Campo Futuro analisa custos de produção de pecuária de corte, avicultura, suinocultura e grãos
Painéis online ocorreram nos estados da Bahia, Goiás, Minas Gerias e Mato Grosso
Brasília (28/08/2020) – O Projeto Campo Futuro reuniu nesta semana, por meio de videoconferência, produtores e representantes de federações de agricultura e de sindicatos rurais para levantar os custos de produção agropecuária de diferentes atividades na Bahia, Goiás, Minas Gerias e Mato Grosso.
Em Mato Grosso foram discutidos os custos de produção de milho e de soja na região de Sorriso (MT), na quarta (26). As mesmas atividades também foram pesquisadas em Luís Eduardo Magalhães, na Bahia, na quinta (27). Em ambos os casos, os agricultores relataram que houve incremento nas despesas que definem o custo operacional efetivo e que problemas referentes a seca e ao atraso nas chuvas afetaram a produtividade das lavouras na safra 2019/2020.
“O levantamento indicou, por exemplo, que na região de Sorriso em relação à safra passada, as propriedades típicas desenhadas para as atividades pesquisadas sofreram um incremento nos custos de produção. Basicamente os custos por hectare para produção de soja aumentaram 8% em relação ao levantamento realizado em 2019, para o milho de cultivares convencionais a valorização foi de 3% e para as variedades de milho transgênico o incremento no custo operacional foi de 8%. No entanto, os dados repassados também apontaram o cenário de incremento nos preços de comercialização, a saca de soja por exemplo operou com valores 13% maiores em relação à safra passada. ”, destacou o assessor técnico da CNA, Thiago Rodrigues.
Para a realidade da propriedade modal de Luís Eduardo Magalhães, os técnicos e produtores presentes no levantamento apontaram uma produção de 63 sacas de soja e de 160 sacas de milho por hectare.
“O atraso do plantio da última safra, em decorrência do início tardio das chuvas na região, prejudicou um pouco a produtividade das culturas de soja e milho na região. Com isso houve um aumento no custo operacional efetivo da soja em15% por hectare, e do milho em28% em relação ao último levantamento do Projeto Campo Futuro.”, analisou o assessor da CNA.
Pecuária de corte – A CNA em parceria com o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), uma das instituições parceiras na realização do projeto Campo Futuro, analisaram o sistema de produção modal de pecuária de corte do município goiano de Nova Crixás. O painel online foi realizado na quarta (26).
A propriedade típica da região que se dedica aos sistemas de recria e engorda de animais possui área dedicada a atividade pouco acima de 1000 hectares, dos quais 75% são destinados a pastagens. O levantamento apontou que a taxa de lotação média do último ano foi de 0,9 unidades animal por hectare. A taxa média de remuneração de capital é de 1,3% ao ano. Foi observada uma margem líquida positiva, porém, o pecuarista não consegue pagar os custos de oportunidade.
Aves e Suínos - Na terça (25), foram levantados os dados produtivos de suinocultura e de avicultura de corte em dois municípios do triângulo mineiro.
Em Uberlândia (MG), a propriedade típica da região se dedica à produção de suínos para terminação com 8.536 animais alojados em dois galpões. Os resultados encontrados indicaram que o produtor consegue saldar o custeio da atividade contudo ao incluir na análise as depreciações de maquinários, implementos, benfeitorias e rebanho (matrizes e reprodutores), e o pró-labore a atividade pode não remunerar adequadamente o produtor , tendo em vista a margem líquida negativa.
Já em Uberaba, as informações levantadas mostram que nas propriedades típicas da região os avicultores se dedicam à criação de frango pesado no sistema de produção integrada em uma propriedade de 25 hectares. Essa propriedade utiliza, em média, quatro galpões, onde são alojadas 153.600 aves, com uma média de 38.400 animais por galpão. Em termos de resultado financeiro a receita obtida com a atividade apenas consegue arcar com as despesas de desembolso efetivo da atividade, semelhante ao que aconteceu na suinocultura em Uberlândia.
A produção de ovos férteis foi a atividade rural analisada em Rio Verde (GO) pelos especialistas do Campo Futuro na quarta (26). Com um sistema produtivo onde a granja típica possui área de 25 hectares e produz de 195 ovos férteis por galinha por ciclo produtivo.
Para esse modelo produtivo os produtores conseguem arcar com os desembolsos realizados, o trabalho do produtor é remunerado e há ainda um montante que cobre os custos com depreciações.
Assessoria de Comunicação CNA
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