disso, houve redução do custo de produção da ração, aproveitando alimentos existentes nas propriedades”, afirmou o técnico Willian Dias.