Campo Futuro analisa custos de produção de quatro cadeias produtivas
Painéis de pecuária de leite, cana-de-açúcar, aquicultura e grãos foram realizados em GO, MS, PI, RN e SC
Brasília (30/06/2023) – Nesta semana, o projeto Campo Futuro promoveu o levantamento de custos de produção das cadeias da pecuária de leite, cana-de-açúcar, aquicultura e grãos nos estados de Goiás, Mato Grosso do Sul, Piauí, Rio Grande do Norte e Santa Catarina.
Os painéis são realizados em parceria com as federações de agricultura e pecuária dos estados, sindicatos rurais, produtores, e analistas do Cepea/Esalq e Pecege/Esalq.
Pecuária de leite – O levantamento de custos da atividade foi realizado em cinco municípios goianos. Em Piranhas, a propriedade modal analisada tem 136 hectares com ordenha de 100 litros/dia e baixa especialização na atividade.
Entre os resultados, a atividade permitiu remunerar tanto os desembolsos quanto a depreciação e o pró-labore do produtor, indicando a sustentabilidade da atividade no curto e no médio prazo.
Em Jataí, verificou-se uma melhor especialização do rebanho, com produção de 250 litros/dia em aproximadamente 61 hectares. Na propriedade, os animais da raça Girolando produzem 15 litros/dia com sistema predominantemente de pastagens. Nessa região foi possível remunerar o Custo Operacional Efetivo (COE) e o Custo Operacional Total (COT) com os custos totais superando a receita em 50%.
No município de Caçu, o projeto identificou que, apesar de ter especialização para gado de leite, os produtores têm aproveitado para fazer a produção de bezerros dados os bons preços que tiveram para o gado de corte. “Mesmo assim, a propriedade conseguiu remunerar tanto os desembolsos quanto o pró-labore e a depreciação da atividade, com produção diária de 450 litros de leite/dia”, afirma o assessor técnico da CNA, Guilherme Dias.
Já em Orizona, o Campo Futuro analisou uma propriedade modal de 25 hectares com animais da raça Holandesa, com uma produção total de 400 litros/dia e mão-de-obra familiar. Segundo o técnico, Orizona apresentou a atividade mais especializada até o momento entre as propriedades visitadas.
“A atividade foi capaz de pagar os desembolsos, mas ficou um pouco aquém dos custos operacionais totais da receita do leite. O Custo Operacional Total ficou em 102,3% da receita, sinalizando que é possível fazer ajustes no manejo da propriedade para poder conseguir a sustentabilidade da atividade no médio prazo”.
Em Piracanjuba, a propriedade analisada é focada na agricultura familiar e apresentou produção de aproximadamente 300 litros/dia, onde a receita com leite permitiu remunerar os desembolsos da atividade, a depreciação e o pró-labore do produtor.
No município, entre os itens que mais pesaram no bolso do produtor estão o concentrado, que representa 34%, e a alimentação total, 52%. Segundo o técnico Guilherme Dias, a receita com o leite não permitiu cobrir os custos totais.
Cana-de-açúcar – O levantamento de custos foi realizado em Dourados (MS), em uma propriedade modal de mil hectares de produção com cinco cortes por ciclo produtivo. Segundo a assessora técnica Eduarda Lee, a produtividade média da região é de 90 toneladas por hectare e a qualidade da matéria-prima de 130 quilogramas de Açúcares Totais Recuperáveis (ATR) por tonelada de cana.
De acordo com a análise, os produtores da região têm feito uso de insumos biológicos para o controle de pragas e doenças da cultura e apresentado bons resultados. Nessa safra 2023/2024, os itens mais onerosos da atividade devem ser maquinário, insumos e capital de giro.
Aquicultura – O projeto analisou a produção de camarão e do peixe Pangassius em Natal (RN). Em relação ao cultivo do camarão, a propriedade modal analisada tem 100 hectares com produção em 20 viveiros escavados de 2,5ha cada, durante ciclo produtivo de 75 dias e produtividade média de 0,84 toneladas por hectare. Segundo produtores, os grandes desafios da cadeia englobam a abertura de novos mercados consumidores e o aprimoramento genético das espécies cultivadas.
No caso do Pangassius, a propriedade modal analisada tem produção em seis viveiros escavados em uma área de 2,5 ha. O ciclo produtivo do panga dura 195 dias com apenas um ciclo completo por ano e produtividade média de 54 toneladas/ha.
“Um dos grandes desafios do setor relatado pelos produtores está relacionado ao período da pandemia que prejudicou a produção devido à queda no consumo, principalmente devido ao fechamento dos restaurantes. Entretanto, a produção da espécie está sendo retomada na região”, afirmou a técnica da CNA, Larissa Mouro.
Grãos – O levantamento avaliou as culturas da soja, milho, feijão, trigo e arroz em Xanxerê, Campos Novos e Araranguá (SC) e Uruçuí (PI). Em Xanxerê, as culturas analisadas foram soja, milho, feijão e trigo. Em Campos Novos, soja, milho e trigo e, em Araranguá, a produção de arroz.
De acordo com o levantamento, as produtividades variaram dentro das regiões, mas com a colheita dentro do esperado para soja e milho em Xanxerê, mesmo com a pressão da ferrugem da soja e veranicos.
Em Campos Novos, as baixas temperaturas e a falta de chuvas limitaram a produtividade das culturas. A região de Araranguá observou clima favorável para o cultivo de arroz, com colheita de 175 sacas por hectare. A produtividade média da soja variou de 65 sacas por hectare em Campos Novos até 77 sacas em Xanxerê.
Para o milho 1ª safra, a produtividade média fechou em 188 sacas/ha em Xanxerê, e em 150 sacas em Campos Novos. O trigo apresentou produtividades médias em Xanxerê e em Campos Novos de 73 e 60 sacas/ha, respectivamente.
Para o feijão, a chuva limitou a produtividade média em Xanxerê (27,5 sacas/ha). Em geral, os insumos pesaram nos custos de produção, principalmente para os fertilizantes e defensivos agrícolas.
Em Xanxerê, os fertilizantes para o milho subiram 76%. Em Campos Novos, esse aumento foi de 78% para o trigo. Os gastos com herbicidas para a soja em Xanxerê subiram 193%. Para os fungicidas em Araranguá, a alta foi de 116%.
Em Uruçuí, o projeto analisou as culturas da soja e do milho. A seca atingiu os cultivos de soja e milho 1ª safra na região, que fecharam com produtividade média de 60 e 140 sacas/ha, respectivamente.
Para o milho 2ª safra, a expectativa de colheita é de 100 sacas/ha. Os custos com fertilizantes para a soja no período analisado tiveram alta de 56%. Para o milho 2ª safra, os defensivos aumentaram 86%, puxados pela alta dos inseticidas (179%), com foco no controle da cigarrinha-do-milho.
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